De origem simples, a cearense filha de paraibanos, Eliziane Colares, debruçou-se nos livros desde pequena. Nas férias do meio do ano antecipava todas as lições que teria que fazer no segundo semestre. Toda essa dedicação ao conhecimento a faz se autointitular de nerd.
O sonho de cursar Belas Artes em São Paulo foi adaptado, sem traumas, ao curso de Edificações que, de certa forma, a aproximava das Artes e da Arquitetura. Na adolescência deu duro estudando em dois períodos e trabalhando nos outros.
Pegava ônibus para se deslocar de um canto ao outro. Formou-se em Economia pela Universidade Federal do Ceará (UFC). A coragem em viver novas experiências a levou para seleções externas e internas no Banco do Nordeste (BNB), onde trabalhou por 12 anos em diferentes áreas, tendo se destacado na comunicação.
Foi lá que conheceu seu amor, sócio e pai dos filhos, Evandro Colares, que deixava as pessoas passarem na sua frente na fila da agência bancária para ser atendido pela futura esposa. A parceria vingou na vida pessoal e profissional.
Da união, dois meninos: Evandro e Guilherme, que mesmo tendo a liberdade para voar em outros setores, escolheram associar a comunicação com a tecnologia, fundamental na publicidade hoje, e seguem ao lado dos pais na direção da Advance Comunicação.
Empresa que surgiu, em 1995, do lado empreendedor de Eliziane que ansiava por mais na vida e o caminho para realizar seus sonhos era seguir criando. Encontrou nas diferenças de perfis dos pais o equilíbrio para não levar os problemas tão a sério, mas a garra para resolver de forma leve tudo que é preciso.
Aos 56 anos, não larga os livros e as novas formas de conhecimento. Vai atrás para entender com intensidade tudo o que precisa. Superficialidade não é com ela. Pelo ritmo que leva e a paixão em ser útil deve seguir trabalhando ao logo da vida, lógico, que com carga reduzida.
Além de levar a agência a degraus mais altos no mercado nacional, a missão vegana que entende ter deve ocupar seu tempo daqui para frente. Seu olhar mercadológico e 360 graus permite todas essas novas conquistas. Confira entrevista sobre carreira, planos, mercado e família concedida com exclusividade ao O POVO.
O POVO – Como foi sua infância e adolescência em Fortaleza?
Eliziane Colares - Meus pais são da Paraíba e eles casaram e vieram morar aqui e eu nasci aqui, tenho mais um irmão e uma irmã, eu sou a caçula, era a queridinha. Minha família sempre foi muito simples, muito humilde.
Minha mãe era funcionária pública e o meu pai foi motorista de táxi, foi motorista da Prefeitura, trabalhou na Superintendência de Campanhas de Saúde Pública (Sucam) e como propagandista de medicamento.
Toda minha infância foi no bairro da Aerolândia, onde morávamos numa vila e brincávamos muito na calçada de esconde-esconde, corda, corríamos... Era muita brincadeira e diversão ali mesmo na calçada.
Sempre foi tudo muito família, pois outras pessoas que vieram da Paraíba moravam no entorno, nossas festas eram quando alguém da família casava ou aniversário do primo. Então a gente era muito focado em estudar e eu sempre gostei muito de estudar. Eu sempre fui muito nerd.
O POVO – Estudava em muitos momentos?
Eliziane – Sim, eu estudava nas minhas férias, pegava todos os livros no meio do ano e eu já resolvia todos os exercícios até o final do ano. Lembro que na escola que eu estudei, a gente não tinha tanto foco em história, talvez por eu ter vivido a minha vida escolar no período da ditadura, tinha muita censura até nos livros didáticos.
Então eu sempre me destacava em Matemática e Português. Depois entrei para a Escola Técnica, em paralelo a 8ª série, no antigo Cefet e atual Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) e estudava o dia todo, pois lá tinha curso preparatório para escola técnica.
Decidi cursar arquitetura por ter mais aderência com o que sonhava ser.
O POVO – Qual profissão queria ter?
Eliziane - Em algum momento eu quis fazer artes plásticas, pois eu adorava pintar, e tudo que fosse ligado ao universo das artes, mas aqui não tinha o curso Belas Artes, onde eu achei alguma aderência foi arquitetura. Com a dedicação no Cefet, consegui entrar por conta das boas notas em Edificações, que é como se fosse um nível médio de a Arquitetura, Engenharia Civil.
O POVO - Como era a relação com seus pais e no que se espelhou?
Eliziane - O meu pai tem uma coisa muito interessante, para ele tanto faz ele morar num castelo como debaixo da ponte. Ele não está nem aí para nada (risadas). Ele é aquela pessoa que o mundo está se acabando e ele está feliz da vida o tempo inteiro. Não tem tempo ruim.
Ele sempre foi aquele cara que todo mundo ama. Ele é legal, divertido e leve. Por conta disso a minha mãe teve que assumir as rédeas da casa. Então eu aprendi muito com meu pai de não levar as coisas de uma forma tão pesada, ser mais leve no dia a dia e você não ficar sofrendo por qualquer coisa.
