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Copa do Mundo Feminina: uma história contada pelos números
Reportagem Especial

Copa do Mundo Feminina: uma história contada pelos números

Disputada desde 1991, a Copa do Mundo de Futebol Feminino é dominada pelos Estados Unidos e tem o Brasil como coadjuvante, sem nunca ter ganhado um título. Em levantamento de dados, O POVO+ mostra alguns números que contam parte da história do mais importante torneio da modalidade e que tem sua nona edição acontecendo durante os meses de julho e agosto de 2023

Copa do Mundo Feminina: uma história contada pelos números

Disputada desde 1991, a Copa do Mundo de Futebol Feminino é dominada pelos Estados Unidos e tem o Brasil como coadjuvante, sem nunca ter ganhado um título. Em levantamento de dados, O POVO+ mostra alguns números que contam parte da história do mais importante torneio da modalidade e que tem sua nona edição acontecendo durante os meses de julho e agosto de 2023
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O tão conhecido, aguardado e emocionante clima de Copa do Mundo não precisa ser sentimento compartilhado somente de quatro e quatro anos. Além das disputas masculinas desde 1930, a partir de 1991 as mulheres também assumiram o comando do esporte mais popular da Terra em busca do mais cobiçado troféu de seleções. Em 2023, dividida entre as sedes Austrália e Nova Zelândia, a Copa do Mundo de Futebol Feminino pode demarcar a permanência de uma hegemonia e a despedida da rainha brasileira com as chuteiras nos pés.

Copa da despedida da jogadora Marta, a craque-rainha(Foto: Lucas Figueiredo/CBF)
Foto: Lucas Figueiredo/CBF Copa da despedida da jogadora Marta, a craque-rainha

Apesar de sempre postulante a títulos, o Brasil ainda não ganhou nenhum e se vê como coadjuvante nessa competição internacional dominada pelos Estados Unidos – que já levantaram quatro vezes o caneco. Das oito edições realizadas entre 1991 e 2019, a Canarinho só chegou à final em uma única oportunidade, em 2007. Naquele ano, perdeu para a Alemanha e ficou com o vice. Para a Copa deste ano, a propósito, a seleção verde e amarela pode contar com sua maior jogadora em campo pela última vez, pois a camisa 10 Marta deve se aposentar.

O POVO+ fez levantamento de dados para mostrar quais os destaques de um passado não tão distante das oito primeiras edições da Copa do Mundo de Futebol Feminino. Abaixo, é possível conferir as principais atletas e artilheiras que já escreveram seus nomes na história da competição, assim como ver as seleções com mais títulos e quem foram os responsáveis por comandar a equipe brasileira ao longo das décadas. Alerta de spoiler: apenas duas mulheres assumiram a comissão técnica em quase 40 anos.

Jornalista Iara Costa

Clique aqui e acesse a coluna da jornalista Iara Costa, exclusiva sobre futebol feminino.

 

 

Americanas são as principais vencedoras e brasileiras ainda as coadjuvantes

Diferentemente de como acontece no futebol masculino, o feminino é dominado pelos Estados Unidos. Atuais bicampeãs consecutivas da Copa do Mundo da Fifa, as americanas são as principais vencedoras da competição. Para se ter ideia, são quatro conquistas em apenas oito edições. A verdade é que mesmo quando não estava no topo do pódio, os EUA sempre figuraram na vice ou na terceira colocação, demonstrando sua força e regularidade.

Além das americanas, apenas outras três equipes alcançaram o título de campeã: Alemanha, duas vezes; e Noruega e Japão, uma única vez, cada. No lado brasileiro, o melhor desempenho obtido aconteceu em 2007, quando Marta, Cristiane, Formiga & cia brilharam e chegaram até a final, diante das até então campeãs da Alemanha. Naquela final, as europeias levaram a melhor e venceram por 2 a 0.

O Brasil, por outro lado, nunca mais foi tão longe em um Mundial. Prova disso é que nas Copas seguintes ficou duas vezes nas quartas de final e outra nas oitavas.

