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Nany People: "A arte me salvou de mim mesma"
Reportagem Seriada

Nany People: "A arte me salvou de mim mesma"

Humorista, apresentadora de televisão e atriz, a artista multifacetada Nany People aposta no papel revolucionário da arte na vida de pessoas trans
Episódio 63

Nany People: "A arte me salvou de mim mesma"

Humorista, apresentadora de televisão e atriz, a artista multifacetada Nany People aposta no papel revolucionário da arte na vida de pessoas trans
Episódio 63
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"Não se nasce mulher, torna-se mulher”. Quando a escritora e teórica social francesa Simone de Beauvoir (1908- 1986) publicou o segundo volume da célebre obra "O segundo sexo", em 1949, Nany People Cunha Santos ainda não era sequer projeto de gente. Nascida na cidade mineira de Machado ao 1º de julho de 1965, no entanto, rebentou ao mundo carregando no corpo a marca do devir. Mulher trans pioneira na televisão brasileira e apaixonada pelas artes cênicas, Nany encontrou nos palcos missão, vocação e festa.

A humorista Nany People integrou o elenco de programas como os de Goulart de Andrade, Programa da Hebe, Xuxa Meneghel, Flash, A Praça é Nossa, Cante Se Puder(Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS A humorista Nany People integrou o elenco de programas como os de Goulart de Andrade, Programa da Hebe, Xuxa Meneghel, Flash, A Praça é Nossa, Cante Se Puder

A primeira mulher inspiradora na vida de Nany People foi sua mãe, Dona Yvone. Ainda durante a infância da filha, a mãe foi chamada ao colégio para resolver o “problema" do filho que era “muito diferente”, nas palavras da diretora. "Muito sábia, minha mãe retrucou que não era um problema e sim a minha condição", relembra a artista. Sempre tive uma aceitação materna e ser trans foi uma solução de vida". Aos 37 anos, reconheceu-se mulher — formada por muitas outras, múltipla.

Nany cursou a extensão universitária de interpretação pela Unicamp e estudou Teatro no Teatro Escola Macunaíma. Ao longo de 10 anos, fez do Teatro Paiol seu lar. Artista multifacetada, integrou o elenco de diversos programas como os de Goulart de Andrade, Programa da Hebe, Xuxa Meneghel, Flash, A Praça é Nossa, Cante Se Puder, entre outros. Em 2018, ganhou seu primeiro papel em uma telenovela brasileira: "O Sétimo Guardião", da Rede Globo, escrita por Aguinaldo Silva. A mineira interpretou o químico trans Marcos Paulo Pianowski, apostando na expansão do debate sobre gênero.

Com uma mala no bagageiro, Nany People ganhou o Brasil na turnê dos espetáculos “Tsunany” e “Nany é Pop - Um Musical”. Amante da "loura desposada do sol", a mineira é apaixonada por Fortaleza e coleciona amigos na Capital cearense: tem seu próprio quarto na casa de Luís Antônio, intérprete da personagem Aurineide Camurupim — e, "louca por cachorros", como se define, é até madrinha do cachorro do cearense. Outro irmão de trajetória é Ciro Santos, intérprete da incendiária Virgínia Del Fuego, que há mais de 30 anos se apresenta em todas as casas e teatros de humor da Cidade.
Aos 56 anos, Nany celebra estar viva, muito viva. "A arte é mágica, transformadora, sobrepõe-se a tudo — eu sou tudo o que desejei".

 

 

O POVO - A senhora é uma mulher trans nascida numa cidade interiorana na década de 1960. A relação familiar foi um suporte nesse contexto ainda tão conservador?

Nany People - Quem gosta da gente, gosta da gente, então quem gosta de mim conhece a minha história. Eu sou de uma geração que não tinha nome para a palavra "trans", não tinha. Eu tenho a felicidade de ser uma mineira nascida numa cidade muito pequena, Machado, e cresci numa cidade menor ainda chamada Serrania. Eu tive uma mãe à frente do tempo que nunca questionou minha natureza, ela sempre me empoderou, protegeu, respeitou, amou e me preparou para a vida. Esse foi um grande diferencial na minha vida — a vida média de uma pessoa trans no Brasil não ultrapassa 35 anos.

O Brasil é o País que mais mata por homofobia e transfobia, por isso é muito importante conseguir na justiça a criminalização do preconceito sexual ou de gênero. A lei contra o racismo só foi aplicada e respeitada porque mexe no bolso das pessoas, já que é inafiançável. Enfim, eu tive essa felicidade de nascer em uma família que me amou demais. Às vezes, comentam comigo que não há muitas trans na universidade e eu sempre digo "meu amor, a gente não consegue terminar o ginásio!". Como vai ser? É fundamental falar sobre isso.

OP - O interesse pela arte surgiu ainda na infância?

