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Ainda na juventude, Francisco de Araújo Carneiro, o Dico Carneiro, teve entre as primeiras atividades a bodega do pai, Damião, na Fazenda Canafístula, a 36 quilômetros de Quixeramobim (a 212,24 km de Fortaleza).
Foi lá que nasceu e passou a primeira parte da sua vida, ao lado do pai, da mãe, Maria do Araújo, e dos 11 irmãos. Dico era o oitavo. Com a falta do que fazer no local, pensou, desenvolveu e criou seu primeiro negócio: uma horta com foco em tomates.
Mas o ofício chegou ao fim quando teve que substituir um dos irmão mais velhos, que se mudara para Minas Gerais, na usina de algodão do pai, que também funcionava na fazenda. Nessa mesma época começou a ter contato com a criação de gado da família.
Depois laborou com outro irmão, mas a relação não foi do jeito que Dico esperava. O mesmo se repetiu com um amigo, quando mudou-se para Fortaleza. Mas o que ele desejava mesmo era fazer as coisas ao seu modo e, assim, comprou a parte do sócio e foi empreender sozinho.
No início, o pai não o apoiou e via com estranheza ele deixar os negócios da família para querer criar galinhas. Mas a teimosia de Dico deu certo nos setores avícola e leiteiro do Nordeste.
Dos descendentes, das filhas aos netos já passaram pela Companhia de Alimentos do Nordeste (Cialne), que criou em 1966.
Mas engana-se quem pensa que ele ensinou na palavra algo às novas gerações, ao invés disso, as convidava para ficar ao seu lado, vendo como fazia. Toda a família é unânime quando diz que o trabalho sempre foi sua prioridade ao longo dessas oito décadas de vida.
Diariamente trabalhava das seis da manhã às dez da noite até alguns anos atrás. Somente há cerca de 10 anos soube o que era férias, quando comprou uma propriedade em Miami, nos Estados Unidos.
Para ele, o fim de semana só começava após o meio-dia de sábado e, se fosse preciso, por algum motivo de trabalho, interrompia o lazer. Mas também tinha seus momentos de "farra", como diz, que eram regados a bons uísques.
As filhas contam que nos últimos anos Dico tem estado mais saudosista em relação ao pai, com quem aprendeu muito sobre trabalho.
A Cialne, atualmente, é a única do Norte e Nordeste que possui granjas de avós especializadas na geração de pintos matrizes. No Brasil só tem três, ela, a BRF e a JBS, gigantes do segmento no mundo.
Ela conta com 35 unidades de produção, 15 integrados e uma produção, aproximada, de 74 milhões de quilos de frangos de corte por ano.
Os próximos passos já estão decididos. Avançar e ser referência no Brasil. Uma parceria em Minas Gerais já se concretizou e o Sul já está deve ser a próxima parada.
Confira mais histórias e lembranças que o fundador da Cialne contou ao O POVO.
O POVO – O senhor é filho de agricultores do setor de algodão e tem 11 irmãos. Nasceu em 1936, em Quixeramobim. O que lembra dessa fase por lá?
Dico Carneiro - Vivi em uma fazenda, a Fazenda Canafístula, a 36 quilômetros de Quixeramobim, nós todos (família) vivíamos lá. Lá não tinha muitas coisas, mas eu jogava futebol na frente da casa e o papai ficava preocupado. Isso me lembro.
Também dava para pescar e eu ia muito na bodega da família. Lá tinha de tudo... Fumo, tecido, rapadura... Fui trabalhar lá, mais ou menos, com 15 anos.
O POVO - Quando que o senhor virou Dico?
Dico - Desde menino. Não sei bem o porquê, mas tem uma história que um irmão meu, mais novo, não sabia chamar Chico, aí chamou Dico e ficou até hoje.
Meu neto herdou o nome e o apelido e agora meu bisneto também.
O POVO - Como era a relação com seus pais, Damião e Maria de Araújo? O que aprendeu com eles que repassou para as filhas - Eugenia, Fabiana e Daniela?
