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Supermercado Pinheiro: educação ascendeu ao Bom Vizinho
Reportagem Seriada

Supermercado Pinheiro: educação ascendeu ao Bom Vizinho

| Honório Pinheiro | Aos 68 anos, o presidente do Supermercado Pinheiro pode dizer que venceu na vida. Para ele, o maior legado empresarial é a geração de empregos e isso ele fez para o Ceará, gerando mais de 2 mil postos diretos. Orgulha-se, ainda, dos projetos sociais criados a partir do negócio, com o irmão Bosco, que sempre sonhou em ter, mesmo sendo um executivo bem-sucedido
Episódio 1

Supermercado Pinheiro: educação ascendeu ao Bom Vizinho

| Honório Pinheiro | Aos 68 anos, o presidente do Supermercado Pinheiro pode dizer que venceu na vida. Para ele, o maior legado empresarial é a geração de empregos e isso ele fez para o Ceará, gerando mais de 2 mil postos diretos. Orgulha-se, ainda, dos projetos sociais criados a partir do negócio, com o irmão Bosco, que sempre sonhou em ter, mesmo sendo um executivo bem-sucedido
Episódio 1
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O sentimento de inquietude, a visão de ter de ser forte e colocar muita fé em tudo que faz. Assim, Honório Pinheiro venceu a infância difícil em Solonópole, interior do Ceará, onde desde garoto aprendeu que deveria honrar a palavra e assumir tudo o que fosse preciso.

Da mãe professora veio a motivação e a cobrança pelos estudos. Dos pais o amor para enfrentar as dificuldades de nascer abaixo da linha da pobreza.

Ao lado dos irmãos, ia pedir café emprestado aos vizinhos para ajudar a matriarca a manter a palavra do pai que convidava os amigos para tomar um cafezinho e esquecera que não tinha o pó na despensa.

Dessa e de outras histórias vem o slogan “O Bom Vizinho” que faz parte do dia a dia da rede Supermercado Pinheiro, na Capital do Ceará e no Interior, há mais de 30 anos.

Honório Pinheiro, presidente do Supermercado Pinheiro(Foto: AURÉLIO ALVES)
Foto: AURÉLIO ALVES Honório Pinheiro, presidente do Supermercado Pinheiro

Sempre em busca da vanguarda no setor, Honório preside, atualmente, 20 lojas próprias, um centro de distribuição, 13 salas de cinema, cinco parques infantis, uma choperia e um shopping center.

Passado o início desafiador, o executivo da empresa diz que consegue valorizar com clareza cada dificuldade que enfrentou e agradecer os bons momentos e as pessoas que o estenderam a mão.

Honório, hoje, sente-se grato em poder cumprir seu papel na sociedade e contribuir com quem precisa. Para isso, os estudos e os desafios foram seus companheiros nesses 68 anos de vida.

Os filhos declaram a admiração por esse pai que estudava, trabalhava e mesmo assim acordava de madrugada para ir à Central de Abastecimento (Ceasa) fazer compras, por vezes na companhia da filha mais velha, Xênia. Com dois casamentos e cinco filhos, todos são unânimes em elogiar a disposição dele. Assim como a esposa Carla.

Honório e família falam das vantagens e desvantagens de trabalharem juntos(Foto: AURÉLIO ALVES)
Foto: AURÉLIO ALVES Honório e família falam das vantagens e desvantagens de trabalharem juntos

Os três mais velhos, Xênia, Tadeu e Danielle, junto aos sobrinhos, Alexandre e Bosco Jr, e o irmão Bosco, que construiu tudo ao lado de Honório, formam uma grande família que encontrou a receita para dosar o amor, o carinho, o respeito e o diálogo no ambiente profissional para obter o sucesso nos negócios.

Para ele, o lado bom em trabalhar com os familiares é ter pessoas em que você confia e a identidade e os costumes serem bem similares, além, claro, do "alto comprometimento".

As novas gerações contribuem para o legado empresarial com o olhar do novo e a possibilidade de enxergar bem mais a frente. O que não pode faltar no dia a dia da empresa é a governança e o agir dentro dos princípios da meritocracia.

