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"Dados valem bilhões": o interesse do Ceará no mercado dos data centers
Reportagem Seriada

"Dados valem bilhões": o interesse do Ceará no mercado dos data centers

Data centers são um mercado inevitável. Com aportes bilionários, os centros de dados miram a instalação nos países. O Ceará, assim como o Brasil, negocia a entrada no ramo e exibe as próprias vantagens, em meio a caros desafios
Episódio 2

"Dados valem bilhões": o interesse do Ceará no mercado dos data centers

Data centers são um mercado inevitável. Com aportes bilionários, os centros de dados miram a instalação nos países. O Ceará, assim como o Brasil, negocia a entrada no ramo e exibe as próprias vantagens, em meio a caros desafios
Episódio 2
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Há uma percepção de que tudo na internet é meio abstrato. Números em um computador geram imagens e códigos. Miramos todos os dias telas azuis e, nesse momento, nos afastamos do real, adentrando um limbo entre o vivo e o não-vivo.

O meio online, na verdade, tem um alicerce exato. É feito de dados. Todo “bom dia” que você manda, CPF que você cadastra, foto que posta ou vídeo a que assiste torna-se um dado a ser armazenado por uma empresa.

Como a internet é onipresente, essas informações são poder. O que as corporações fazem com elas é palco de muita discussão, mas fato é que os dados muitas vezes ficam em um lugar físico. São guardados em enormes armazéns de computadores gigantescos. Esses locais são chamados de data centers e mais de uma dezena deles está em Fortaleza.

 

 

Cada vez mais o Ceará busca atrair centros maiores de dados. Isso se dá pela competitividade de um mercado em crescimento altíssimo. Os data centers são uma perspectiva de negócio quase inevitável no atual imperialismo dos dados.

Os empreendimentos são alvos de muita discussão pelo alto custo de manutenção - por dinheiro e recursos naturais. Conforme mostramos no Episódio 1 desta série de reportagens, eles ainda contrastam com os territórios nos quais serão instalados: a abundância em meio à escassez e ao abandono

Há uma ampla discussão sobre a soberania digital dos países que acomodam os data centers: sobre como garantir que o retorno econômico e social seja equivalente à importância do serviço que estas nações prestam.

No entanto, antes de partir para esse debate, é preciso um panorama destes centros de dados no Mundo, no Brasil e no Ceará. Afinal, o que são data centers e qual a participação cearense nisso tudo? É o que vamos mostrar a seguir.

 

 

Seus dados em caixas de metal

A pandemia de Covid-19 nos deixou em casa. De repente, todas as funções passaram a ser intermediadas por uma tela e, assim, a demanda por centros físicos de dados cresceu exponencialmente desde 2020. De US$ 250 bilhões, em 2016, a receita destes centros chegou a US$ 329,3 em 2023 e deve alcançar US$ 438,6 bilhões em 2028.

 

Receita global dos data centers por ano. A partir de 2024 são projeções

 

O crescimento se dá especialmente na categoria de data centers comerciais: que incluem hyperscale, cloud e colocation. “São os que hospedam aplicações que vão ser vendidas”, explica Luis Tossi, vice-presidente da Associação Brasileira de Data Center (ABDC). Ou seja, se referem aos centros utilizados por uma empresa, mas cuja infraestrutura pertence a outra.

“Hoje todo mundo usa uma série de hospedagens de nuvem. No Brasil, temos 800 MW ( megawatt "Unidade de potência, ou seja, energia dividida pelo tempo" ) de data centers comerciais, enquanto em 2020 - apesar de não termos muitas informações - eram em torno de 240 MW”, diz Tossi, que atua no mercado de data center há mais de 35 anos.

 

Os tipos de data centers

 

Esse aumento na demanda se dá pelo jeito que a internet funciona. Para exemplificar, vamos supor que você pesquise pelo perfil de alguém em uma rede social. A sua solicitação vai ser transmitida via rede Wi-Fi ou de telefonia para fios de fibra óptica até chegar ao dado - guardado no data center daquela big tech.

