Na expectativa das eleições de 2022, um dos temas que mais despertam interesse dos brasileiros é a economia, vide a procura pelo assunto quando se olha para política, segundo a liderança de buscas no Twitter.
Diante da atual situação do País, O POVO apresenta aos eleitores os planos dos presidenciáveis para recuperar o campo econômico.
Marcado para o dia 2 de outubro, o primeiro turno deve receber mais de 156 milhões de pessoas que vão às urnas para definir os responsáveis por importantes cargos.
Além da Presidência da República, também serão votados os representantes para os postos de governador, senador, deputado estadual e deputado federal.
Antes de escolher em quem votar, a população pode consultar os planos de governo e buscar informações de todas as candidaturas registradas no Brasil por meio do DivulgaCandContas (divulgacandcontas.tse.jus.br), plataforma do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O POVO fez um comparativo entre os projetos econômicos dos candidatos mais bem colocados nas pesquisas eleitorais.
Elencou o que Ciro Gomes (PDT), Jair Bolsonaro (PL), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Simone Tebet (MDB) propõem para alguns dos principais pontos ligados à economia, como reforma tributária, geração de empregos, programas de transferência de renda e endividamento.
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O combate à pobreza, que já atinge mais de 30 milhões de brasileiros, é um dos tópicos em comum entre as propostas dos quatro primeiros na disputa presidencial, por exemplo.
Mas apesar de manifestarem a intenção de desenvolver ações para o enfrentamento às desigualdades sociais, nem todos apresentam medidas diretas para tal.
Na avaliação da economista Silvana Parente, presidente do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), os itens da área econômica das propostas de governo contêm semelhanças e diferenças.
“Sobre a questão da reforma tributária, a gente vê muita semelhança entre a proposta do Ciro e a do Lula, sendo que a do Ciro se mostra mais detalhada, com a taxação dos mais ricos e uma tributação mais progressiva”, aponta.
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Outro ponto de análise, que para Silvana é um dos mais importantes, é o compromisso com a geração de trabalho e renda. Na visão da economista, com relação a essa questão existe uma maior preocupação de Ciro Gomes (PDT) e Lula (PT):
“O primeiro fala de um Plano Emergencial de Pleno Emprego, embora não detalhe as estratégias para fazer isso; já o segundo cita formas alternativas à economia formal, fala muito na questão tecnológica e ambiental, reforma agrária, economia solidária, economia criativa, apoio ao cooperativismo e empreendedorismo de pequenas e médias empresas, então está bem mais robusto”, diz.
Por outro lado, ela expressa que esse assunto está ausente nos planos de governo de Bolsonaro e Simone Tebet.
“É como se fosse uma mera consequência da intenção de crescimento da economia. Essa questão requer uma estratégia bem mais complexa do que simplesmente esperar que a economia cresça”, assegura.
A política fiscal será um dos grandes desafios do próximo governo: segundo cálculos de economistas do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), o rombo nas contas públicas pode chegar a R$ 430 bilhões em 2023, equivalente a 4,2% do PIB.
Diante disso, as questões fiscais são uma preocupação comum entre os candidatos mais cotados nas pesquisas de intenção de voto para as eleições deste ano. Taxar os mais ricos e simplificar os impostos, por exemplo, são algumas das promessas.
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Ciro Gomes (PDT) e Lula (PT) citam a taxação de grandes fortunas como forma de financiar políticas públicas e os custos com programas de transferência de renda, a exemplo do Auxílio Brasil.
Em suas propostas, Lula acena para uma revogação do teto de gastos. “Vamos recolocar os pobres e os trabalhadores no orçamento. Para isso, é preciso revogar o teto de gastos e rever o atual regime fiscal brasileiro, atualmente disfuncional e sem credibilidade”, diz o documento.
No caso da senadora Simone Tebet (MDB), o plano não cita a criação de taxas para grandes fortunas, mas declara que tem como objetivo “implementar, nos seis primeiros meses de gestão, a reforma tributária, com dois objetivos principais: simplificação e justiça social”.
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Candidato à reeleição, o presidente Jair Bolsonaro (PL) se limita a dizer que “continuará a implementar mudanças e reformas estruturantes” na área da economia.
A tributação para quem ganha mais, todavia, é uma medida defendida publicamente pelo atual ministro da Economia, Paulo Guedes.
O principal projeto apresentado pelo atual presidente é a prorrogação do Auxílio Brasil, proposta que tem medidas da campanha de 2018, como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até cinco salários mínimos.
“Há um consenso que a economia brasileira precisa de uma reforma tributária mais aprofundada, ampla, principalmente diante das grandes diferenças regionais”, analisa o economista Alcântara Macedo.
“Se observa que as grandes diferenças estão nos planos de governo da esquerda e da direita. O Ciro faz um meio-campo aproveitando ganchos e monta uma socialização dos fatores de produção. Esse é um caminho com visão social mais profunda, mas que torna mais lento o crescimento e, evidentemente, o desenvolvimento”, frisa.