No currículo, Honório traz formação em Administração de Empresas, Direito e Psicologia pela Universidade de Fortaleza (Unifor), pós-graduado em Administração de Empresas pela Unifor e em Marketing pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) do Rio de Janeiro.

Foi presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Ceará (FCDL/CE) e da Confederação Nacional de Diretores Lojistas (CNDL), entre outros cargos em entidades do comércio.

O desafio atual é fazer com que a empresa alcance o faturamento de R$ 1 bilhão até 2025, abrir mais cinco lojas e passar a Presidência da empresa adiante, que ficará na família. Confira o bate-papo com o executivo sobre infância, formação, família, valores, comportamento do consumidor e negócios.

 

 

Conheça os números da empresa

O POVO - O senhor nasceu em um distrito de Solonópole. Quais os ensinamentos que aquela vida difícil e pobre do Boqueirão trouxeram?

Honório Pinheiro - A minha primeira infância foi desafiadora. Porque você está nascendo abaixo da linha da pobreza, no Interior, sem assistência médica, sem escola, sem energia elétrica.

Mas isso, como tudo na vida, tem os dois lados, o lado construtivo é que você cria casca, fica um pouco mais forte para poder enfrentar os desafios que vêm. Porque no meio disso tem o amor e os meus pais nos deram muito amor. Isso lhe constrói diferente para poder enfrentar.

O POVO - E a segunda infância como foi? O que aprendeu com seus pais que repassa aos seus filhos e netos?

Honório - Eu fui estudar, resgatado pela igreja católica. O padre de Solonópole era o vigário à época. Aquelas crianças que se destacavam nas escolas eles levavam para poder colocar no pensionato e estudar. Eu fui uma dessas crianças. Não fui direto para o pensionato, mas fui para uma casa de família.

Também muito pobre, mas tinha todos os direitos para estudar naquele ambiente. E as coisas iam assim aparecendo como possíveis, mas sem nos distanciar das dificuldades. Muitas dificuldades com roupa e com calçado.

Sofrendo o que hoje chamam de bullying, mas eu sempre querendo estudar. No ginásio já fui líder estudantil, tinha sempre essa pegada de apresentar. Comecei a namorar com a filha do prefeito, então, já ajudou bastante aí nesse meio que as oportunidades iam surgindo.

O POVO - Como foi a chegada a Fortaleza?

Honório - Terminada a quarta série tinha que vir para Fortaleza para fazer o científico. O que nos ajudou nessa adolescência foram sempre aqueles conselhos de pai da nossa geração, ouvir os mais velhos, respeitar, estudar porque ia para roça com papai, mas se tivesse aula ele priorizava o estudo.

Até pela formação da mamãe, ele sempre priorizava os estudos e isso foi muito importante na vida até a chegada a Fortaleza com 17 anos incompletos.

O POVO - Como foram os desafios para estudar e início da sua carreira profissional?

Honório - À época não podia trabalhar com menos de 18 anos e ninguém empregava. Não tinha esse negócio de menor aprendiz, mas eu comecei a trabalhar na Editora Lucena para vender livros. Tinha que andar de paletó e eu não tinha, mas um tio que era motorista do Tribunal de Justiça usava. Quando ele não estava a serviço, ele me emprestava e eu ia para a rua vender.

Fui muito bem, pois vendi uma coleção Barsa, que à época era o máximo. Esse aí foi o meu começo, depois fui para escritórios e passei a ter um olhar diferente para ver o que eu queria. Mas me casei muito cedo, com vinte anos, e ao casar eu ainda não tinha passado no vestibular.

Mas minha primeira companheira sim, e eu ficava desafiado, mas não tinha como frequentar um cursinho e só existiam a Universidade Federal do Ceará (UFC), a estadual (Uece) e a Universidade de Fortaleza (Unifor). Nessa época eu já tinha a Danielle (filha) e eu passei no vestibular sem poder pagar a faculdade.