Dico - A relação com meu pai era muito boa e com a mamãe era ótima. Ele era uma pessoa formidável. Era de uma inteligência, de uma visão. Mal assinava o nome, mas era de uma capacidade tremenda.
Quando qualquer um dos meus irmãos comprava uma coisa ele vibrava e também ficava muito feliz com o sucesso profissional dos filhos. Ele era uma pessoa que não dá para esquecer.
Tem uma passagem, há muitos anos, em que ele inventou de comprar uma fazenda lá em Pereira Barreto, no interior de São Paulo.
Ele achava que o futuro do País era São Paulo, mas ele mandou algumas pessoas para lá e andaram gastando o dinheiro dele. Quando foi a safra de algodão eles tinham que mandar o retorno de volta e nem ligaram. Ele se aborreceu.
Meu pai, Damião, era muito trabalhador e tinha muito essa visão do trabalho que ele passou para os meus irmãos e para mim. Todos os filhos deram para ser muito trabalhadores.
Certa vez, eu estava mal nos estudos e ele disse: 'Se não estudar é trabalho!' Outro fator também era a seriedade e ele tinha muitos ditados e eu sempre repeti isso durante a vida com minhas filhas e os meus netos.
O POVO - O que mais ele dizia?
Dico - Que a gente tinha que ter 'espinhaço forte', ou seja, uma coluna forte para trabalhar dia e noite sem cansar. Ou que o 'consolo vem do céu', pois o agricultor precisa da chuva para plantar e cultivar. E 'se não pegar no trabalho cedo não pega mais' e 'meu sobrenome é trabalho'.
Colei uma frases minhas nas paredes da empresa: 'Quem decide pode errar, quem não decide já errou'; e 'Para ganhar não precisa me perguntar, para gastar sim' (risos).
O POVO - Além do trabalho na bodega o senhor criou outra ocupação na fazenda...
Dico - Eu inventei uma horta... Não tinha nada lá aí eu inventando tudo... Plantava tomate. Todo dia eu ia de manhã lá e voltava para a bodega depois. Aí o João, meu irmão, falava: 'Rapaz, eu não vou ficar fazendo o seu serviço não'.
Tive que acabar com a horta e ficar na bodega. Eu gostava de trabalhar lá, ia chegando e eu ia despachando. Gostava de atender o público.
Mas fiquei pouco tempo lá, pois um irmão mais velho foi para Minas Gerais e eu subi mais um cargo nos negócios da família, e fui para uma usina de algodão. Meu pai também tinha colocado uma parte de criação de gado na fazenda nessa época.
Mas analisando tudo, decidi ir para Fortaleza para trabalhar com pintinhos, frango e galinhos.
O POVO - Como foi parar em Fortaleza?
Dico - Antes de Fortaleza fui trabalhar com meu irmão, José, que era o segundo filho dos meus pais. Mas lá, por eu ser o oitavo irmão, me sentia muito preso e já estava querendo crescer. Sempre tive uma mente muito empreendedora e sempre fui arrojado.
Entre as coisas dessa época me recordo que Zé guardava as duplicatas no cofre, era um ciúme danado com a chave deste cofre. Às vezes, ele vinha para Fortaleza e deixava tudo trancado.
Aí chegava uma carrada que eu precisava pagar e ele não estava ali perto e tinha duplicata para trocar... Eu me zangava. E aí essa coisa foi evoluindo para um ponto que me aborreceu, e pensei: "Rapaz, eu não preciso passar por isso não".
Meu pai também não abria em meu favor. Não por não confiar em mim, mas o outro era mais velho, tinha a hierarquia. E meu irmão, aos 17 anos, perdeu o braço numa moedeira de algodão e meu pai se sentia muito culpado por isso.
Aí apareceu uma proposta para vir para Fortaleza. A Aurora (esposa) também já estava querendo ir e não aguentava mais ficar lá. Por amor, eu fui.