É o desprendimento de não ficar se agarrando com tantas coisas materiais. E, ao mesmo tempo, aprendi com a minha mãe de resolver as coisas da vida. Ela era guerreira, aquela mulher que resolvia tudo, que não parava. Arrumava a casa e corria, ia trabalhar e matriculava a gente no colégio, ia para reunião, enfim, ela assumia tudo.
Há quem diga hoje que a dona Miriam sempre fez tudo e o seu Alencar acabou ficando sem mexer com o cérebro, ele foi acomodando. Eu respondo, mas eu acho que ele achava ótimo porque alguém fazia tudo por ele e ele não precisava se preocupar com nada. Até hoje é assim. Ele diz que mamãe escolhe os lugares para onde ir que estará ótimo (risadas).
O POVO – Ainda os encontra com frequência?
Eliziane – Sim, aos finais de semana. Eles já estão com mais de 80 e a gente convive bastante,
Então tem esses aprendizados que eu acho que tem esse equilíbrio. De você não levar as coisas tão a sério, não ter sofrimento para resolver as coisas, reclama menos e resolve, e ao mesmo tempo você ser muito dinâmico.
Minha mãe é dinâmica até hoje, ela não para um minuto. Eu tenho esses valores e exemplos que passo para os meninos (filhos) e eles também conviveram muito com os avós.
Porque nessa correria da gente ter empresa, depois que montei a Advance eu já fiz duas pós-graduações, como os meninos eram pequenos, eu empreendendo e estudando, meus pais me davam um suporte fantástico.
Esse valor da família, do cuidado e da disponibilidade da gente se ajudar vem dos meus pais. Eu digo muito para eles, eu sei que vocês brigam, mas no fim vocês vão ser o suporte um do outro para o resto da vida. Na hora de uma dificuldade não pensem que vai vir amigo cuidar de vocês, quem vai cuidar é o irmão, é alguém da família.
Além disso, a questão da honestidade, da ética, de uma visão social que não seja alienada da gente saber que a gente vive ali num País de muita desigualdade. Da gente se sentir solidário aos problemas do País.
O POVO – Isso mexe com a senhora?
Eliziane – Eu sempre me questiono por que a medida que você vai caminhando para um patamar de ser empresário e de ter interesses que dentro desse universo político constroem-se esses conflitos.
Por exemplo, se você é empresário você tem que ser contra o direito dos trabalhadores. Eu falo: "Opa, por quê? Pera aí uma coisa não exclui a outra. Por que a gente enquanto empresário vai estar sempre querendo oprimir, querendo tirar o direito, querendo vantagens e não contribuir para que aquelas pessoas consigam subir de nível social e evoluir?"
Isso é um ponto que eu estou sempre ali me questionando. Olhando para o dia a dia e percebendo, eu estou seguindo. E isso está correto, tem valores éticos? Converge para uma postura humanizada e cidadã? Isso são valores que eu tive da minha família.
Isso aqui está nas minhas origens e eu não vou negar minhas origens e eu não vou me perder disso, porque isso é muito caro para mim. E como tenho sócio, que é o Evandro, tenho sempre que negociar com ele e com os próprios filhos quando quero implementar algo novo.
O POVO - Antes da Advance Comunicação trabalhou no Banco do Nordeste. Quais as experiências adquiridas nesse período?
Eliziane - Quando eu estava na Escola Técnica surgiu um concurso para o Banco do Nordeste para ser desenhista. Naquela época não tinha computador para fazer um folder, uma peça, a gente trabalhava na prancheta, régua, feito de forma artesanal.
Então eu pensava na composição do folder, usava letra sete, eu tinha que fazer as marcações e ia montando de uma forma artesanal. O banco tinha uma gráfica, eu levava lá e escolhia a fonte, o corpo da fonte e ele fazia uma fotocomposição e eu levava para fazer toda a montagem.
Colocávamos um tipo de papel manteiga para cobrir e fazer as observações em cima dele para não riscar o “quebra-cabeça”, a montagem. Isso foi muito interessante e foi muito rico, porque eu consegui viver toda essa evolução tecnológica.
Lá no banco eu entrei com essa frente de desenho técnico e surgiram concursos para aprendiz bancário eu não perdia nenhuma oportunidade e eu. Esse programa chama CHB, curso de habilitação bancária e eu fui da 10ª turma.
De manhã fazíamos aulas programadas de estatística, balanço, contabilidade, quase como uma faculdade, e a tarde você fazia a prática indo para alguma agência do banco, trabalhar na prática. No meu foi um ano, mas na época do Evandro (esposo), eram três anos.
Então muito aprendizado. Eu estudava de manhã no banco, à tarde eu estagiava e de noite eu fazia escola técnica. Era uma vida muito intensa. A gente sai muito preparado. Fui trabalhar em uma agência do interior, você é tudo. É o caixa, a agência fechou, você corre e faz a função a retaguarda, depois a contabilidade, prepara a cobrança e faz tudo.