"Se você pensar só em dinheiro não funciona nada, mas se você pensar no coletivo certamente aparecerão alguns recursos
Honório Pinheiro, presidente do Supermercado Pinheiro"

O POVO - E como o senhor fez?

Honório - Consegui chegar até o Edson Queiroz (Unifor) e ele me deu uma bolsa em Administração. Foi a partir daí que as coisas começaram a ficar mais fáceis, mais amenas e os desafios foram sendo outros. Eu lembro muito que recebi três conselhos dele, pois ele pessoalmente dava a bolsa na mão do estudante.

O primeiro era para tirar no mínimo nota oito para não perder a bolsa. O segundo é que eu fosse ético e, por fim, devolvesse à sociedade tudo o que eu pudesse. Ele era um camarada à frente do tempo. E, assim, terminei a Administração, depois fiz Direito e Psicologia. Fiz duas especializações, uma no Rio de Janeiro, e outra aqui e deixei o mestrado, pois tinha que trabalhar.

"Hoje tenho o privilégio de dizer que sou conselheiro da Unifor. Dá muito orgulho, pois é como que eu esteja devolvendo o que absorvi. O homem só é feliz quando ele faz as coisas de forma coletiva." Honório Pinheiro

O POVO - Como decidiu criar a Mercearia União, no Panamericano, para seu pai? 
Honório - A decisão se fundamentava em trazer a família do Interior para cá para os outros irmãos estudarem. A mamãe podia ser transferida, pois era professora do Estado, mas o papai era analfabeto e não sabia fazer nada.

Trabalhava como garimpeiro e galego, nome para quem trazia galinha do Interior a Fortaleza e voltava com tecidos e vendia os cortes pelo Interior.

Uma vida bem dura. Alugamos uma casa e trouxemos os dois para cá, mas papai não podia ser motorista de táxi, porque não sabia ler, tinha que ser comércio.

Eu trabalhava na Volkswagen e o Bosco na Brahma e surgiu a possibilidade desta mercearia para o papai. Hoje, temos uma loja no Panamericano, a primeira loja, mas muito mais moderna.

O POVO - Mesmo sendo executivo ainda tinha a ideia de ter o seu negócio. Como surgiu a parceria com o seu irmão Bosco para montar as Casas Pinheiro?
Honório - O sonho de quem faz um pequeno caminhar é ter seu próprio negócio. Naquela época era muito mais forte do que hoje que tem as startups, as fintechs. Mesmo eu sendo funcionário de uma empresa grande, era bem-sucedido, quis ter meu negócio.

Com a mercearia fluindo eu quis botar uma segunda e trouxe uma tia do Interior para tomar conta e disse: "Se ela progredir eu vou para dentro". E nessa época comecei a ir para a Ceasa, o Bosco também, e chegamos aos três pontos comerciais.

Aí eu saí de executivo da Volkswagen, com muito conforto e bom salário no grupo Palácio de Queiroz, e fui advogar e tomar conta do negócio. Foi dando certo, esse foi o estímulo, a necessidade. Poder sobreviver e contemplar a família para viver melhor.

O POVO - Qual ponto destacaria nessa sua trajetória profissional e o que repassa aos filhos?
Honório - Mantenho-me na minha crença, acredito muito em Deus, converso com ele e digo que temos que acreditar nele para ele nos perdoar, pois quanto mais a gente peca, mais perdão a gente precisa. Eu acredito que as coisas são possíveis e a gente precisa se preparar para essa crença.

E depois tem que parcerizar, ser ético, trabalhar com retidão, pagar as coisas, fazer as conexões com as pessoas que precisam. Esse legado eu deixo para os filhos mostrando sempre isso. Eles precisam ser éticos, acreditar e trabalhar e os estudos ajudaram, pois para quem não estuda é difícil fazer várias análises.

"Eles (filhos) precisam ser éticos, acreditar e trabalhar. Os estudos ajudaram, pois para quem não estuda é difícil fazer várias análises."