 

Além de conquistar o torneio, os Estados Unidos também se destacam em premiações individuais. Tanto é que em três edições contou com atletas como as vencedoras da Bola de Ouro, que premia individualmente a melhor jogadora da Copa do Mundo. Foram elas: Carin Gabarra (1991), Carli Lloyd (2015) e Megan Rapinoe (2019). Marta foi a única brasileira a conquistar o troféu, em 2007.

 

Em outro aspecto em que os EUA se destacam é na eficiência ofensiva. Em três edições diferentes as artilheiras da competição foram americanas: Michelle Akers, em 1991, com 10 gols; Carli Lloyd, em 2015, com 6 gols; e Alex Morgan e Megan Rapinoe, dividindo a proeza em 2019, com 6 gols, cada.

Pelo Brasil existem duas representantes nesta lista: Sissi em 1999 (conheça a história da artilheira clicando aqui) e novamente Marta em 2007. Ambas chegaram a marcar 7 gols em 6 partidas.

 

 

Mesmo sem título, Marta é a maior goleadora das Copas

Apesar de não ter alcançado o topo do mundo com o Brasil, Marta manteve ao longo de cinco diferentes edições uma média de gols de quase um por partida (0,85). Isto é, em 20 partidas disputadas pela Amarelinha em Copas do Mundo, entre 2003 e 2019, a rainha marcou 17 gols, sendo a maior artilheira de todas as edições organizadas pela Fifa.

 

Depois dela, vêm a alemã Birgit Prinz e a americana Abby Wambach, responsáveis por 14 gols, cada uma. Michelle Akers (EUA) aparece com 12 gols, enquanto Sun Wen (China), Bettina Wiegmann (Alemanha) e Cristiane (Brasil) marcaram 11 gols em suas participações. Todas as gringas, porém, já estão aposentadas e não podem mais ultrapassar a marca da camisa 10.

Mesmo ainda atuando e sendo uma das principais referências do futebol nacional atualmente, Cristiane, por sua vez, está com 38 anos, mas não foi convocada pela treinadora Pia Sundhage. Desta forma, também está fora do Mundial e não ameaça mais o posto de goleadora pertencente à Marta.

 

 

Seleção Brasileira feminina é comandada por mulher pela primeira vez em Copas

Enquanto a Seleção Brasileira de futebol masculino é mais do que centenária, a equipe feminina teria disputado sua primeira partida somente em 22 de julho 1986, quando enfrentou os Estados Unidos em um torneio internacional realizado na Itália. A partida terminou em 2 a 1 para as adversárias e Pelezinha teria sido a primeira atleta a marcar pela Canarinho.

Naquela época, a equipe era treinada por João Souza Varella, não sendo a última vez seria comandada por um homem. Ao contrário, tal feito se repetiu outras 13 vezes até 2016, quando Emily Lima assumiu o posto. Ex-jogadora e naturalizada portuguesa, ela foi a primeira mulher a dirigir a Seleção Brasileira Feminina. Em pouco menos de um ano no cargo, porém, foi demitida após baixo desempenho, com sete vitórias, cinco derrotas e um empate, totalizando 56% de aproveitamento.

No seu lugar, Vadão que já tinha assumido entre 2014 e 2016 voltou ao cargo, ficando de 2017 até o encerramento da participação brasileira na Copa do Mundo de 2019. Foi nesse momento que a sueca Pia Sundhage desembarcou em solo brasileiro para treinar a Canarinho, tornando-se assim a segunda mulher e a primeira estrangeira na função.

 

 

Metodologia

Para esta reportagem, foram coletados dados sobre a Copa do Mundo de Futebol Feminino e da Seleção Brasileira Feminina por meio de diferentes sites, como da Federação Internacional de Futebol (Fifa), Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Wikipédia e site RSSSF Brasil, especializado em resultados do futebol brasileiro.

Para garantir a transparência e a reprodutibilidade desta e de outras reportagens guiadas por dados, O POVO+ mantém uma página no Github na qual está reunida a bases de dados produzida para esta publicação.

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