O amor é costumeiramente identificado como força motriz das mulheres. Se não no escopo romântico, então na maternidade. O amor feminino é visto como a delicadeza, a gentileza, a ternura… É verdade, o amor move as mulheres. No entanto, a liderança indígena Áurea Anacé dá uma nova faceta ao amor feminino: o feroz de luta.
Representante do povo Anacé, localizado em Caucaia (CE), Áurea fala sobre como o amor pelo território, pela espiritualidade e pelo povo dá sentido e potência à resistência indígena protagonizada por mulheres e jovens, e demonstra que há muito a se aprender com as mulheres que amam vidas, sejam elas humanas ou não.
Liderança indígena
Liderança indígena do povo Anacé, de Caucaia (CE). Áurea representa as mulheres indígenas Anacé e participa como porta-voz de seu povo no ativismo social, participando de eventos como a Marcha das Mulheres Indígenas. É secretária da Articulação de Mulheres Indígenas do Ceará (Amice).
O POVO+ - Áurea, como o amor se materializa para você? Além do amor romântico…
Áurea - Olha, o amor que eu sinto nesse momento é mais pelo território, por isso que vocês estão vendo aqui. A gente luta cada dia mais para que isso não morra, não se acabe. Eu acho que o amor que nós estamos vivendo no momento é de luta, de conquista de tudo que a gente tem do território.
Eu moro aqui com o cacique Roberto, mais quatro filhos e o neto. E eu sou mãe de todo esse povo, né? Que são 26 aldeias localizadas do rio Cauípe ao rio Juá, e eu vivo nessa luta por esse território. Para que essa riqueza não se acabe, porque tem vários empreendimentos tentando destruir isso aqui.
A gente luta pelos rios, pelas lagoas. Tem um amor muito forte por esse território, é daqui de onde essas pessoas, mulheres, tiram o alimento. A gente vive dentro desse contexto, defendendo essa vida, para que as novas gerações tenham um pouco disso tudo que vocês estão vendo.
OP+ - O que a espiritualidade e a cultura de vocês ensina sobre o amor especificamente?
Áurea - Ao nosso redor, tudo é por amor. Uma árvore dessa, para a gente, um pedaço dela foi um dos nossos antepassados que veio por ela. Se nós temos uma árvore, essa aqui é a nossa árvore sagrada, no meio do terreiro, é onde a gente faz os rituais mais importantes. Os pássaros para nós são importantes, os rios também… A gente tem essa vivência, conquista, e às vezes até perdas.
Então assim, para nós, cada planta dentro desse território tem vida. São vidas que estão aqui dentro. E se eles não podem falar, nós podemos falar por eles; se eles não podem resistir, nós resistimos por eles. É muito importante a nossa vida no território. Se nos tiram do território, tiram um pedaço. E se tiram o território da gente, também se leva outro pedaço.
OP+ - Mas esse já era o seu entendimento sobre o amor desde nova?
Áurea - Eu como era minha irmã mais velha, eu me casei muito nova, né? Tive meu filho com 16 anos e aí passou do tempo e eu fui cuidar dele, depois conheci o cacique Alberto e aí tive o primeiro filho e desde então eu venho acompanhando a luta dele por esse território. Já faz 26 anos, que é a idade do nosso filho mais velho. Há seis anos que eu estou aqui dentro, porque então eu estava lá fora (do território indígena) enquanto eles estavam aqui dentro para fazer a construção.
E aí depois que eu vim conhecer o porquê dele estar aqui dentro, o porquê da luta dele, o porquê ele ficava tão nervoso com algumas coisas que aconteceram e ele não levava muito para a gente…. Foi quando eu realmente eu vim ter todo o conhecimento de toda essa resistência, depois que eu vim morar aqui dentro.
“– Eu te amo, Nádia!”, diz o narrador no conto de Tchekhov, a voz camuflada pelo vento contrário ao trenó deslizante. A jovem que ele conduz se perturba, não sabe se ouviu bem, a clareza da audição prejudicada pelo ruído intenso. De todas as sentenças possíveis, “eu te amo” talvez seja a mais perturbadora e difícil de escrever sem pieguismo, como fez o contista russo. Na icônica história de amor, Shakespeare não a usou. Em cerca de 130 páginas – conforme a edição –, “eu te amo” não é protestado por Romeu ou por Julieta.
