Não poderia haver contexto mais oportuno para a 35ª edição do Cine Ceará, o festival de cinema mais antigo do Ceará. Na próxima semana, no dia 24 de setembro, a programação traz a Fortaleza o filme mais falado do momento: “O Agente Secreto”, de Kleber Mendonça Filho, representante do Brasil para tentar uma vaga no Oscar 2026.
Embora poucas pessoas tenham assistido ao filme pernambucano, a sensação pública em torno das suas conquistas internacionais construíram uma grande curiosidade sobre o que ele poderia ter de tão explosivo.
Se celebramos tão efusivamente o sucesso de “Ainda Estou Aqui”, um drama tão quieto e comportado, a comoção tem mesmo tudo para explodir ainda mais com “O Agente Secreto”, um filme que é tenso, mas que é também hipnotizante e divertido.
Neste ano, a direção de programação do Cine Ceará também traz para sua plateia outras produções cearenses com destaque internacional: uma delas será “Morte e Vida Madalena”, de Guto Parente.
Estrelado por Noá Bonoba na pele de uma mulher grávida que precisa terminar o filme do seu falecido pai, a produção venceu o prêmio de distribuição no 36º FidMarseille, na França.
Será o filme de encerramento do Cine Ceará, no dia 26 de setembro, após a cerimônia de premiação.
Outra atração que o festival traz direto de Cannes são os quatro curtas do Directors Factory Ceará Brasil, programa da Quinzena de Cineastas em parceria com o Museu da Imagem e do Som do Ceará e a Escola Porto Iracema das Artes. Com cineastas cearenses Luciana Vieira e Wara, a coletânea reúne cineastas brasileiros com outros de Israel, Portugal, Cuba e França.
Documentários para assistir no O POVO+>> Nordeste Insurgente e Ela não queria ser santa
Na Mostra Ibero-americana de Longas, recorte que dá nome ao próprio festival por olhar também para a produção hispânica, serão exibidos filmes que muito dificilmente chegarão a outros espaços no Brasil, incluindo obras do Equador, Cuba, Porto Rico e Uruguai.
Dentre os brasileiros, a abertura terá a estreia mundial de “Gravidade”, primeiro longa-metragem de Léo Tabosa, cineasta com carreira reconhecida de curtas, fotografado pelo cearense Petrus Cariry. O filme será exibido na abertura do Cine Ceará, no dia 20 de setembro, mesma noite em que Mariana Ximenes receberá homenagem pela sua carreira.
Para assistir no O POVO+>> Castello, O Ditador e Rânia
Como não podia ser diferente, o evento também dedica grande parte da sua programação para a exibição da produção cearense. Além da Mostra Olhar do Ceará, que reúne 14 curtas e 4 longas inéditos em sua maioria, a curadoria trouxe duas obras para a Mostra Brasileira de Curtas: “Peixe Morto”, de João Fontenelle, e “Fogos de Artifício”, de Andreia Pires.
Mesmo com uma programação recheada de novidades e exibições exclusivas, o festival neste ano enfrentará uma grande dificuldade logística porque os dois locais de exibição seguem passando por reformas que limitam muito o espaço e dificultam o acesso.
O Cinema do Dragão está há mais de um ano desafiando seu espectador a alcançá-lo em segurança em meio às construções. A Praça do Ferreira, do Cineteatro São Luiz, está toda fechada. Se já era difícil nos anos anteriores, vamos ver como será agora.
Para assistir no O POVO+>> Swingueira: quando a periferia dança e Mostra Roberta Marques
Programação do Cine Ceará