Saí de lá e fui fazer uma sociedade com um amigo, uma granja, mas no fim eu vi que não dava certo com ele e dei um ultimato: "Ou você compra a minha parte ou eu compro a sua".
Eu esperava uma coisa, do que ele ofereceu, mas não foi a realidade. Eu trabalhava mais e ele era mais de escritório. Ficamos um ano sócios.
O POVO – O senhor casou em 1960. Fale um pouco dessa relação...
Dico - Eu e a Aurora nos conhecemos cedo, por termos família em comum. Quando casamos eu tinha 24 anos. Aurora tem um tio, que era irmão da minha mãe, e a família dela foi passar uns dias na fazenda. Desde então não nos largamos mais. Já temos mais de 60 anos de casados.
Como ela morava em Fortaleza e eu lá, ia trabalhando, juntando dinheiro e mandando para ela comprar o enxoval. Ela tinha ficado órfã aos 12 anos e não era de família rica.
E quando achamos que já tínhamos coisas o suficiente, casamos. No início ela foi morar comigo lá na fazenda, mas ela não queria que as filhas nascessem lá e vinha para Fortaleza para tê-las.
As duas primeiras filhas chegaram a morar lá. Já a Daniela nasceu em Fortaleza, na Cialne 1, que abrigava a granja, escritório e nossa casa e hoje é a sede.
Lembro que eu nunca estava presente na criação das meninas e a Aurora cuidou delas e ainda me ajudava no financeiro, no começo da Cialne.
Tinha uma funcionária especial, a Eunice, que ajudava muito no financeiro e também ficava com a Daniela, para auxiliar, quando a Aurora ia fazer pagamentos externos.
O POVO – As três filhas trabalharam na Cialne?
Dico - Sim, mas depois de adultas. Quando eram pequenas tinha aquele negócio de ir para lá nas férias, eu incentivava muito, mas não era aquela coisa rígida. Minha filha mais velha, já tinha filhos e tudo, trabalhou desde o começo.
Já a caçula entrou em 1991, quando estava grávida do segundo filho e só saiu agora, quando a gente profissionalizou a gestão da empresa e ela foi para o conselho.
O POVO - E como foi a vontade de empreender?
Dico - Não sei dizer como eu cheguei a esse ponto. Foi tão sofrido, corrido, tanto trabalho. Pegava dinheiro no banco, tinha que cobrir algo... Banco quer juros.
Tive muita vontade de fazer uma duplicata fria, em um momento de aperto, mas nunca fiz. Criei coragem e o pau torrou até... Mas nunca pensei em desistir. Só em crescer.
Teve uma coisa muito importante na história da empresa. Certa vez chegou um americano na Cialne, que trabalhava na Hy-Line (uma das primeiras empresas a comercializar aves híbridas no Brasil), e eu o levei na fazenda onde nasci. Estava um movimento grande de caminhão, algodão e máquinas...
E ele me chamou: 'Olha isso está muito bonito, mas se você não trabalhar sério, com o pé no chão, isso não vai valer nada'.
O que ele quis me dizer é que se trabalhasse mais e fosse além eu poderia ter mais do que meu pai tinha à época. E ele estava certo.
Mas meu pai não conseguia entender como eu, um rapaz de família do Interior, e não da Capital, ia deixar de ser industrial para criar galinhas e dizia: 'Você é muito abestado Dico Carneiro, você vai criar galinha que você sempre viu só na panela para comer'.
Mas ele viu meu sucesso antes de morrer e tinha muita satisfação em ver tudo o que eu construí e sempre me falava: 'Me leve Diquinho para ver suas coisas'. Ele era muito rude e rústico, mas muito doce e só chamava os filhos no diminutivo.