Nany - Sim, muito cedo eu descobri a minha inclinação para as artes. Comprei uma bicicleta cantando no Show de Calouros, na Caravana do Chacrinha, em Poços de Caldas (MG), depois cantei no Chacrinha de novo aos oito anos para ganhar uma televisão. Mais tarde, ganhei uma bolsa de estudos para o Conservatório Musical, que fica ao lado do Teatro da Urca. Entrei num curso de iniciação teatral e não parei mais! Estou com 56 anos e o teatro sempre fez parte da minha vida: na escola, na igreja, na profissão. Fui para São Paulo estudar teatro, fiz a peça "Macunaíma", cursei interpretação na Unicamp e tive a felicidade de trabalhar durante 10 anos no Teatro Paiol, com Paulo Goulart e Nicette Bruno.

A mudança para São Paulo foi na cara e na coragem, sem subsídio familiar, sem nada… Eu fui trabalhar num banco das 7h às 13h e frequentava o Teatro Paiol das 20h às 22h. Toda vez que a parte administrativa ou mesmo a parte acadêmica da vida me chamou, até mesmo com salários mais compensadores, eu sempre abri mão em nome do teatro. O teatro sempre foi o combustível da minha vida. Há mais de 40 anos, não tem um dia sequer que eu não faça um movimento inclinado para assistir uma peça, ler um texto. O que eu estou colhendo na minha vida hoje é um trabalho que começou quando eu tinha 10 anos de idade. O teatro sempre foi a mola mestre da minha vida, essa é a minha profissão de fé.

Tenho falado sobre esse uso abusivo de procedimentos estéticos, como o que chamo de desarmonização facial — a pessoa já tem cara de bunda, aí vai e fica com cara de tábua! Eu acho chato que se interprete o tempo todo na Internet, um saco! Tem gente que coloca até vídeo do parto, pelo amor de Deus!

OP - Quais mulheres te inspiraram nessa trajetória artística?

Nany - Minha mãe, Rogéria (1943- 2017), Hebe Camargo (1929- 2012), Lília Cabral (1957- ) e Fafá de Belém (1956- ) são as mulheres da minha vida. As cinco me inspiraram muito! A minha mãe me inspirou o tempo todo, a vida inteira. Já a Rogéria, eu vi no palco e entendi que queria fazer aquilo, ser como ela. Tudo que a Hebe falava, por sua vez, era lei no Brasil. A Fafá é uma força da natureza, não resisto a ela. Dá dois minutos com ela e eu já tô rodando no meio da sala cantando "Ê, Emoriô!" (risos). Eu vi a Lília na TV e quis conhecer ela… Quando eu vi essa mulher de perto numa peça, quis trabalhar com ela. Anos depois, fui chamada para fazer um teste na Globo e com quem era o papel? Lília Cabral, uau! É por isso que a arte é mágica, transformadora, sobrepõe-se a tudo — eu sou tudo o que desejei.

OP - A classe artística foi duramente afetada pela pandemia — e o desmonte da cultura é ainda anterior à crise sanitária. Como a senhora avalia o atual contexto das artes cênicas no País? Quais desafios enfrentou nesse período?

Nany - A classe artística foi a primeira a parar e a última a voltar. Foi muito difícil, mesmo para quem trabalhou com teatro na virtualidade. O teatro tem uma coisa que a música, por exemplo, não precisa — a música toca para o público, o ator toca o público. Acredito que esse movimento também se reflete na educação, nós temos uma geração que foi e será muito afetada, descarrilou total. Estamos diante de crianças que não conhecem ainda o presencial e nós, artistas, vamos precisar trabalhar pensando nessa reconstrução. É muito importante, nesse sentido, ter uma autonomia de trabalho para criar…

É por isso que estou investindo em monólogos, porque é mais viável, mais comercial. Antes da pandemia, fiz uma peça que tinha oito atores, 15 pessoas na produção, técnico de som e camareira. Ficou inviável viajar. Agora, nos meus solos, eu pego meu carro, minha máquina de fumaça, meu microfone e vou. Nós temos muitos artistas que ainda precisam voltar ao mercado de trabalho, é muito complicado. Se no Brasil o artista já estava vendendo o almoço para comprar o jantar, com a pandemia ficou pior ainda. Agora uma coisa é certa e dou graças a Deus: as pessoas não perderam a vontade de querer ser feliz. O povo quer viver, celebrar, desejar. Os teatros estão cheios, os shows estão cheios. Nós precisamos viver além de subsídios.

OP - Leon Eliachar (1922-1987), humorista carioca, dizia que o humor é "a arte de fazer cócegas no pensamento". Qual é o espaço do humor nas artes, Nany?

