Rainhas de cada quadrilha são responsáveis por transmitir com seu carisma e simpatia toda a beleza e o encantamento da festa
Meses antes da estreia nas quadras, o que geralmente ocorre nas primeiras semanas de junho, os brincantes precisam de fôlego para enfrentar uma rotina exaustiva de ensaios das quadrilhas. Essa cobrança também se estende às rainhas de cada grupo, figuras centrais dentro e fora da quadra. Atual rainha da quadrilha Cumpade Justino, de Maracanaú, Emanuela Leal encontrou no convívio com os amigos quadrilheiros amizades para toda a vida. “Ser quadrilheiro é ser alegre, é aquela coisa de passar noite acordado, trabalhar virado de sono, cochilar só um pouco e depois já acordar para ir dançar, sempre com a mesma alegria e sorriso no rosto. É tudo muito intenso. Viver no mundo junino nos dá energia, empolgação, nos dá força mesmo quando estamos cansados”, define.
Antes das apresentações, Emanuela Leal costuma viver uma rotina intensa de prepração semanal como Rainha da Quadrilha Cumpade Justino
Reconhecidas como a soberania das festas juninas, ser rainha da quadrilha é um dos cargos mais representativos e exige uma entrega completa de cada participante. A preparação física costuma ser intensa e, além de beleza exterior, cada majestade precisa esbanjar sorrisos, compartilhar alegria com quem assiste e com quem dança.
A rainha é uma figura importante para a representação da identidade da quadrilha, dentro e fora das quadras
Acostumada aos figurinos pomposos e a atrair os olhares para o seu carisma nas quadras, Adriana Dias, fisioterapeuta, viveu a experiência de ser rainha durante dezesseis anos. Depois de passar por importantes grupos juninos do Ceará e ganhar importantes premiações, ela encerrou sua carreira em 2019, como Rainha da Modernidade da quadrilha Junina Babaçu. “É praticamente metade da minha vida dançando São João. Estou sentindo junto com todos os meus amigos quadrilheiros essa falta de estar em quadra, dessa rotina intensa. Mas a gente vai buscando fazer outras coisas para afagar um pouco nosso coração nesse momento difícil”, lamenta.
A pandemia cancelou o maior festejo popular do Nordeste