Mais de 32 milhões de brasileiros se abstiveram do voto no primeiro turno das eleições de 2022, realizado neste domingo, 2 de outubro. O número equivale a 20,9% do eleitorado apto e é o maior nível de abstenção desde 1998, primeiro ano em que a urna eletrônica foi utilizada pelo eleitorado, quando 21,5% dos eleitores aptos não votaram.
O resultado é semelhante ao que foi registrado nas eleições de 2018, quando o percentual foi de 20,3%. Entre os estados, Rondônia foi o que obteve a maior quantidade de abstenções no primeiro turno, com 24,65%. No Ceará, 1.190.122 eleitores se abstiveram, o que equivale a 17,45%.
Por outro lado, porém, os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apontam para uma redução no número de votos brancos e nulos: foram 5,4 milhões (4,41% do total), menor índice desde 1998, em que esses votos formaram 18,7% do eleitorado apto à época. Em 2018, brancos e nulos somaram 8,8%.
Segundo o ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, a diminuição de votos nulos e brancos por se tratar de uma eleição “acirrada” pode ter sido um dos motivos para o aumento das filas.
“Aproximadamente 7,5 milhões de pessoas compareceram a mais para votar em candidatos, deixando de votar nulo e em branco. Talvez porque é uma eleição acirrada, mais polarizada. Isso pode ter sido um dos motivos concorrentes para que tenham ocorrido filas”, afirmou.
“É diferente uma pessoa anular o voto, votar em branco do que escolher as cinco opções, leva um tempo a mais. É um dado interessantíssimo, porque representa uma maior participação efetiva na escolha dos dirigentes do país”, avaliou Moraes em entrevista coletiva.
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