Nany - O humor, literalmente, nunca é levado a sério. Nunca se viu uma peça, um filme, uma obra de humor ou de comédia ser indicada para esses grandes prêmios. Eu, enquanto atriz profissional do riso, sinto como é importante não ficar só no teatro, fazer a coisa onde der para fazer. Trabalho em restaurante, em festival… Fortaleza, que é a capital do Nordeste que eu mais frequento, mais me identifico e mais tenho amigos, tem um humor muito diferente do meu, um humor de personagem e mais regional. O meu trabalho é stand-up — não vou dizer que é humor de cara limpa porque uso muita maquiagem, uso maquiagem até falar "bom dia" na portaria porque meu porteiro não me reconhece! Se meu cachorro me vir sem batom, ele me estranha! (risos).

Eu tenho consciência que meu humor não é tão consumido no Ceará, mas foi o Estado que me deu amigos e oportunidades de trabalho. O Ciro Santos me uniu com a Rogéria no espetáculo "Encontro das Divas". O humor cearense me inspira muito. Amo a Rossicléa (personagem interpretada pela humorista Valéria Vitoriano), o Falcão. O Ceará tem um humor que torna tudo permitido — você vê um girassol daquele tamanho e acha que orna, não posso ver um terno que acho que falta o girassol!

Tenho consciência que meu humor não é tão consumido no Ceará, mas foi o Estado que me deu amigos e oportunidades de trabalho... O humor cearense me inspira muito... O Ceará tem um humor que torna tudo permitido... lembra a Commedia Dell'arte em suas maquiagens, acho divertidíssimo, não tem filtro!

OP - O humor tradicional cearense utiliza acessórios, cenários, caracterização ou personagem, mas o stand-up segue outro processo criativo. O que te desperta o olhar no cotidiano para se tornar material de trabalho, piada, brincadeira?

Nany - O humor cearense lembra a Commedia Dell'arte (uma vertente popular do teatro renascentista caracterizada pela improvisação e espontaneidade de seus atores) em suas maquiagens, acho divertidíssimo, não tem filtro! (risos). Falando no stand-up, existe uma celeuma sobre o artista do stand-up escrever o próprio texto. No stand-up existe um personagem? Existe. É um personagem crítico, que se distancia das suas configurações e até se relaciona com coisas com as quais você não comunga.

Por exemplo, eu não fumo e não bebo, mas eu tenho uma sequência que eu faço sobre gente que fuma e bebe. Para mim, o segredo do processo de criação é saber manter a tônica de até onde vai a sua crítica e até onde vai o respeito ao outro. Quando você vai fazer um texto sobre um jantar, por exemplo, você não tem como fazer piada sobre dejetos orgânicos, é um tiro no pé. Nós presenciamos, recentemente, a situação do Will Smith com o Chris Rock durante a cerimônia do Oscar, onde o Will bateu no Chris após a ofensa à sua esposa.

Tem limite para o humor? Não é questão de limite, é questão de bom senso. O microfone é uma arma: o que você diz pode ser usado ao seu favor e contra você. O stand-up nada mais é que uma continuação do que acontecia na comédia do Teatro Vaudeville, do Teatro de Revista (tradições de entretenimento popular americano do século XIX), onde fechavam as cortinas para a troca de cenário e os humoristas iam falar com a plateia usando um tema do cotidiano. O stand-up existe há muito tempo, nós não inventamos a roda, só continuamos a criar a partir do dia-a-dia.

O nome da humorista Nany People é inspirado na apresentadora Nâni Venâncio(Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS O nome da humorista Nany People é inspirado na apresentadora Nâni Venâncio

OP - Cirurgia plástica sem limites, hábitos alimentares desregulados, uso indiscriminado de celulares e redes sociais, tudo isso integra o seu espetáculo "TsuNany". Como nasceu essa obra pautada na função de "relatora social" que "critica e não crucifica"?

Nany - Eu tenho falado sobre esse uso abusivo de procedimentos estéticos, como o que chamo de desarmonização facial — a pessoa já tem cara de bunda, aí vai e fica com cara de tábua! Eu acho chato que se interprete o tempo todo na Internet, um saco! Tem gente que coloca até vídeo do parto, pelo amor de Deus! Eu acabei de almoçar! Vamos manter o decoro! Eu acho que o meu T na sigla LGBTQIA+ é de Tiranossaura (risos).

O humor é uma ruptura, para ter graça tem que ter essa ruptura no sistema. Alguém cai no chão, você ri, é uma ruptura no dia. É tudo aquilo que quebra o convencional. Esse senso crítico de não me deixar levar pela corrente é a mola propulsora do meu trabalho. A gente é o que a gente pensa. O dramaturgo e poeta alemão Bertolt Brecht (1898-1956) dizia que “qualquer discurso, para ser pertinente, tem que ser bem-humorado".