Também nas veredas sertanejas “eu te amo” não foi dito. Mas Riobaldo deu a Diadorim as asas de todos os pássaros. Confessou: “Diadorim é minha neblina.”
“Eu te amo” é um incendiário arranjo de termos, queima, se consome antes do uso. Nele há duas pessoas: eu, tu, e o verbo que se conjuga, liga os dois seres da oração.
Voltando à Brincadeira, quem diz que ama repete a frase, mas, quando diz isso, não ama, diverte-se com a confusão da moça. Ela não sabe se o som do vento alterou o sentido, se as palavras sequer foram ditas. Mas renova o passeio, quer sanar a dúvida.
“Deus meu, o que se passa com Nádenka! Ela solta um grito, sorri com o rosto inteiro e estende os braços ao encontro do vento, risonha, feliz, tão bonita.”
O homem ignora que é instrumento do amor, potência incontrolável, como um trenó em descida. Falamos do mesmo sentimento que, em Verona, de início, não foi o tema central da tragédia. Segundo Barbara Heliodora, a peça Romeu e Julieta, de Shakespeare, datada de 1595, é uma versão de um texto anterior, de 1562, centrado na desobediência própria do espírito juvenil e de tom moralizante. A tecitura shakespeareana se diferencia pelo amor posto no cerne do drama, tornando-se a lua para os apaixonados de todos os tempos.
O amor traga em Rosa, desarma, subjuga os amantes ao domínio do imponderável, supera princípios arraigados, as crenças e os comportamentos antes tidos inabaláveis.
No trenó, uma reviravolta modifica a realidade. Ocorre a perda do controle – lamento pelo spoiler. Nádia não ama o homem, ama o vento, a emoção ao vento atribuída.
O amor aturde, venta nos tímpanos, neblina na secura, confunde cotovia e rouxinol. Isso bastaria para explicar por que é pilar de sustentação na obra literária. Neve a baixo, balcão a cima, sertão a dentro, amar é força motriz, que transforma, para além das declarações e das juras, recriando a ficção e, pela ficção, a vida.
Marília Lovatel cursou Letras na UECE e é mestre em Literatura pela UFC. É escritora, redatora publicitária e professora. É cronista no O POVO+. Autora de livros publicados pela Scipione, Moderna, SM, e Editoras do Ceará, foi finalista do Prêmio Jabuti 2017.
Quando me entendi mulher que ama mulheres, o primeiro discurso que pareceu certo era o de que todas somos pessoas, não importa o corpo, porque somos pessoas e isso é o que atrai. Essa lembrança vem de repente e traz um sorriso irônico. O fato de sermos mulheres que se amam e se desejam importa.
Somos vidas atravessadas e socializadas por um pensamento hegemônico de que somos menores; de que valemos menos; de que depois de certa idade ou de alguns processos naturais de uma vida bem vivida “já não servimos”. Somos um coletivo que é atravessado pelo contexto no qual mulheres são mortas por serem mulheres e que, ainda, nosso modo de vida seria de comparação constante (para não dizer competição constante) entre nós.
Por meio do nosso amor, de mãos dadas, criamos pontes. As fronteiras entre as peles e os risos se perdem; beijos juntam todas as ilhas, todos os mares, todos os rios. Erotizo esse território que durante anos aprendi que devo criticar.
É único como aprendemos a amar a nós mesmas e amar a outra. Este amor que — como mostra bell hooks — é ação e mistura vários ingredientes: carinho, afeição, reconhecimento, respeito, compromisso, honestidade e comunicação aberta. Este amor que é construção cotidiana, consigo mesma e em comunidade.
E, se o desejar é importante, também o é esse (des)aprender do que queremos. Mesmo o ato mínimo de beijar as “imperfeições” da outra é como dizer: eu não só aceito e quero este meu corpo e suas histórias, como também quero os de minha companheira.