O POVO - Quando surgiram os primeiros assuntos de negócios na família? O interesse dos filhos e dos sobrinhos foi natural?
Honório - Eu tenho meu sócio paritário, o meu irmão Bosco, e ele tem filhos também. Criamos todos dentro do mesmo guarda-chuva, com os mesmos costumes. Desde pequenos eles nos acompanhavam para o trabalho, pois trabalhávamos de domingo a domingo.

Eles foram criados neste ambiente de trabalho que foi os estimulando a chegar aonde estão. Já estamos numa etapa de plano de sucessão, nomeando quem será o presidente com um acordo de acionistas para dar sustentação aos negócios. Pois é um negócio que nasceu muito pequeno e hoje é médio para o Estado.

 

 

Conheça o legado familiar: descendentes

Filhos: Xênia, Tadeu, Danielle, Carolina e Pedro

Netos: Davi, Gabriel, Luiza, Valentina e Mateus

 

O POVO - De que forma as novas gerações somam aos negócios? O que eles trouxeram de inovador?
Honório - As empresas no Brasil, de modo geral, desaparecem antes de criar qualquer raiz. A nossa empresa tem 31 anos e nessas três décadas ela começa a envelhecer em alguma coisa. Somos muito ousados na parte de inovação, mas a empresa começa a envelhecer com alguns princípios, o que é natural.

O mercado muda e regula tudo. Eles, por serem de uma geração mais nova que a gente, trazem esse olhar do novo, que enxergam uma estrada mais a frente. Eles têm contribuído muito bem e são bons executivos. Nós estamos ainda juntos e isso ajuda.

Mas as empresas mais vitoriosas do planeta são as empresas familiares. Toda grande empresa na América Latina ou na Europa familiar é mais robusta, desde que haja uma governança adequada dentro dos princípios da meritocracia. Somos muito duros com os meninos, como assim os chamamos, quando tem que se tratar da empresa. É tudo muito claro, transparente e tem que se respeitar o que é de cada um e respeitar o time.

O POVO - Qual o lado positivo e negativo de trabalhem juntos?
Honório - O lado bom é você ter pessoas que você tem confiança, têm identidade com você e costumes que estão comprometidos com o seu projeto. O lado não tão bom é o que traz os conflitos, pois não se sabe se está falando com o presidente ou com o pai.

Isso alguns autores criticam e outros elogiam. Mas nossa empresa é familiar com foco bem definido. Eu e o Bosco começamos assim. Por isso eu digo que é muito, muito bom e é só adequar o que for preciso.

O POVO - O que o senhor mantém igual desde o início?
Honório - Uma das coisas que a gente tenta manter como essência desde o início é o trato com as pessoas. É o cuidar da gente, seja ela interna, nossos bons vizinhos, como assim eles são tratados, ou da nossa clientela e dos nossos fornecedores.

Só para você ter uma ideia, nós temos, dentro de cada unidade, além das refeições normais, um local que chamamos de Hora do Bom. Qualquer um pode ir lá a qualquer hora, pegar uma fruta ou uma rapadura para se alimentar.

Valorizamos a barriga cheia e esse trato com as pessoas. E isso está aliado com a escuta. As pessoas precisam se comunicar e se expressar naquilo que elas acreditam. Então a escuta e o trato nós não abrimos mão.

"Dizem que o maior legado de um empresário é a geração de empregos. Temos mais de duas mil famílias diretamente ligadas na equação do comércio. Multiplica isso por quatro são 8 mil pessoas indiretas"

O POVO - A forma de consumo vem mudando muito nos últimos anos com o sistema de autosserviço, delivery, embalagens individuais ou pack família, entre outros. Como o Pinheiro trabalha as inovações?

Honório - O varejo alimentar está intimamente ligado ao momento das pessoas. Por isso é que a gente estuda muito o comportamento do cliente. No Ceará nós temos lojas de bom padrão comparadas com as lojas brasileiras em outras capitais, no eixo Sul/Sudeste e, também, fora do Brasil.

