A infância é o período mais rico da vida do ser humano. É quando se descobre a vida em seu estado mais puro e os sentimentos estão inseridos. Uma das emoções mais relevantes e que levamos para o restante da nossa existência é a paixão. Há um dito popular que torcer por um clube de futebol é uma paixão que passa de pai para filho. Entretanto, nem sempre o amor é herdado do pai.
Torcedor do Fortaleza desde pequeno, o engenheiro metalúrgico Caio César é apaixonado por ir ao estádio apoiar o time do coração, mas o sentimento pelo Tricolor do Pici é uma herança herdada da mãe, Cleide Fernandes.
Cleide já foi uma pontual frequentadora dos principais estádios do Estado. Onde o Leão estava, ela marcava presença em companhia do pai. Os dias nas praças esportivas cultivaram esse amor e com o nascimento do filho, quando ela tinha 35 anos, a opção foi passar o legado, como o pai havia feito com ela. Conforme Caio crescia, aprendendo as primeiras letras, Cleide o estimulou a ler notícias do Leão.
"Hoje, eu assisto mais jogos, mas ela sempre vem olhar, pergunta sobre os resultados, os jogadores, se interessa sobre a gestão. Temos muitos papos sobre o Fortaleza."
"Ela sempre me incentivava a ler o caderno de esportes do jornal para ver sobre os jogos do Fortaleza, ler o nome dos jogadores e placar", relembra ele. O amor estimulado por meio das páginas de jornal floresceu. A partir do encorajamento da mãe, Caio passou a acompanhar o time indo ao estádio, uma atitude que sempre foi estimulada por Cleide e que acabou por aproximá-los ainda mais. Embora ela já não frequente as arquibancadas, sempre influencia o filho a seguir o Tricolor.
"Hoje, eu assisto mais jogos, mas ela sempre vem olhar, pergunta sobre os resultados, os jogadores, se interessa sobre a gestão. Temos muitos papos sobre o Fortaleza. Não é algo que somente nos aproximou, mas que ainda nos mantém juntos", ressalta o engenheiro.
O futebol também é alicerce da relação entre Janaína Queiroz e os filhos Caio e Levi, de 17 e 12 anos, respectivamente. Torcedora do Ceará, ela é a principal influência para que os meninos sejam loucos pelo Vovô. A paixão da cearense também nasceu nas arquibancadas dos estádios do Estado, onde viveu boa parte da infância ao lado do pai. Quando os filhos nasceram, quis repassar a eles a sensação que era fazer parte e crescer naquele ambiente e, para isso, fez questão de vê-los crescer no Castelão.
"Sou mãe solteira e o futebol e o Ceará nos aproxima muito. Não sei como seria a nossa relação se não tivesse o esporte. É uma coisa que me pergunto às vezes, pois faz muita parte da nossa vida."
"Eu sempre os levava aos jogos e sempre quis fazer com que a experiência de estádio fosse agradável para eles. Dia de jogo é dia de festa, dia que nos arrumamos cedo, nos preparamos, chegamos lá cedo, compramos pipoca. Isso incentiva muito para que seja uma experiência bacana", explicou ela.
O ritual fez com que fosse cultivado o amor pelo Vovô, pelas arquibancadas e, consequentemente, pela mãe. Hoje, o Alvinegro é o assunto da casa, seja na hora do almoço ou do jantar, e Janaína se orgulha muito da proximidade que construiu com os filhos por conta do time e das idas ao Castelão.
"Sou mãe solteira e o futebol e o Ceará nos aproxima muito. Não sei como seria a nossa relação se não tivesse o esporte. É uma coisa que me pergunto às vezes, pois faz muita parte da nossa vida", celebra.
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