O amor entre mulheres é uma potência que transforma nossas existências. O amor entre mulheres anuncia a possibilidade de rompermos o ciclo de perpetuação de dores e violências para construirmos outros mundos possíveis — outros mundos mais amorosos.
Marcela Tosi é jornalista e internacionalista. Parte paulistana, parte cearense. Vive o amor, em suas diversas possibilidades, como força motriz da vida. Atualmente, é editora-adjunta de Audiência e Distribuição no O POVO.
Uma das muitas coisas preciosas que bell hooks nos aponta, no maravilhoso livro Tudo sobre o amor, é de como a forte estrutura de dominação alicerçada pelo patriarcado e pelo capitalismo, juntos, produzem distância e afastamento entre as famílias nucleares e as famílias estendidas. Enquanto a família estendida se constitui como um lugar onde podemos aprender o poder da comunidade, em geral, os abusos de poder aumentam nas famílias nucleares. No entanto, sempre que curamos nossas feridas familiares, fortalecemos a comunidade, e isso nos possibilita o engajamento numa prática amorosa. “É o amor que estabelece as bases para a construção de uma comunidade com estranhos.”
Nos campos por onde transito, entre as dimensões artística, pedagógica e terapêutica, tenho pousado o olhar sobre as diversas camadas de vulnerabilidade que nos habitam, e das quais tanto desviamos, na maior parte do tempo. É que se estamos em busca de uma maior condição de inteireza, parece que não há outro caminho possível, a não ser nos colocarmos diante delas.
Percebo que quando há um espaço de confiança instaurado – mesmo à despeito de uma não intimidade – a partilha e a entrega fluem, e torna-se mais fácil deixar visível as vulnerabilidades. Valorizo muito esses espaços, porque sei da necessidade e da potência de instaurá-los, e de neles me nutrir, inclusive. Entre mulheres, então, espaços como esse não são luxo, são necessidade absoluta, como estratégia de acolhimento e restauração para as sobrecargas diárias.
Tornar visíveis as vulnerabilidades e colocar-se diante delas não é pouca coisa. Talvez seja o pequeno passo possível, em direção às grandes coragens. Mostrar-se como se é e caminhar com o que se é, eis um exercício de integridade necessário para testemunharmos o apuro do esforço em fluxo. E, parece-me, tudo isso junto vira FORÇA.
bell hooks nos diz ainda que “a amizade é o espaço em que a maioria de nós tem seu primeiro vislumbre de amor redentor e comunidade carinhosa. Aprender a amar em amizades nos fortalece de formas que nos permitem levar esse amor para outras interações com a família ou com laços românticos.”
O que nos fortalece, ao nutrirmos espaços-continentes de acolhimento onde possamos nos mostrar vulneráveis, é despirmos sem medo as vestes de grandes guerreiras – as que nunca param, nunca desistem, nunca esmorecem e nunca descansam. É largarmos um pouco a armadura, acessando com mais frequência alguma leveza e suavidade entre os dias, tomando o tempo necessário para melhor sentir, melhor estar, melhor sorver as coisas, os sabores, os amores.
A maior subversão para o capitalismo é parar. É não produzir, não fabricar, não fazer de ruma. É não consumir. É não ansiar pela novidade do dia, é não querer ser o novo. É não precisar. É não se afogar no fluxo vertiginoso do ter-que-fazer. Na desconstrução do tempo é que se dá a fissura, onde criamos um contrafluxo, sabendo-o sempre singular e provisório.
Ficamos mais fortes quando conseguimos desmontar a lógica da hiper produtividade capitalística, e doulamos, juntas, novos modos de vida. Se bem parimos vidas, somos capazes de bem inventarmos outros modos de existir, no revés daquele que insiste em nos matar. Quando existe a possibilidade desse momento ser experimentado em comunhão com outras pessoas, num tecido afetivo seguro e restaurador, algo enorme acontece, ainda que seja de uma ordem micropolítica, quase invisível. Um estrondo silencioso no peito: parece que engrenagem voltou a girar para o lado certo. Tudo é como tem que ser. E somos NÓS!