Filhas: Eugenia, Fabiana e Daniela | Netos: Ludmila, Dico Neto, Rafael, Aurora, Gabriela, Gerardo Neto, Maria Helena, Nickolas e Isabela | 15 bisnetos
O POVO – O senhor foi considerado pioneiro na criação de gado em pivot e embriões de gado de leite no Ceará. Além disso, em suas atividades de produção e comercialização de frango vivo, ovos férteis, pintinhos de um dia, matrizes, leite e indústria de laticínios. Como o senhor conseguiu partir na frente?
Dico - É ser trabalhador. É estar sempre presente e vendo as coisas que estão acontecendo. É preciso estar in loco, acompanhando tudo. Sempre preguei para meus funcionários e para os familiares: "Galinha não sabe o que é feriado. Ela come todo dia, então você tem que trabalhar todo dia".
Assim, como a vaca, que dá leite todo dia. O agro não para e a gente não pode parar. Sempre fui trabalhar aos sábados, na fazenda ou na empresa.
Dizem que sempre fui perfeccionista e incansável no sentido de querer melhorar as coisas, em organização e limpeza.
O POVO - Hoje quais as lições ao longo das quase seis décadas de Cialne?
Dico - Sempre só falo em trabalho e não tem outro caminho, só trabalho, trabalho, trabalho e trabalho. O trabalho engrandece o homem.
Não tinha viagem, não tinha nada. Não podia deixar tanta gente para comer na empresa e ir viajar.
A lição é que o dono tem que estar bem perto do seu negócio. Tem que acordar cedo e sempre estar à frente. Não existe outro caminho.
O POVO - Com o passar dos anos houve diversificação dos negócios. Como estão divididas as empresas do grupo hoje em dia?
Dico - Antigamente todas as empresas ficavam debaixo do guarda-chuva da Cialne, que fundei em 1966. Após uma reestruturação que fizemos, a Cialne hoje tem a parte da avicultura. Temos outro negócio que é a Nova Zelândia Agropecuária, dona das fazendas de reprodução de leite e cria de gado.
E, ainda, a Nova Zelândia Lácteos que é a produtora de derivados de leite, que tem a marca Sabor & Vida. Temos ainda as outras empresas que são proprietárias das granjas.
Ainda temos alguns terrenos, pois estamos começando no ramo imobiliário, e a empresa é a Rams Participações e a Rams Imobiliária. Temos projetos também no ramo de energia renovável, energia solar.
O POVO - Dividindo em percentuais, como estão os negócios?
Dico - A avicultura, hoje, corresponde a 90% do nosso faturamento. Claro que a pecuária e o segmento de lácteos vem crescendo bem. Mas a avicultura ainda é muito forte.
É onde está o nosso DNA mesmo, onde tudo começou e onde a gente dedica todos os esforços e os recursos.
O POVO - A Cialne é a única empresa do Norte e Nordeste que possui granjas de avós especializadas na geração de pintos matrizes...
Dico - Isso. Só tem três empresas no Brasil no segmento que são totalmente verticalizadas, ou seja, têm desde a avó até o frango de abate. São a BRF, JBS e a Cialne.
Hoje, nós só temos criações aqui no Ceará e estamos fazendo uma parceria com uma empresa de Minas (Gerais), onde a gente está assumindo a operação deles.
E vamos, possivelmente, fazer mais algumas transações com empresas do Sul do País, onde a gente está buscando aumentar o nosso leque de atuação. Hoje, estamos restritos ao Norte/Nordeste e Centro-Oeste.
O POVO - Estão exportando também?
Dico - A gente começou no ano passado a exportar ovos férteis para a América Central e para a África. Esse é um segmento muito importante para a gente e, então, aumentamos muito a produção.
Nosso foco atual é na produção de ovos férteis, pintinhos, e estamos vendo também algumas outras oportunidades dentro do nosso próprio segmento para tentar aumentar ainda mais a verticalização da cadeia.
O POVO - Quais os planos da empresa até 2030?
Dico - Queremos cada vez mais solidificar nossa presença dentro dos setor. Já somos um player muito forte regionalmente e a gente quer se tornar um forte nacionalmente.