Do “armazém”, o dado sai e percorre o caminho oposto até chegar em você. Tudo isso dura segundos mesmo que o centro de dados esteja do outro lado do mundo - conectado por cabos submarinos. Sem data center não tem internet; se os dados são nosso petróleo, os data centers são as refinarias.

O Brasil comporta 189 data centers funcionando ou em planejamento. É o 12º país com o maior número desses empreendimentos, o líder na América Latina.

 

Os 12 países com mais data centers, em 2025

 

A maior parte destes centros está em São Paulo, um total de 65. Porém, o Ceará destaca-se neste meio. Depois da capital paulista, Rio de Janeiro e de Campinas, é o estado com maior número de data centers (previstos ou em funcionamento) do Brasil: são doze, todos em Fortaleza ou Região Metropolitana.

 

As cinco cidades com mais data centers no Brasil

 

 

Todos os números acima são da base DataCenter Map, banco de dados que abrange desde operadoras de data center até provedores de serviços que oferecem serviços de colocation, nuvem e conectividade. A listagem é enviada e mantida principalmente pelas operadoras, com atualizações diárias.

A ferramenta dá apenas uma noção do montante. Na verdade, é difícil mensurar exatamente quantos data centers estão em funcionamento no Brasil e no Ceará, pois eles não possuem um código específico na Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE).

 

Onde estão os data centers certificados Tier III "Um data center Tier III garante maior disponibilidade e redundância, permitindo manutenções sem interrupção dos serviços. É mais seguro e funciona quase 100% do tempo"  em Fortaleza 

 

Questionada sobre quantos centros de dados funcionam em Fortaleza, a Secretaria de Governo municipal informou que o principal CNAE utilizado para data centers, segundo o IBGE, é: 6311-9/00 – Tratamento de dados, provedores de serviços de aplicação e serviços de hospedagem na internet.

Há pelo menos 319 alvarás de funcionamento deste tipo em Fortaleza dos quais 12 são empresas que apresentam no seu nome fantasia as palavras "data" ou "center".

 

A pasta explicou: “Quando uma empresa possui esses CNAEs, já se subentende que ela atua como um Data Center, mesmo que o nome não mencione isso diretamente. A maioria funciona dessa forma. A gente encontrou aqui, por exemplo, o Magazine Luiza. Embora o nome não indique, ela possui esse CNAE em sua estrutura, consequentemente, coleta e trata dados. Portanto, é considerada um Data Center”.

 

Já a Empresa de Tecnologia da Informação do Ceará (Etice) forneceu ao O POVO+ uma lista com seis empreendimentos com o Certificado Tier III, que indica um sistema mais seguro e menos propício à inatividade.

Independente do valor exato, a quantidade de data centers no Ceará é bem considerável, especialmente em um ponto específico de Fortaleza: a Praia do Futuro. Dos seis centros Tier III, por exemplo, três estão por lá.

Os motivos, dentre outros, são aqueles cabos submarinos de fibra óptica, dos quais falamos mais acima, que tornam a internet tão ligeira. Embaixo dos turistas, da areia quente, do mar azul e das barracas bonitas, eles se acumulam, conectando o Ceará ao resto do mundo.

 

 

Ceará, a “meca” dos data centers

Mais ou menos 90% dos dados online que chegam ao Brasil passam pela Praia do Futuro. São 16 cabos submarinos interligando a costa cearense a países da América, Europa e África. É a segunda maior quantidade do planeta, atrás apenas de Shima, no Japão.

ParaTodosVerem: conexão de cabos submarinos que interligam Fortaleza ao resto do mundo(Foto: Submarine Cable Map/Reprodução)
Foto: Submarine Cable Map/Reprodução ParaTodosVerem: conexão de cabos submarinos que interligam Fortaleza ao resto do mundo

A presença destes cabos é tão intensa que já interferiu em obra do Estado. A Usina de Dessalinização (Dessal), do Governo do Ceará, acabou mudando de lugar, após impasses com empresas de telecomunicações justamente pela proximidade com os fios submarinos.