Podemos dançar, não somente para nos prepararmos para as guerras. Podemos dançar para celebrar o que somos: somos NÓS!
Andréa Bardawil Campos é coreógrafa, terapeuta somática e arteterapeuta. Artista da dança há mais de 30 anos, é diretora da Cia. da Arte Andanças (Fortaleza-Ce), com quem realizou dezenas de espetáculos e projetos de pesquisa de linguagem. Foi uma das criadoras da ONG Alpendre - Casa de Arte, Pesquisa e Produção, que foi uma importante referência para a arte contemporânea no Ceará e no Brasil.
Aqui vão três livros que discutem o amor:
Descolonizando afetos: Experimentações sobre outras formas de amar
Atravessada pela poética de seu povo, a ativista indígena Guarani, psicóloga e escritora Geni Núñez promove em Descolonizando afetos um exercício de repensar a exclusividade nos relacionamentos afetivos, partilhando reflexões anticoloniais sobre o tema, tanto do ponto de vista histórico e macropolítico quanto em relação às nuances cotidianas e interpessoais.
A partir de uma perspectiva original e com uma linguagem única, a autora desconstrói alguns dos equívocos mais comuns a respeito da não monogamia e desenvolve reflexões que podem servir de acolhimento a pessoas que desejam vivenciar outras formas de amar.
Autora: Geni Núñez
Editora : Paidós; 1ª edição (30 outubro 2023)
Capa comum : 192 páginas
O que é o amor, afinal? Será esta uma pergunta tão subjetiva, tão opaca? para bell hooks, quando pulverizamos seu significado, ficamos cada vez mais distantes de entendê-lo. Neste livro, primeiro volume de sua Trilogia do Amor, a autora procura elucidar o que é, de fato, o amor, seja nas relações familiares, românticas e de amizade ou na vivência religiosa.
Na contramão do pensamento corrente, que tantas vezes entende o amor como sinal de fraqueza e irracionalidade, bell hooks defende que o amoré mais do que um sentimento - é uma ação capaz de transformar o niilismo, a ganância e a obsessão pelo poder que dominam nossa cultura. É através da construção de uma ética amorosa que seremos capazes de edificar uma sociedade verdadeiramente igualitária, fundamentada na justiça e no compromisso com o bem-estar coletivo.
Autora: bell hooks
Editora : EDITORA ELEFANTE (1 janeiro 2021)
Capa comum : 272 páginas
A gente mira no amor e acerta na solidão
Escrito a partir de diálogos, A gente mira no amor e acerta na solidão surgiu de experiências vividas pela autora em salas de aula, em sessões de análise (enquanto analisante ou analista), com amigos, em leituras de pesquisas teóricas. Neste livro, a psicanalista e professora Ana Suy quer, acima de tudo, continuar essa conversa com o leitor sem a pretensão de ser um manual ou um tratado acadêmico sobre o tema.
Autora: Ana Suy
Editora : Paidós; 1ª edição (9 maio 2022)
Capa comum : 160 páginas
OP+ - Como foi perceber que a senhora queria cuidar e proteger esse território?
Áurea - Foi a partir do momento que eu comecei a ver a necessidade das pessoas que estão aqui dentro, principalmente das mulheres. Elas são um grupo de mulheres muito forte, mas também são barradas por algumas lideranças. E eu comecei a perceber isso. A gente tinha um núcleo de mulheres muito forte nas reuniões, onde os seus companheiros ficavam (em casa) e elas vinham. A gente via três homens na frente e 30 a 40 mulheres atrás.
Eu passei seis meses observando isso. E aí diante disso eu fui chamada para uma organização e eu fui conhecendo a história das mulheres, mulheres caciques, mulheres lideranças, mulheres à frente dos seus movimentos. O que é que elas faziam? Quais são as resistências delas dentro dos territórios? Eu comecei a ter essa convivência com elas, andando também dentro dos territórios, para trazer para cá e mostrar para essas mulheres que estavam aqui que elas também podiam falar, lutar pelos seus direitos.