O POVO - Qual interior foi?
Eliziane - Eu fui para Itapipoca e também tive a oportunidade de ir para Araguaína, que naquela época era Goiás e hoje é Tocantins. Uma experiência fantástica. Fui também para Paulo Afonso (BA). Era muito aprendizado, muita coisa e eu era daquelas: "Manda para cá, eu quero aprender tudo."
O POVO – E como voltou para Fortaleza?
Eliziane - Quando eu estava em Itapipoca o banco não conseguiu mais resolver com o estagiário esse trabalho de fazer as montagens de peças e alguém disse assim: 'Oh mas tinha uma menina que trabalhou aqui, ela está lá do interior...' E me trouxeram de volta.
Voltei para uma área como se fosse recursos humanos e depois eu comecei na área de Marketing, tinha uma área de Planejamento e Marketing, uma área de Assessoria de Comunicação, tinha uma área na Presidência. Trabalhei 12 anos no banco.
O POVO – E a comunicação como entrou de vez na sua rotina do banco?
Eliziane – As agências que atendiam o banco eram licitadas e teve uma concorrência que uma agência que perdeu entrou na justiça e o banco ficou impedido por um ano de trabalhar com qualquer agência.
Aí lembraram da Eliziane que sabia fazer tudo lá e em uma viagem pessoal ao Exterior eu trouxe um computador, 286, que me permitia fazer todo aquele trabalho manual no software. Isso também já trouxe um outro aprendizado, porque aí eu fui evoluindo para dominar o software gráfico.
E ao mesmo tempo fui investindo nessa habilidade que eu tinha e gostava das artes plásticas. Eu no Marketing passei a fazer as peças das campanhas.
O POVO -Conheceu seu marido, Evandro, no Banco do Nordeste?
Eliziane - Isso. Eu era caixa na agência Centro e ele trabalhava em outro departamento no mesmo prédio, em andares acima.
E eu estava como caixa, era fila única, e eu percebi que tinha uma pessoa que quando chegava a vez dele, ele passava outra pessoa para cair no meu caixa. Aí ele veio e começou a me cantar e tal e foi ali que a gente se conheceu, em 1987.
Naquela época tivemos um namoro rápido, depois a gente rompeu depois de dois anos a gente se reencontrou e acabamos ficando juntos. Casamos, tivemos dois meninos.
O POVO - Como surgiu a ideia de criar a Advance Comunicação?
Eliziane - Quando eu trabalhava no Marketing, o banco estava em um momento de contenção e cortou as horas extras, aí eu fiquei pensando... "Caramba! Eu posso trabalhar seis horas e eu vou fazer o que depois?"
Aí pensei que já tinha equipamentos e havia demandas, pois como Evandro era sócio do bloco Kanguru, e eu fazia os abadás, e eu tive vários abadás premiados, muitas pessoas começaram a me procurar pedindo algum serviço.
Pensei: "Vou pegar esse tempo e eu vou começar a fazer esses trabalhos." Percebi que se eu me organizasse melhor eu teria ali um mercado. Aluguei uma sala comercial com um sócio que também era do banco e teve as horas cortadas e montamos uma estrutura.
Mas chegou um momento que a gente começou a conquistar clientes que não estavam dando para conciliar com o banco. Pensei: "Ou eu vou ou eu desisto". Porque começou a criar um conflito estar no banco e um cliente te ligar.
O POVO – E o que fez?
Eliziane – Pensei que não estava sendo honesto, eu no banco e estar atendendo cliente que não é do banco. E aí eu preferi pedir licença não remunerada no banco e arrisquei. Tive um papo com meu sócio e ele não quis sair do banco. Até hoje é meu amigão.
Foi quando Evandro comprou a parte dele, mas ficou no banco, e a empresa foi crescendo. Consegui a conta da Rabelo, que foi a primeira grande conta. Nisso fui contratando pessoas, fui montando equipe e, muito determinada, e segura de todos os custos, não tirava pró-labore e sempre investia na empresa.
Pensava: "Não preciso comprar nada, não preciso daquele batom novo" (risos). Evandro poderia comprar, mas eu não queria isso. Só tive que correr a ele para um empréstimo, mas só um mês, para a compra de uma sala comercial. Depois devolvi.
Mas eu consegui fazer uma jornada de começo de empresa, de um começo duro, de um começo que não tinha caixa, não tinha capital de giro. Eu trabalhava muito e fazia de tudo. Eu trabalhava nessa área criativa, mas eu tive que aprender a fazer mídia, por exemplo, eu sou dessas nerds que não pegam por cima, eu vou atrás compro livro, leio.
Em tudo eu me dedico muito. A experiência que tivemos no banco ajudou.
O POVO – O que tem de positivo e de negativo no empreender?
Eliziane - Dessa forma orgânica que a gente começou, sem ter aquele planejamento de um orçamento, era um crescimento que você não tinha lucratividade e exigia muita determinação e energia para fazer a coisa acontecer. Eu trabalhava muito.