Para isso estamos buscando essas parcerias e possíveis aquisições em outros estados para poder aumentar a nossa presença.
Queremos chegar a 2 milhões de matrizes alojadas ainda no fim de 2025. Nós estamos com 1 milhão e 200 mil matrizes. Isso acontecendo, a gente se torna a terceira maior produtora do País.
Com possíveis parcerias ou aquisições a gente deve se tornar a segunda maior empresa do País no segmento de reprodução e produção de pintinhos e ovos férteis. Nosso desafio é esse.
O POVO - O plano de sucessão da Cialne foi feito e optaram por um presidente profissional, com a gestão de Ivan Antonio Peruzzo. Como está o dia a dia?
Dico - Tudo já está resolvido há um bom tempo. Nós profissionalizamos a companhia há uns três anos mais ou menos. E hoje os meus descendentes estão como conselheiros.
O Dico Neto é presidente do conselho, a outra neta, Ludmila, e minha filha, Daniela, também estão. Tudo é dividido em núcleo familiar, de acordo com minhas três filhas.
Além disso, também tem o conselho de família, que está sendo estruturado e nele são apresentados os resultados das empresas para as pessoas que não fazem parte da gestão.
Todo o processo de sucessão é difícil, mas foi feito tudo de forma transparente e está tudo pacificado e todos estão satisfeitos.
A união da família é muito importante para o crescimento dos novos negócios e também para enfrentar possíveis dificuldades que podemos ter.
O POVO - Qual o legado que a Cialne deixa para a economia e para a sociedade cearense?
Dico - Deixamos tudo de bom, porque nunca fizemos mal a ninguém. Deixamos trabalho duro, honestidade. Sou um homem de poucas palavras, mas a Cialne deixa o legado de uma empresa sólida que trabalha direito, que sempre deu exemplo.
Que tem um clima organizacional onde todas as pessoas que trabalharam usam como referência. Temos mil funcionários e em todo o município em que temos unidades, a gente ajeita as estradas, trabalha junto com o município para o seu desenvolvimento.
Também gosto muito de plantar árvores, pois devolvo para o meio ambiente e para a sociedade o que a natureza sempre nos deu. Isso passei para minhas filhas e netos.
Mudanças
Iniciamos os contatos para a gravação em agosto, com a primeira neta do senhor Dico Carneiro, a Ludmila Carneiro da Silveira e agendamos para o fim de setembro. Porém, próximo à gravação, o fundador foi hospitalizado e tivemos que cancelar. O neto que leva seu nome, Dico Neto, seria o representante da família na gravação, reagendada para outubro. Próximo à data, senhor Dico foi para casa e, mesmo de sonda, topou a entrevista.
Três Franciscos
Durante a gravação no apartamento do senhor Dico, alguns dos nove netos estavam, entre eles, o Dico Neto, que assim como o avô, chama-se Francisco. Ao conferir a sessão de fotos entre os familiares, Dico Neto solicitou a presença do bisneto mais novo do fundador da Cialne, Francisco, filho do Dico Neto para uma foto entre os três.
Poucas palavras
Mesmo com certa dificuldade de saúde, a esposa, filhas e netos que estavam no dia de gravação foram enfáticos em dizer que Dico Carneiro era um homem de poucas palavras e muito trabalho. Viveu para trabalhar, mesmo aos fins de semana, pois trouxe com ele esse ensinamento do pai. Fora trabalho, outro detalhe que o alegra é a companhia de um bom uísque.
Fábrica
Em virtude da impossibilidade do senhor Dico Carneiro nos acompanhar na visita à fábrica, o Dico Neto, terceira geração, que trabalha nos negócios da família desde os 15 anos, foi com toda a equipe de filmagem.
Esta entrevista exclusiva com o fundador da Cialne, Dico Carneiro, para O POVO dá continuidade à quarta edição do projeto Legados: A tradição familiar como pilar dos negócios.
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