A loja tem um conceito para quem quer comprar carne para churrasco, mas também para quem quer comprar produtos de bem com a vida. Temos uma seção só vegana e temos embalagens pra famílias pequenas, para quem mora só. Tem aumentado bastante esse mercado.

Temos como premissa essa inovação constante, somos o primeiro supermercado do Brasil a ler o QR Code com o padrão GS1 e temos três prêmios nacionais com essa tecnologia. Também temos um algoritmo que foi desenvolvido por nós, com a Unifor, que contempla o equilíbrio de estoque.

Com tudo isso, temos uma empresa que é a melhor para trabalhar pelo GPTW (Great Place To Work) durante quatro anos seguidos e somos o único certificador do GPTW na cadeia alimentar do Brasil.

O POVO - Estamos passando por anos economicamente difíceis. Como adaptam as compras ao bolso dos cearenses?
Honório - Essa é a pergunta de um milhão de dólares. Nós temos uma preocupação com o preço justo, oferecemos mix, bom ambiente de compra e completamos a experiência com preço justo. Como fazemos para ter esse preço justo?

Estamos em 10 municípios hoje, evidentemente que uma loja da Aldeota não é a mesma loja do Panamericano em matéria de mix, mas em matéria de preço nós tentamos acomodar esse processo.

O Ofertão é o advento que o varejo desenvolve agora com loja com menos serviço e menos itens, ela tem que trabalhar com margem menor, uma estrutura menor e ela tem que satisfazer com outro tipo de coisa que é, por exemplo, o alto giro, o volume maior.

Nós temos duas lojas, uma em Quixeramobim e uma em Aracati, que nós adotamos esse modelo. A nossa boa pegada é a pegada do varejo, a pegada do bom vizinho, a pegada da conversa com o cliente no ouvido e procurar saber o que ele quer e dar abertura para ele se expressar.

Tadeu e Honório andam nos corredores do supermercado
Tadeu e Honório andam nos corredores do supermercado (Foto: AURÉLIO ALVES)

O POVO - Teremos Ofertão em Fortaleza esse ano?
Honório - Não. Ficam nas duas cidades do interior e teremos uma em Maranguape.

O POVO - A tecnologia tem ajudado de que forma?
Honório - Temos um software que nos possibilita identificar o que o cliente consome, como e quando e, ainda, como ele quer ser atendido.

Também temos um cadastro sadio, muito bem trabalhado. Estamos persistindo dentro do tripé de volume, custo de dinheiro para financiamento e tecnologia. A tecnologia nós, pequenos, podemos concorrer com os grandes. No custo de dinheiro não é no volume também não.

O POVO - Como está sendo esse ano para os negócios? 
Honório - 2022 está sendo desafiador. Os dois anos de pandemia, de uma forma ou de outra eles beneficiaram o setor de varejo alimentar, porque as pessoas ficaram em casa.

Agora, nós, no processo de retomada da economia, em que o governo tem preocupações com a questão do salário social, as empresas voltando e a indústria reagindo. Assim, deveremos fechar o ano com um crescimento na ordem de 12% e isso é muito bom para nós. São vinte lojas com essa de Maranguape. 

O POVO - O que projeta para 2023?
Honório - Temos um projeto de ampliação, com a curadoria da Fundação Dom Cabral, que nos desafia até 2025 termos um faturamento de R$ 1 bilhão.

Para isso, dentro do crescimento orgânico, nós temos que abrir mais algumas lojas, mas estamos acreditando que cumpriremos a nossa meta. 

O POVO - Quantas lojas irão abrir no ano que vem?
Honório - Serão mais três, totalizando 23 lojas. Fortaleza e Interior. Nosso negócio é mais ou menos metade metade, um pouco mais no Interior.

O POVO - O senhor já pensa em sucessão e aposentadoria?
Honório - Aposentadoria não, pois dizem que é uma tristeza enorme para uma mulher estar ao lado de um homem aposentado, mas sucessão sim.

Já temos um plano traçado, com a curadoria da Fundação Dom Cabral nos assistindo, e temos quatro filhos dentro dos negócios que já tocam bem com minha ausência e do Bosco.