Tinham dias que nem conseguia parar para almoçar e ficava o dia inteiro. Conciliar isso com a família, com os filhos, o marido nem sempre entendia, criava aquele conflito e havia também uma cobrança de ir aos eventos sociais. E como sempre a minha prioridade eram os estudos e o trabalho.
Por isso, Evandro aparece mais do que eu nos eventos. Eu lembro do quão era duro, do quão era pesado, mas que eu era muito determinada.
O POVO – Após seis anos da fundação da agência, Evandro foi para lá 100%. Como foi a chegada dele?
Eliziane - Com a chegada do Evandro eu tive a sensação que eu respirei um pouco, tenho alguém para dividir mais o peso do dia a dia.
Com isso a gente consegue crescer mais, pois muitas coisas eu não conseguia dar conta de fazer sozinha, por limitação de tempo mesmo, e aí quando ele chegou conseguiu trazer um novo impulso.
Filhos - Evandro e Guilherme
O POVO - E os filhos desde pequenininho acompanhavam as reuniões...
Eliziane - Eles cresceram ali junto da gente e sempre estavam muito presentes. Tanto na empresa ou em eventos nos fins de semana. Foi muito oportuno porque quando eles estavam nessa faixa 18/20 anos teve de repente o boom da mídia digital e precisava ter alguém que mergulhasse nesse universo e eu já não tinha tempo para mergulhar, porque eu estava muito envolvida nos projetos que geraram, e ainda geram, receitas.
Mas eu via que tinha algo de muito novo e que precisava de alguém muito ligado a gente, porque a gente teve alguns casos de pessoas da equipe que a gente investiu para pessoa aprender, para trazer conhecimento e treinamentos e a pessoa vai embora.
Aí todo aquele investimento que a empresa fez foi embora com a pessoa. Quando eles estavam numa faixa etária que já dava para começar a trabalhar eu olhei para os dois e disse: "Venham cá e assumam isso aqui, porque isso aqui tem que acontecer e é a sobrevivência do negócio e a gente tem que dominar."
O POVO – Eles ainda moram com vocês, como conseguem conciliar tudo?
Eliziane - Dentro da minha filosofia de vida, sou muito da paz, eu gosto muito da gente trabalhar junto, eu acho que isso reforça laços. Eu não vejo aqueles atritos que eu vejo em outros casais que não aguentam mais trabalhar juntos.
Mas eu procuro administrar que essa relação seja sempre de muito respeito, de muito afeto e ao mesmo tempo não perder a veia profissional, porque a gente é muito cobrado por ser uma empresa familiar.
Assim, dividimos tarefas e o Evandro é mais presente na relação com os clientes, muito presente no relacionamento com veículos. Ele conhece muita gente e é muito bem relacionado e gosta disso, ele tem isso na veia. E na parte de pagamentos.
Já eu cuido mais de toda a parte de qualidade do nosso produto, criativa, estratégica, operação funcionar. A gente ter um modelo de gestão que seja que estimule a empresa a dar saltos permanentes e a parte de recursos humanos.
O Guilherme assumiu a frente de Novos Negócios e o Evandro (filho) assumiu o Desenvolvimento de Design e Desenvolvimento de Softwares, Aites, Apps e todas as soluções digitais.
O POVO – E a agenda família como é?
Eliziane – Pela manhã temos um horário mais solto. Evandro caminha com amigos na Beira Mar, eu trabalho geralmente até mais tarde e gosto de ir para academia de manhã, assim como Guilherme. Já o Evandro (filho) gosta de ir à tarde.
Apesar do desencontro no café da manhã, o almoço é sagrado e todos almoçamos juntos em casa. Falamos de negócios, brigamos, discutimos (risos). Eu brinco que a gente tá em reunião diretoria o tempo inteiro. Isso resolve muita coisa.
Eu digo que a gente vive em comunidade, pois tem também as esposas que moram junto e a casa fica cheia de gente. Evandro fala para eu cortar o cordão umbilical, mas digo que deixo os meninos resolverem o momento deles de sair de casa.
O POVO – Como surgiu o slogan e o bloco Tamo Junto?
Eliziane – Fizemos um momento de integração na empresa e cada área se apresentava para o resto do time. O time do atendimento assumiu esse slogan Tamo Junto porque o Evandro sempre quando termina uma ligação diz tamo junto, tamo junto. ....
Aí eles fizeram bloquinhos, lápis tudo com Tamo Junto. Acabou sendo incorporada por todos em 2010, mais ou menos. Esse slogan também tem uma convergência com uma postura que a gente sempre teve de ser muito presente nos clientes, de ter um compromisso muito grande com o resultado.
Já o bloco começou porque o Pré-Carnaval era aqui na Praia de Iracema. Criamos aqui o polo Dragão do Mar e a gente participava de uma associação da vizinhança do Dragão do Mar junto com os restaurantes que tinham aqui, Órbita, Armazém... Para falar de problemas locais e falaram que iam ter os blocos e resolvemos fazer o Tamo Junto e foi ficando até hoje. Virou confraternização nossa com os clientes, mercado e imprensa.