O projeto acabou transferido para o local de moradia de pelo menos 200 famílias, que receberam um aviso para saírem de lá. Em julho de 2025, somente 15 famílias haviam sido retiradas e “devidamente indenizadas, com acompanhamento dos órgãos responsáveis”, conforme a Superintendência do Patrimônio da União no Ceará (SPU-CE).

O caso revelou, mais uma vez, a discrepância entre o avanço tecnológico e o abandono na vida real. Acima dos cabos submarinos e na mira de uma obra bilionária de “segurança hídrica”, muitas das famílias não tinham sequer energia elétrica e saneamento básico. Mais uma vez, a internet mostrou não ser nem um pouco abstrata.



Quanto mais perto os centros estiverem da rede de cabos, menor a latência. Ou seja, os dados vão ser transferidos mais rápido. Estar próximo também aumenta a conectividade, o que permite que mais dispositivos possam se comunicar ao mesmo tempo.

Mas este é apenas um dos atrativos do Ceará. Outro a ser pontuado é a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) cearense localizada no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp).

A ZPE oferece tratamento tributário, cambial e administrativo especiais, além de segurança jurídica e procedimentos burocráticos simplificados. Basicamente, liberdade cambial, isenção ou redução de impostos e participação em programas de incentivo.

Diferente dos outros data centers, licenciados pela Prefeitura, os empreendimentos da ZPE passam pelo Estado. Eles precisam cumprir requisitos rígidos para a aprovação, como garantia de uso de energia renovável e água de reúso. As medidas se dão pelo fato de serem maiores e gastarem um volume absurdo destes recursos.

 

 

“Refinarias de sugar água e energia”

É muito caro fazer a internet funcionar. Cada MW custa R$ 53,2 milhões do Capex, capital de “despesa” e aquisição de bens de uma empresa de data center. Os MW variam. O da Casa dos Ventos, em Caucaia, é de grande escala e prevê uma capacidade de 210 MW.

Os gastos seguem altos no consumo mensal de energia - são 32% do Operational Expenditure (Opex), capital da operação, adaptável ao mercado. Dos gastos por mês, a energia e sua manutenção totalizam quase 58,7% de tudo.

O cenário já é sentido em nível global. Em 2023, de 3% a 5% de toda a energia do mundo era usada para data centers, segundo o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE 2034) da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), realizado em 2024.

Já a água serve para resfriamento. Um data center usa, em média, 300 mil galões de água por dia, o que equivale ao consumo de 1.000 casas no mesmo intervalo de tempo. Dados são do Institute of Education Sciences (IES), presentes no estudo do Santander.

 

Consumo de água médio de um data center por dia

 

Essa é a principal vantagem competitiva brasileira: os recursos. Diferente de outros países, o Brasil tem uma matriz elétrica em sua maioria renovável (85%). Há ainda fortes projeções de geração solar, elétrica e por biomassa, nas próximas décadas.

Porém, estudo da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) apontou impasses no país que podem travar mais empreendimentos de se instalarem. Os principais seriam problemas no: mercado de trabalho, sistema tributário, facilidade de fazer negócios, fornecimento e custo da energia e estabilidade política. Todos, no entanto, têm possibilidade de melhorias.

Levando em consideração experiências em outros países, a “solução” para atrair mais data centers ao Brasil envolveria principalmente sete medidas, dentre a criação de zonas francas, isenções fiscais e programas de identificação de gargalos. 

 

Sugestões para incrementar o mercado de data centers, pela Abinee

 

Para Luis Tossi, da ABDC, a publicação da ReData deve ser o primeiro passo para que investimentos sejam “destravados”. “Uma vez que o ReData for publicado, a gente já entra em pé de igualdade com a maioria dos países da América Latina e até alguns de fora. O objetivo é dar segurança jurídica para o investidor”, defende o empresário. Em alguns destes pontos, o Governo já caminha ações.