Acredito que em dois anos, dois anos e meio, será hora de passar o bastão para o sucessor e estarei apenas no Conselho.

Honório Pinheiro investiu nos estudos para crescer
Honório Pinheiro investiu nos estudos para crescer (Foto: AURÉLIO ALVES)

O POVO - Seu sobrinho Alexandre assumirá?
Honório - Sim, o Alexandre é o homem que está sendo construído para substituir o presidente. Hoje, ele e a Xênia são diretores executivos, mas ele tem mais méritos do conhecimento do negócio.

O POVO - De que forma o Supermercado Pinheiro vem contribuindo para o legado comercial e econômico do Ceará?
Honório - Dizem que o maior legado de um empresário é a geração de empregos. Temos mais de duas mil famílias diretamente ligadas na equação do comércio. Multiplica isso por quatro são 8 mil pessoas indiretas.

Depois o serviço, nossa assistência a sociedade. E, por fim, o que fazemos com o braço social, com o Instituto Bom Vizinho, com o programa Escola Vai ao Cinema e tantas outras coisas que temos dentro do nosso negócio.  

 

 

Linha do tempo

 

 

Bastidores

 

Entrevista

Entre os contatos com o marketing e a assessoria de imprensa para marcar a data da entrevista, surge senhor Honório, numa ligação de voz para acertar os detalhes, pois gosta de tudo muito certinho.

No dia e horário combinado nos recebeu pessoalmente, a mim e a equipe do audiovisual do O POVO.

Estava acompanhado dos filhos mais velhos, Xênia, Tadeu e Danielle e da esposa Carla.

O caçula, Pedro, estudava para a prova, mas participou da filmagem no apartamento. Já Carolina não estava, pois reside em São Paulo.

 

Detalhes

Entre um bate-papo e outro, o presidente do Supermercado Pinheiro deixa claro como educa os filhos, Tadeu e Pedro, para serem gentis com as mulheres.

Carla mostrou para a produção, com muito orgulho, painéis de fotos que guardam momentos especiais dos últimos 20 anos ao lado do esposo como casamentos, batizados e viagens. “Deixamos sempre as mesmas fotos. Não trocarmos, pois são eventos importantes”, ressalta.

Já no supermercado fez questão de mostrar o espaço dos funcionários descansarem e que oferece frutas, sucos e rapadura à vontade.

E nos convidou a provar um chocolate da Sereno Cacau, que está à venda nas lojas e é produzido por cearenses de Tianguá. Cuidar é uma das grandes virtudes de Honório Pinheiro.

 


 

Projeto Legados

Essa entrevista exclusiva com o presidente do Supermercado Pinheiro para O POVO dá início ao projeto Legados: A tradição familiar como pilar dos negócios.

Serão dez entrevistas nesta primeira temporada com grandes empresários para contar a base que sustenta seus princípios, valores e tradições familiares que estão sendo passados para as novas gerações. E, ainda, o legado empresarial para o Ceará.

No próximo episódio, conheça a história da indústria de porcelanato e cerâmica Cerbras. Ana Lúcia Bastos Mota e família concedem entrevista ao O POVO.

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  • Direção de Jornalismo Ana Naddaf e Erick Guimarães
  • Edição OP+ Beatriz Cavalcante e Regina Ribeiro
  • Edição de Design e Identidade Visual Cristiane Frota
  • Edição e coordenação do Núcleo de Imagem Chico Marinho
  • Edição de Fotografia Júlio Caesar
  • Texto Carol Kossling
  • Recursos Digitais Beatriz Cavalcante
  • Fotografias Aurelio Alves e Julio Caesar
  • Produção Geral Carol Kossling
  • Recursos audiovisuais Arthur Gadelha (direção audiovisual e roteiro); Aurélio Alves (direção de Fotografia), Júlio Caesar (direção de fotografia) Luana Sampaio (direção audiovisual), Carol Kossling (produção e reportagem); Samya Nara (produção); Raphael Góes (edição) e Abdiel Anselmo (edição).
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