O POVO – Certa vez, em 2014, Evandro disse ao O POVO que o empresário Nizan Guanaes já quis ter 51% da Advance. Como receberam a proposta?
Eliziane - A gente sempre é um pouco assediado, vamos dizer assim, porque tem muitos grupos grandes. E o que o Nizan tentou construir foi criar um grupo brasileiro, porque os grandes grupos de agências são multinacionais.
Todas essas vezes que a gente é abordado, temos que pensar dez vezes porque a gente conhecia alguns casos de agências, como uma muito boa em Curitiba, que ela vendeu para um grupo internacional e depois ela se arrependeu, porque na prática ela percebeu que quando ela conseguia uma conta boa, o grupo tirava de lá porque tinha 51% e mandava.
Acabava que ela só servia de chamariz e estava sendo prejudicado. Enfim, ele viu que não valeu a pena e voltou atrás. Vimos muitos casos acontecerem desse tipo e a gente ficou: "Pô, a gente vai trazer um chefe para mandar na gente."
E esses movimentos também tem um modelo que eles fecham algo e dizem: 'Eu vou te pagar X agora e o restante vou te pagar aos poucos'. Como se você fosse trabalhar para você pagar as suas próprias parcelas e ele vai te dar a meta, ele vai mandar em você.
Aí a gente achou que não valia a pena e íamos correr esse risco der ser uma agregada e não ser uma operação principal.
O POVO - Como analisa, atualmente, o mercado publicitário no Ceará?
Eliziane - Quando a gente pensa em mercado para atuar em São Paulo, que é o grande mercado, e talvez leve uns 50% de toda a verba que tem o Rio de Janeiro. O Ceará é um mercado muito pequeno. Se você somar toda a verba publicitária do Nordeste e do Norte terá mais ou menos igual ao Rio de Janeiro.
O grande desafio é a gente conseguir ser muito bom e competitivo, porque a gente acaba ficando em um mercado com verbas muito pequenas, mas que concorrem com as agências grandes que vêm aqui pegar o que tem de bom aqui, como os clientes maiores.
Não sei se temos aquela história meio colonial, de ser colonizado, acha que tem um espírito de valorizar muito aquilo que vem de fora. Essas agências multinacionais trazem uma certa sedução das empresas que trabalham com elas.
O POVO - Em 2020 investiram em ter uma filial em São Paulo. O que motivou e o que mudou na visão do negócio estando no principal mercado nacional do setor?
Eliziane – O primeiro ponto de motivação é que a gente sempre soube que a gente tinha que ter um braço lá, uma frente, porque é o grande mercado onde tem as maiores verbas e maiores anunciantes.
Não dá pra você ficar de fora atuando regionalmente em mercados muito pequenos como é o caso do Ceará. Tínhamos plano de montagem de uma estrutura física e veio a pandemia.
A gente já vinha contratando algumas pessoas e infelizmente um diretor de criação que a gente contratou ele morreu de Covid. E aí a gente teve esse baque, mas a gente continuou montando a equipe e temos dez pessoas.
O POVO - Ao longo dos anos, a Advance Comunicação recebeu muitos prêmios e reconhecimentos. O que isso significa para a agência e destacaria algum em especial?
Eliziane – A gente não tem muito a cultura em se inscrever em prêmios, mas sabemos que tem agências que têm o hábito e muitas vezes inscreve peças fantasmas, mas é algo que a gente não faz.
Mesmo assim ganhamos vários prêmios e por incrível que pareça a premiação que eu tenho maior carinho, digamos assim, não é uma premiação pelo nosso trabalho criativo é pelos nossos desempenho social como empresa, na responsabilidade social que é o prêmio Delmiro Gouveia que a gente ganhou por dois anos.
O POVO - Desde da criação da agência em 1995 o mercado da publicidade mudou muito. Além do próprio consumidor que hoje dita as regras. Como a Advance vê essa evolução?
Eliziane - Costumo dizer que a gente entrou no negócio do crítico da economia mundial e que toda evolução tecnológica foi maior do que em toda a história da humanidade. A gente viveu isso e a gente aprendeu com essa vivência que a gente tem que se reinventar o tempo inteiro.
Tem cada vez mais consumidores mais antenados, com mais acesso à informação e que está ali presente em muitos canais e a gente tem que saber como posicionar a marca em cada um desses canais.
Como a marca vai ser percebida e de repente você tem um potencial de vozes, de queixas, de cobranças em relação às marcas que são muito mais presentes e vistas do que era antes. É algo completamente novo e a percepção que a gente tem é que na hora que a gente pensa que aprendeu muda tudo.
A gente tenta aprender o tempo inteiro. A gente não fica na zona de conforto porque não adianta o mundo está não gira mais ele capota (risos). Temos que estar o tempo inteiro se reinventando pensando, pesquisando e tentando entender o que passa pela cabeça das pessoas e quais são as novas ondas que vão se abrindo.
