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Com Fortaleza e Ceará, técnicos estrangeiros são 30% na elite do futebol brasileiro
Reportagem Especial

Com Fortaleza e Ceará, técnicos estrangeiros são 30% na elite do futebol brasileiro

Dos 20 times da Série A, seis têm treinadores de outras nacionalidades, além de um na Série B. Tricolor tem trabalho longevo de Vojvoda, e Alvinegro aposta em Lucho González

Com Fortaleza e Ceará, técnicos estrangeiros são 30% na elite do futebol brasileiro

Dos 20 times da Série A, seis têm treinadores de outras nacionalidades, além de um na Série B. Tricolor tem trabalho longevo de Vojvoda, e Alvinegro aposta em Lucho González
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Os clubes do futebol brasileiro atravessaram as fronteiras e buscaram soluções por melhores resultados em novos idiomas e sotaques. Dos 20 times da Série A do Campeonato Brasileiro, seis contam com técnicos estrangeiros, inclusive com Fortaleza e Ceará na lista — há ainda mais um na Série B. Entre trabalhos de destaque e apostas frustradas, os comandantes de outros países conseguiram abrir portas no Brasil.

Técnico Abel Ferreira tem nove títutlos pelo Palmeiras até agora. Na imagem, o jogo Ceará x Palmeiras, na Arena Castelão, pelo Campeonato Brasileiro Série A(Foto: Cesar Greco/Palmeiras)
Foto: Cesar Greco/Palmeiras Técnico Abel Ferreira tem nove títutlos pelo Palmeiras até agora. Na imagem, o jogo Ceará x Palmeiras, na Arena Castelão, pelo Campeonato Brasileiro Série A

Do número total, quatro são portugueses, provavelmente em razão do sucesso de Jorge Jesus no Flamengo, entre 2019 e 2020, e Abel Ferreira, que comanda o Palmeiras até hoje e coleciona títulos. Os outros dois são argentinos, à frente justamente de Leão e Vovô — o Alvinegro foi o mais recente a entrar na lista, tanto que o treinador ainda nem estreou.

Na Série B, é um uruguaio quem comanda o Cruzeiro com sucesso na disputa pelo retorno à elite. No decorrer da temporada, outros estrangeiros por clubes brasileiros, como Flamengo e Internacional, por exemplo, mas acabaram demitidos por resultados ruins.

 

 

Os portugueses no comando

Além de Abel, outros três técnicos atravessaram o Atlântico para desembarcar no futebol brasileiro: Vítor Pereira (Corinthians), Luís Castro (Botafogo) e António Oliveira (Cuiabá).

Técnico José Mourinho inaugurou a chaada 'escola portuguesa'(Foto: AFP)
Foto: AFP Técnico José Mourinho inaugurou a chaada 'escola portuguesa'

O sucesso da escola portuguesa de futebol, que tem como expoente no mundo José Mourinho e disseminou estudos sobre modelos de jogo e conceitos táticos, despertou a atenção dos times brasileiros. Em 2019, então, o Flamengo contratou o experiente Jorge Jesus para comandar time que marcou época, que bom futebol e títulos.

Abel Ferreira chegou ao Palmeiras pouco tempo depois e, ao seu estilo, também cravou o nome na história alviverde, com personalidade forte e conquistas, o que cativou a torcida. O português de 43 anos, inclusive, é um dos nomes pedidos pela opinião pública para assumir a seleção brasileira após a Copa do Catar, quando Tite deixará o cargo.

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O arquirrival do Verdão também escolheu um português para tentar voltar à rota de títulos: Vítor Pereira assumiu o Timão no decorrer deste ano e figura no G-4 do Brasileirão e na semifinal da Copa do Brasil. O alvo inicial do clube era outro português, que acabou indo para o Rio de Janeiro: Luís Castro deixou o futebol árabe e acertou com o Botafogo após ser escolhido pelo norte-americano John Textor, proprietário do Glorioso.

O outro europeu que trabalha à beira do campo em solo brasileiro é António Oliveira, que já está no terceiro clube brasileiro em curto espaço de tempo. O profissional de 39 anos chegou ao Brasil em 2020 para ser auxiliar técnico de Jesualdo Ferreira — outro português, este de passagem mais curta — no Santos. Deixou o clube após troca da comissão técnica e, no ano seguinte, foi para o Athletico-PR. Neste ano, foi contratado pelo Cuiabá, com o qual luta contra o rebaixamento.

 

 

Cearenses com argentinos

O futebol cearense também consta nesta estatística e agora em dose dupla. Desde 2021, Juan Pablo Vojvoda comanda o Fortaleza com sucesso, alcançando resultados e marcas históricas. Agora, o Ceará também terá um argentino como líder da comissão técnica: o ex-jogador Lucho González.

No primeiro semestre do ano passado, sem sucesso em investidas no mercado nacional, o Leão do Pici se voltou às opções internacionais e escolheu Vojvoda depois de longo processo seletivo, que durou cerca de dez dias, entre conversas, troca de informações e negociação.

Técnico Juan Pablo Vojvoda, no jogo entre Botafogo e Fortaleza, pelo Brasileirão 2022(Foto: Vinícius Palheta)
Foto: Vinícius Palheta Técnico Juan Pablo Vojvoda, no jogo entre Botafogo e Fortaleza, pelo Brasileirão 2022

A opção se mostrou acertada: com modelo de jogo muito claro e bem definido, o Tricolor chegou à semifinal da Copa do Brasil, ficou no G-4 da Série A, disputou a Libertadores pela primeira vez na história, indo até as oitavas de final, e ganhou títulos invictos do Campeonato Cearense e da Copa do Nordeste.

O Alvinegro de Porangabuçu viveu cenário semelhante na procura por treinador nas últimas semanas, depois de demitir Marquinhos Santos. Os nomes brasileiros declinaram — alguns estrangeiros também —, e a diretoria chegou ao nome de Lucho, que fora auxiliar no Athletico-PR e buscava a primeira chance como treinador.

Lucho González, técnico do Ceará(Foto: FÁBIO LIMA/O POVO)
Foto: FÁBIO LIMA/O POVO Lucho González, técnico do Ceará

A carreira vitoriosa nos gramados, o perfil de liderança e o conhecimento sobre o elenco de jogadores, além de referências positivas, motivaram o Vovô a contratá-lo. Foram cerca de cinco dias de reuniões, avaliações e tratativas para o desfecho positivo do acordo. O argentino estreará pelo Vovô diante do Flamengo, no próximo domingo, 4.

 

 

As trajetórias dos estrangeiros no futebol brasileiro

 

 

Uma sueca na seleção feminina de futebol

Pia Sundhage, técnica da Seleção Brasileira feminina (Foto: Divulgação/CBF)
Foto: Divulgação/CBF Pia Sundhage, técnica da Seleção Brasileira feminina

No universo ainda majoriatariamente masculino, uma mulher comanda as jogadas. Além dos sete estrangeiros que comandam equipes no futebol masculino, o feminino também buscou reforço fora do país. E a atitude partiu justamente da seleção nacional da modalidade, que tem a sueca Pia Sundhage à frente da equipe desde 2019.

A profissional de 62 anos treinou as seleções dos Estados Unidos e da Suécia antes da experiência em solo brasileiro, acumulando dois títulos de Olimpíadas - o grande sonho brasileiro no futebol feminino. O trabalho na Canarinho, que inclui renovação do grupo de jogadoras, ainda tenta engrenar e ganhou combustível importante este ano, com a conquista da Copa América.

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