 

 

IA: entre avanço e apreensão

O Governo Federal corre para tornar o setor atrativo para as empresas estrangeiras. ReData é o nome do plano nacional de incentivos a data centers. O intuito é antecipar o setor dos efeitos da Reforma Tributária, cuja transição começa em 2026.

A União pretende dar incentivos como desoneração total de investimentos de longo prazo, isenções de impostos de importação e de tributos destes centros.

O projeto ainda prevê exigências de caráter energético e sustentável como uso obrigatório de sistemas de resfriamento em circuito fechado. Em agosto de 2025, ele ainda está parado no Congresso Nacional, mas é alvo de pressão de empresas de data centers, para uma implementação ainda neste ano.

ParaTodosVerem: em visita a Missão Velha, Lula, em companhia de Camilo, Elmano e demais autoridades. Na visita, o presidente assinou uma MP que deternina uso de energias renováveis por data centers na ZPE(Foto: Ricardo Stuckert / PR)
Foto: Ricardo Stuckert / PR ParaTodosVerem: em visita a Missão Velha, Lula, em companhia de Camilo, Elmano e demais autoridades. Na visita, o presidente assinou uma MP que deternina uso de energias renováveis por data centers na ZPE

No meio disso, o Nordeste estuda como se tornar um hub. O Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (Cerne) e o Instituto Senai de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) propuseram, em julho de 2025, um estudo de projeções de cenários para a instalação de data centers no Nordeste, especialmente no Rio Grande do Norte.

O argumento seria de “diversificar” as demandas de energia eólica, uma vez que o Sistema não consegue absorver toda a energia que a gente é capaz de gerar”, de acordo com o chairman do Cerne e ex-senador da República, Jean Paul Prates.

“Nós queremos dar ciência ao outro lado de que nós existimos, de que somos importantes e temos a necessidade de exportar essa energia, ou, enfim, de consumir essa energia, e, portanto, precisamos atraí-los para cá. Nós queremos mostrar que temos condição de receber esses empreendimentos aqui”, defende ele.

ParaTodosVerem: foto de arquivo tirada em 30 de junho de 2012. Um homem caminha na praia perto de turbinas eólicas instaladas na Prainha do Canto Verde, perto de Aracati, cerca de 120 km a sudeste de Fortaleza, no Ceará(Foto: Yasuyoshi CHIBA/AFP)
Foto: Yasuyoshi CHIBA/AFP ParaTodosVerem: foto de arquivo tirada em 30 de junho de 2012. Um homem caminha na praia perto de turbinas eólicas instaladas na Prainha do Canto Verde, perto de Aracati, cerca de 120 km a sudeste de Fortaleza, no Ceará

Dentre os investidores, há expectativas no Nordeste. “Existe uma possibilidade de um ecossistema muito próspero para trazer investimentos para a região”, diz Luis Tossi, da ABDC. Segundo ele, pode haver “a construção de novos polos data center, principalmente, quando a gente fala de exportar serviços para outros países e até mesmo para outras regiões do Brasil”.

O interesse chega até às Prefeituras. Caucaia, por exemplo, quer transformar os investimentos em “emprego qualificado, inovação e conectividade com inclusão social e digital, com transparência, segurança jurídica e metas ambientais claras”, conforme Machidovel Trigueiro Filho, secretário de Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico de Caucaia.

ParaTodosVerem: Machidovel Filho, Sec. Desenvolvimento Tec. Caucaia. É um homem branco, de camisa branca(Foto: Arquivo Pessoal/Machidovel Filho)
Foto: Arquivo Pessoal/Machidovel Filho ParaTodosVerem: Machidovel Filho, Sec. Desenvolvimento Tec. Caucaia. É um homem branco, de camisa branca

E completou: “estamos buscando estruturar um parque tecnológico e de inovação para a cidade, integrando data centers, inteligência artificial aplicada, conectividade de alta capacidade e hubs de capacitação”.