São redes sociais novas, são plataformas novas, tribos, nichos, enfim, a gente tem que entender essas nuances e cada cliente que a gente tenha é um mundo diferente, vai ter que estudar, se aprofundar e ir acompanhando essas mudanças.
A gente veio treinando ao longo dessa história como a gente vai acompanhar as mudanças o tempo inteiro.
O POVO - Como ser criativo hoje com o imediatismo nos resultados?
Eliziane - É um desafio muito maior para os criativos e aí entra essa pegada e o know how que a gente foi construindo ao longo do tempo no varejo. A gente consegue ter essa pegada do varejo e entender as nuances e dosar as soluções criativas para o objetivo que a gente tem ali.
É muito difícil porque a gente não tem grandes orçamentos, às vezes, você pega uma campanha linda e genial, mas para fazer tudo R$ 1 milhão de produção. Aqui ninguém tem verba para fazer uma campanha assim, não só aqui, mas São Paulo também muitas vezes. As agências discutem isso.
E quem acaba fazendo são as multinacionais mais agressivas nesse sentido.
O POVO – Como analisa o Anuário Datafolha Top Of Mind do Grupo de Comunicação O POVO?
Eliziane – O Anuário é fantástico para nós do mercado, porque ele dá uma medida. Enquanto o mercado e os grandes anunciantes ficam meio perdidos porque eles não querem bancar pesquisas, não estou generalizando, mas a maioria não quer investir em pesquisa.
Quando você tem essa pesquisa e pega o segmento, já tem ali um retrato, que dá para criar metas de melhoria. E isso mostra o quanto a marca forte impacta no sucesso do negócio. Porque as marcas que se destacam ali na lembrança, normalmente são as que são líderes daquele segmento.
O Anuário dá essa grande contribuição para o mercado para a gente ter pelo menos alguma informação que na prática a gente não tem tanto.
O POVO - Como está dividido o portfólio atual?
Eliziane – Usamos uma metodologia para trabalhar por squad e em cada cliente tem pessoas responsáveis por um cliente ou um grupo de clientes. Assim a gente vai garantir uma qualidade e um padrão de atendimento a esse cliente.
Aí temos uma matriz cruzada com os líderes do squad versus os líderes de cada área. O Guilherme costuma dizer uma coisa que eu acho muito interessante, a gente não é especialista numa coisa, a gente é como um hospital que tem vários especialistas em cada frente.
Fomos trazendo esse conceito da agência full service que tem a área de performance, produção de conteúdo, por exemplo, o projeto da Pague Menos que é o Sempre Bem, a gente já faz há mais de quinze anos.
O POVO – Esse projeto é um case Advance. Como ele foi estruturado?
Eliziane - Com uma produção de vídeo feita por um time aqui do Ceará e fomos guardando tudo isso dentro do YouTube e a gente criou também um site com conteúdos relacionados à saúde, beleza e qualidade de vida, comportamento...
Criamos uma base muito robusta de presença digital de conteúdo da Pague Menos que ela ficou imbatível dentro do segmento dela.
Isso é um grande case da gente. Quando a gente pega a quantidade de inscritos do canal do YouTube da Pague Menos e compara com as grandes redes concorrentes dela aqui no Brasil e pegando Walgreens, Boots e a CVS, a Pague Menos ganha de todos.
Podemos dizer que somos o canal de varejo fármaco com mais inscritos do mundo. Porque a gente tem uma quantidade de vídeos e de matérias muito grande e tudo feito com muita responsabilidade.
O POVO – Podem criar diferentes produtos, então?
Eliziane – Sim. Nossas soluções não necessariamente estão amarradas ao tipo de coisa que a gente faz no dia a dia, a gente pode pensar uma coisa completamente fora e a gente vai fazer isso.
Tenho essa parte de produção de conteúdo, tenho também a parte conteúdo de redes sociais, branding, design, estratégia, ativação de marca. Embora fale-se que o digital é a bola da vez, temos o impresso, a TV, o rádio. Pessoal vivia matando o rádio, mas ele segue crescendo.
Hoje existem muitas possibilidades que você precisa ter profissionais de mídia muito preparados para montar a estratégia de distribuição daquela comunicação da forma mais inteligente, que vai gerar mais resultados para o cliente. Tem que ter operação e tem que ter método, tecnologia e gestão.
Funcionamos no modelo híbrido com pessoas em outros estados, além do Ceará. Adotamos se o seu trabalho permite e se você funciona no híbrido tudo bem estamos abertos a novos talentos. Tem o desafio da comunicação fluir e não ter falhas.
O POVO - Como foi o ano passado na agência?
Eliziane – Crescemos em torno de 10%. Mas tivemos muito desperdício de energia nesse desenvolvimento de acompanhamento de um trabalho híbrido. Isso ficou mais caro para a empresa. Têm agências que não querem saber e voltaram ao presencial.