OP+ - E como foi a recepção delas ao finalmente ter um ambiente em que podiam falar?
Áurea - Elas começaram a se empoderar. ‘Eu posso, eu vou falar o que eu quero, eu quero falar, eu quero participar’. Elas começaram a dizer onde era que tava doendo, onde elas estavam sendo mais afetadas… A maioria, quando quer falar alguma coisa, vem onde eu estou e me contam e aí vamos resolver, vamos procurar.
É muito importante para mim, porque ver pessoas que não falavam, que só concordavam, e que hoje estão à frente. A gente tem assembleia de mulheres, nós temos mulheres em convivência com outros povos, com outras culturas. É muito importante ver que elas vão e participam.
OP+ - E a senhora acha que existe muita diferença entre a maneira que as mulheres veem, falam e vivem o amor para os homens?
Áurea - As mulheres se entregam mais. Tanto que na maioria das vezes… Nós temos homens, mas as nossas lutas e as retomadas são com mulheres. Elas levam seus filhos, elas vão com os velhos, vão gratas… Tem todo aquele coletivo de pessoas que passam noites e dias. E aí, às vezes os maridos discutem que elas passam o dia ali e elas dizem: ‘Olha, o meu marido tá a ponto de me deixar porque eu tô aqui dentro.’ Então aquilo ali é o amor que elas sentem ali dentro, em resistência com a gente. A mulher, no nosso caso, se entrega mais, se dedica mais.
OP+ - Será que é por isso também que as mulheres acabam sofrendo tanto dentro dos seus relacionamentos?
Áurea - Eu acho que é porque as mulheres se entregam mais, mesmo. A maioria já foi criada com a noção de que tem que casar, ter filhos, cuidar da casa e do marido. E aí elas se dedicam mais nessa parte, elas vivem mais para isso. Já outras que não, já deram tudo e agora querem estudar, caminhar, fazer sua resistência, a sua luta.
Eu tenho 26 anos de um relacionamento, de uma convivência de marido e mulher. Então, assim, chega um certo ponto que não é mais casal, é uma amiga e um amigo que convivem. Eu acho que às vezes as pessoas sofrem mais por causa da convivência, não é nem do amor, é da convivência.
Porque você tem aquele aquele cotidiano, todo dia acordar, levantar, conversar. Aí quando você se separa fica um vazio, de não ter com quem conversar… Eu digo assim por conta do meu pai e da minha mãe. A minha mãe eu perdi ela tá com dois anos, no dia 1º de dezembro. Então eu vejo o vazio que o meu pai sente, porque ele sente a falta dela, da comida dela. Faz falta dentro de casa. Você tem uma convivência muito próxima, muito longa, e quando se separam, ou perde o outro, fica aquele vazio.
É muito raro, porque hoje em dia não tá existindo isso da convivência. Se tem alguma desavença, vão um para o lado, outro pro outro. Então eu acho que hoje em dia os jovens se separam muito cedo.
Isso não significa que tem que aguentar. Eu nunca aguentei. Eu sempre mostrei a minha força e quem eu era e acabou. Às vezes eu via mesmo algumas coisas da minha mãe e do meu pai, e pensava: ‘Eu não vou aguentar isso do meu marido. Eu não vou suportar que meu marido faça isso’. Eu dizia: ‘Pai, isso não é amor. Isso é uma doença, uma ignorância.’ E ele respondia: ‘Que amor, o quê?!’
E aí para você ver, quando ele perde, a pessoa adoece, ela chora… Meu pai sempre disse que não chorava, então eu ver meu pai, eu da idade que eu tô, ver meu pai chorando… Isso me dói mais ainda. Porque ele só sente falta dela, percebeu naquele momento que gostava, amava tanto.
Que tal responder à enquete abaixo e usar o campo dos comentários para discutir sobre o amor? Como você enxerga o amor? Como você descreveria a influência dele na sua vida? Vamos conversar nos comentários!
A segunda temporada do especial E.L.A.S. convida cinco mulheres e 15 articulistas para conversar sobre maternidade, trabalho, amor, corpo e menopausa