A Prefeitura de Fortaleza foi procurada, por meio da Fundação de Ciência, Tecnologia e Inovação de Fortaleza (Citinova), sobre os retornos esperados com os data centers, perspectivas e projetos em andamento. A pasta respondeu: “ainda precisamos alinhar melhor essa informação dentro da gestão”.

O mercado do centro de dados está otimista. Uma vez que o ReData for publicado, investidores esperam a chegada de empresas prestadoras de serviços de cloud estrangeiras, big techs americanas, chinesas e europeias.

De fato, até 2034 o Brasil deverá movimentar R$ 2,8 trilhões em projetos de data centers, conforme o Plano Decenal de Expansão de Energia da Empresa de Pesquisa Energética em 2024. Valor inclui expansão da matriz elétrica e investimentos em tecnologia. Por volta do ano previsto, cerca de 400 a 500 centros de dados devem operar no País.

Porém, há uma questão. A demanda por data centers deve crescer muito, mas a demanda pelos recursos - água, energia e dinheiro - tende ser ainda maior. Os dados estão cada vez mais pesados, muito por conta das novas tecnologias de Inteligência Artificial (IA). “A IA torna o crescimento exponencial, em termos de investimentos e de tamanho das instalações”, informa Luis Tossi, da ABDC.

Cada resposta que a IA te dá é na verdade o resultado de um cálculo. Por isso, os dados são mais complexos e volumosos, o que afeta no consumo de água. Até 2027 o setor de IA pode demandar entre 4,2 e 6,6 bilhões de metros cúbicos de água por ano, conforme estudo das universidades de Colorado Riverside e da Texas Arlington. É igual ao consumo de países como Dinamarca e metade do Reino Unido.

A evolução da carga de data centers no Brasil deve chegar a 2,5 GW até 2037, segundo o PDE 2023. A previsão foi feita somente considerando os atuais empreendimentos com os 12 novos previstos nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e do Ceará.

Esse volume de energia equivale a 2500 MW. É a mesma capacidade de, pelo menos, 10 milhões de casas brasileiras.

O cenário corre em meio ao esgotamento dos recursos naturais no planeta. Até 2050, serão necessários 60% a mais de alimentos e a agricultura continuará a ser o maior consumidor de água. No total, a proporção da população que sofre com escassez de água deve aumentar em até dois terços. 

A falta de água tratada atinge 2 bilhões de pessoas no mundo e 3,4 bilhões vivem sem esgoto tratado(Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE A falta de água tratada atinge 2 bilhões de pessoas no mundo e 3,4 bilhões vivem sem esgoto tratado

Na verdade, para muita gente já falta. Da mesma forma que os indígenas anacés sofrem com o abandono em meio a promessas bilionárias e os moradores da Praia do Futuro em meio ao “futuro” da conectividade, 2 bilhões de pessoas no globo não têm acesso à água potável e cerca de 3,4 bilhões vivem sem esgoto tratado.

Para os data centers, não vai faltar nada. O desenvolvimento é inevitável, mas é preciso lembrar que ele ocorre em meio à escassez de outros.

No meio de toda essa cadeia, surge um debate. Os data centers são inevitáveis para a economia global, mas o que o Brasil ganha com toda essa preocupação para atrair esses negócios. O que teremos de retorno com a proteção dos dados das maiores empresas do mundo, que utilizam da nossa água e das nossas tecnologias de energia?

A discussão perpassa termos como “soberania digital” e imperialismo da IA. Enquanto uns garantem que isso não acontecerá, outros temem uma mera vassalagem do Brasil para com as big techs. Mas, fica para o próximo episódio desta série.

 

 

""Olá! Aqui é Ludmyla Barros, repórter do O POVO+. O que achou da matéria? Te convido a comentar abaixo!""

  • Texto e Recursos Digitais Ludmyla Barros
  • Edição Catalina Leite e Fátima Sudário
  • Imagens Fco Fontenele e Fernanda Barros
  • Identidade Visual Camila Pontes
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