Mas a gente vem tentando fazer essa conciliação até porque a gente tem um braço em São Paulo, temos pessoas trabalhando em outros lugares. Demos um monte de cabeçadas, mas criamos a nossa política
Mas tivemos algumas conquistas, a gente conquistou a Del Rio, que é uma conta nacional. A gente tem uma curva de conquista de clientes mais longa. Não é uma coisa rápida, é um namoro.
A Pague Menos comprou a Extrafarma e a gente conseguiu essa conta também. Foi uma conquista porque poderia ficar com outras agências que já atendiam.
O POVO – E em relação aos produtos e serviços?
Eliziane - A gente evoluiu em produto CRM (Customer Relationship Management ou Gerenciamento de Relacionamento com o Cliente). E alguns produtos mais digitais, por exemplo SEO a gente percebeu que talvez fosse melhor a gente ter parceiros.
E a gente agregou algumas parcerias de empresas que são bem especialistas e aí a gente tem feito um trabalho de SEO mais de conteúdo, mas quando entra para o SEO técnico tem o parceiro. Também o spin-off (lançamento de um produto ou negócio, a partir de uma empresa já existente) deum produto que a gente incubou aqui dentro.
O POVO - Qual a expectativa e planos para este ano e os próximos?
Eliziane - Nossa estratégia deste ano é expandir mais o nosso braço em São Paulo. De sermos mais agressivos na prospecção de clientes lá. É algo importante, muito estratégico porque lá estão os grandes orçamentos e os grandes anunciantes.
Vai chegando uma hora que até para você também ser reconhecido aqui você tem que fazer sucesso lá. A gente já tem equipes montadas lá. Temos alguns diferenciais, tanto quando a gente fala de um atendimento regional, como no digital, o nosso time de performance está entre o top 3 de agências com melhor desempenho nos produtos do Google.
Por isso a gente tem o selo Google Partner Premier que é avaliado pela própria plataforma. Isso nos dá um atendimento diferenciado dentro ele, com profissionais que fazemos atendimento direcionado a essas agências que são mais preparadas.
Nisso entra aquela coisa nerd minha de estudar e ter todas as certificações e tudo. Isso dá um tremendo diferencial pelo nosso conhecimento de digital. Aí entra esse grande lance de você ter a capacidade de entrar, fazer um diagnóstico, perceber as oportunidades, apresentar, vender e entregar esse produto.
Outro ponto que a gente investiu muito foi na ciência de dados. Temos um profissional só de Business Intelligence (BI), produzindo dashbord, gerando materiais para gente gerar insight, mostrar resultado de campanhas dos produtos.
O POVO - Onde a Advance ainda quer chegar? E os 30 anos?
Eliziane - A gente quer ocupar esse espaço nacional. Já é uma agência que atende clientes para o Brasil inteiro, já tivemos a conta global da Angola Cables foi muito aprendizado inclusive com as línguas. Nosso radar está bem amplo.
Estamos na contagem regressiva, a gente conseguiu vencer ali uma etapa que seria aquela etapa de crescimento de um negócio que ele vai chegando ali no tamanho médio que ele começa a sofrer com muitas dores, dores de operação, dores de estrutura que precisam existir.
E você não tem o tamanho que ainda justifica investimento, mas você tem que ter. E muitas empresas quebram nesse momento. E já deu o salto, contratou consultoria para organizar os fluxos e a operação, diminuir o máximo de ruído.
Temos que evitar ao máximo o erro, conseguir fazer um atendimento que o cliente se sinta feliz com o mínimo de desgaste porque vai tendo desgaste ao longo do tempo. Vai tendo aprendizado a gente evolui e a gente conseguir passar dessa zona, da dor do crescimento, dos investimentos que precisam ser feitos para você conseguir dar um salto maior.
E se você chega naquele fim do túnel você já saiu e tem assim um horizonte grande ali na pela frente que você puxa aprendi já um monte de coisa agora dá pra dar um novo salto.
Então eu imagino esses trinta anos da gente já colhendo mais frutos desse radar que a gente abriu para trazer clientes maiores de mais peso eh pra gente eh se colocar de uma forma muito mais ampla do que a gente coloca hoje.
O POVO - Quais os planos profissionais para os próximos anos? Já pensa em sucessão familiar?
Eliziane – A gente tem uma pegada, tanto eu como o Evandro, de que a gente não planeja aquela aposentadoria para não fazer nada. Porque a gente é muito intenso. Eu gosto muito do que eu faço e não sinto que isso é um peso, a não ser que realmente eu tenha uma carga de trabalho muito grande ou muito estresse.
Mas a tendência natural é que a gente vá para um conselho de administração e que a sucessão aconteça.
Seja que eles também venham para o conselho, por isso sempre deixei eles muito à vontade do que querem.
Hoje eles são peça-chave dentro da empresa, eles cresceram junto, eles têm a contribuição deles com os talento se os conhecimentos que eles trouxeram para ajudar a gente a crescer, incorporar essas novas tecnologias.
Eles são muito importantes porque eles conseguiram ter o tempo e a maturidade para entender coisas que a gente não tinha tempo de entender, que essa chegada do universo digital às novas tecnologias. Acaba que a gente tem ali algo que nos complementa muito.