OP - Os palcos dos teatros são sua paixão, mas a televisão também é sua casa. A senhora acumula trabalhos como repórter, jurada, participante de programas televisivos e também participou do reality show "A Fazenda", exibido pela Record TV… Existe um processo de adaptação da artista do teatro para as telas? Que diferença é essa?

Nany - Tem que ter uma adaptação, com certeza. No teatro presencial, existe uma conexão com o público naquele momento, naquele contexto. Nunca a recepção do público é igual, mesmo que seja o mesmo texto nas apresentações, porque cada plateia assimila diferente, ri diferente. O espetáculo teatral é como uma transa, é único. Fazer humor no teatro tem que ser mesmo como uma transa: tem que ser gostoso, tem que ser divertido, tem que estar lubrificado pra escorregar e não machucar! (risos).

A crítica até dói, mas tem que ser divertida. Quando Brecht afirma que “qualquer discurso, para ser pertinente, tem que ser bem-humorado", lembro também daquela famosa frase do Paulo Autran: "A arte do ator no teatro é a arte do ator. Cinema é a arte do diretor, e televisão é a arte do anunciante".

Por isso o teatro é imortal, por isso o teatro é mais antigo que o Cristianismo, porque tem o poder da catarse. A catarse é transcender a ação, é se reconhecer no que está vendo. O humor é libertador, é muito catártico, rir é motivacional. A gente nasce careca, pelado e sem dente, o que pintar é lucro — então se divirta na vida.

A arte me salvou de mim mesma. Quando eu falo de humor, eu encho a boca. A arte salva, é libertadora, é um universo em que tudo é permitido e todos são bem-vindos: os loucos, os ditadores, os prostitutos, os lunáticos… Todos são libertados ali. No meu caso, a arte me ajudou a não ser a esquisita da turma, eu fui a artista do colégio

OP - A senhora foi pioneira na televisão — e, hoje, esse espaço é também ocupado por pessoas trans. No Big Brother Brasil deste ano, a atriz e cantora Linn da Quebrada se destacou por pautar o debate sobre gênero, por exemplo. Qual é a importância de valorizar a transgeneridade nesse espaço público?

Nany - Eu fui apresentada na televisão pelo jornalista Goulart de Andrade (1933-2016) na extinta TV Manchete. Para a família brasileira, eu fui apresentada pela Dona Hebe Camargo. A Hebe me contratou para um programa ao vivo, você olhava para mim e não sabia se eu era um Avatar, uma arara azul! (risos). Eu fiz matérias desde o interior de Pernambuco até Portugal. A Hebe abriu o mundo para mim. Eu fiz "A Fazenda" em 2010, a televisão é minha segunda casa. Saí com fama de pavio curto, mas eu tenho mesmo! (risos). Se fazem uma cachorrada comigo, eu faço um canil todo. Existem movimentos que valorizam pessoas negras, pessoas trans, minorias na televisão hoje.

OP - A senhora costuma afirmar que é "a mulher que se auto-fez". Como a arte também fez a Nany People?

Nany - A arte me salvou de mim mesma. Quando eu falo de humor, eu encho a boca. A arte salva, é libertadora, é um universo em que tudo é permitido e todos são bem-vindos: os loucos, os ditadores, os prostitutos, os lunáticos… Todos são libertados ali. No meu caso, a arte me ajudou a não ser a esquisita da turma, eu fui a artista do colégio.

A arte me possibilitou resistir e até me defender das críticas que ouvi. Aos 10 anos, eu fui ao psiquiatra porque tinha uma "disfunção social", mas na arte eu achei minha turma, encontrei meu nicho. Quando eu me descobri trans, que nem existia essa nomenclatura quando eu era criança, eu só me via como uma mulher num corpo que não era meu. Eu fui transformista na noite — a drag queen veio depois — mas a arte me possibilitou me entender. A arte me ajudou a me modelar, a me projetar, a me conscientizar, a me projetar, a me aceitar, a me adequar.

Quando eu me entendi como artista, eu passei a ser mais respeitada… Diria até que mais comestível, sabe? (risos). Passei a ser mais consumida, as pessoas compravam a minha ideia. Tem pessoas que nascem em lugares completamente ermos e vão dançar em balés na Rússia, por isso é tão importante ter trabalhos sociais que valorizem os artistas. Fortaleza é um celeiro de humor! Penso na história de superação do Tom Cavalcante, por exemplo. O humor nos torna universais, nos une. A arte salva.

OP - Quais são os desejos da Nany para o futuro? Que planos te acompanham agora?

Nany - Eu não planejo mais nada de longo prazo. A pandemia me ensinou a viver o agora. Se quiserem me contratar para um trabalho daqui a cinco meses, eu não fecho, que é bobagem. Eu estou em programas na Globo e na GloboPlay, viajando com dois solos. O meu projeto é viajar muito e seguir minha agenda que está babado, confusão e gritaria. Eu quero é mais!

 

 

 

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