A geração mais antiga que segurava a onda de fazer acontecer o que ainda gerava receita e o sustentável o negócio e ao mesmo tempo a gente tinha que ter um pé ali bem à frente de alguém que pudesse mergulhar nesse universo para trazer esses conhecimentos novos e preparar a empresa para esse novo momento.
Essa bola vai ficando cada vez mais na mão deles. A gente sempre tem, enquanto pais, esse cuidado de orientar, de tentar preparar o máximo, para que eles sigam com muitos aprendizados e eles fiquem preparados para errar menos.
Mas eu sei também que eles vão querer dar as cabeçadas deles. Mas a tendência é essa, a gente deverá aos poucos ficar cada vez menos presentes e a empresa tem que caminhar, ela tem potencial para seguir e crescer e expandir.
Ela já tem uma plataforma pronta, uma estrutura pronta, muito bem montada para expandir e conquistar muitos outros clientes. Eu até brinco que a gente é uma agência de publicidade, mas a gente pode ser muitas coisas que a gente quiser.
O POVO – E os pessoais?
Eliziane – Tenho algumas missões como o veganismo, que é essa minha paixão pelos animais, e todas as descobertas que eu fiz, que a maioria da população não sabe, como os animais são mortos e como eles são criados.
Isso é uma bandeira, uma missão minha que eu faço ativismo, que sou engajada, eu sou amiga e presente em vários perfis e é uma tendência mundial. Isso também tem a ver com uma economia mais sustentável e mais saudável. Países como Holanda e Alemanha estão mudando os seus produtos.
Isso é algo que sempre está aqui no meu radar e é algo que eu vou continuar e quem sabe, na medida que as coisas forem acontecendo eu consiga me liberar um pouco mais, e dar atenção a esse projeto pessoal e levar essa bandeira vegana a conquistar mais adeptos.
O POVO - Qual legado que a Advance Comunicação traz para a economia cearense?
Eliziane - Outro dia eu estava num evento com ex-funcionários da gente e o pessoal trocando figurinhas percebemos que a Advance formou muita gente para o mercado. Tem gente que trabalhou na nossa equipe que está nos veículos, em outras agências, outros montaram as suas agências, os que estão fazendo consultoria.
Eles sempre dão o depoimento que a Advance sempre foi uma grande escola. Com esse espírito assim de perfeição, de ser nerd. Temos um programa que é a Terça Nerd, dia do aprendizado e do dia do conhecimento. Apresentação de uma pessoa seja que a gente convida ou alguém da equipe que vai trazer algum conteúdo.
A gente precisa muito de conhecimento. A publicidade se sofisticou e precisamos de densidade em tudo que a gente vai fazer. O sentimento que eu tenho é que a gente tem um legado aí muito bom. E eu tenho certeza que quando a gente conversa com todos os outros veículos assim, há um uma certa unanimidade, de perceber na Advance essa estrutura que pensa de uma forma mais corporativa de não ser muito tímida, que não tem uma estrutura organizacional e que não evolui muito.
A gente não quer ser aquela empresa pequenininha, familiar com tudo muito caseiro, não, nós temos muitos profissionais e com capacidade de competir com qualquer outra empresa do nosso segmento, seja onde for. A gente quer muito!
No dia da entrevista a família nos recebeu de forma acolhedora e bem à vontade. Na decoração do apartamento e em cada detalhe fica nítido que se trata de uma família da comunicação. Muita cor, jogos interativos, ícones que marcaram o comportamento mundial em diferentes décadas.
Logo que entramos na residência fomos recebido pelo Darth Vader, um beagle simpático que adora um carinho. Ele nos acompanhou por toda manhã. Ele é o mascote da Advance Comunicação e na agência tem imagens dele por todos os lados: cadeiras de praia, murais, rótulo do álcool em gel....Darth tem a companhia, em casa, do Nemo, um gatinho.
A gravação foi finalizada na agência e além da família contamos com a participação de todos os colaboradores que toparam posar e serem figurantes das novas ideias. O prédio imponente e ao mesmo tempo funcional transmite o futuro de onde a agência quer chegar nos próximos anos. Já a sala da fundadora é riquíssima em livros e referências de quadros, brinquedos, objetos que vão da comunicação à música, passando pela sustentabilidade.
Essa entrevista exclusiva com a fundadora da Advance Comunicação, Eliziane Colares, para O POVO dá continuidade à segunda temporada do projeto Legados: A tradição familiar como pilar dos negócios.
Serão nove entrevistas na segunda temporada com grandes empresários para contar a base que sustenta seus princípios, valores e tradições familiares que estão sendo passados para as novas gerações. E, ainda, o legado empresarial para o Ceará.
No próximo episódio, conheça a história do Assis Mangueira, fundador e presidente da Juá, empresa de produtos de limpeza de Juazeiro do Norte, que concedeu entrevista ao O POVO.
Uma série de entrevistas especiais com grandes empresários que deixam legados para a sociedade e a economia do Ceará