Assista ao vídeo com João Araújo Sobrinho
Órfão de mãe antes dos dez anos, o fundador da Casa dos Relojoeiros, João Araújo Sobrinho, dela recorda o cuidado que tinha com a alimentação, já que na infância o seu biotipo era raquítico.
Mesmo assim, o trabalho começou cedo, aos oito anos, no interior da Paraíba, para ajudar o pai, agricultor analfabeto, que trabalhava na roça. Nas lembranças, a seca e todas as dificuldades que vinham com ela.
Mas a força para poder sobreviver era maior. E levou o menino João a fazer de tudo. Catar algodão e feijão, limpar mato de enxada, quebrar milho e brocar, que é preparar a terra para o plantio. O que não poderia ficar pior... Ficou. Com o novo casamento do pai, um ano após a partida da sua mãe.
Os desentendimentos dentro de casa fizeram com que ele fosse morar com os tios, que resolveram se mudar para Fortaleza, no Ceará. Aí sim, uma esperança de dias melhores, que para ele representou um renascimento. Tentou emprego de cobrador, mas não deu certo. Sorte do varejo que o recebeu bem.
Por intermédio do tio, começou a trabalhar em uma relojoaria, no Centro de Fortaleza, como office boy. Também fazia de tudo. Limpeza da loja, varria calçada, limpava banheiro...
Porém, antes de empreender, trabalhou por quase dois anos em uma sorveteria, mas o trabalho era pesado para o seu porte físico. Voltou ao ramo, na Casa dos Relógios, e foi aprendendo sobre peças, consertos, vendas e pegando o jeito para lidar com o público.
Depois de três anos, resolveu empreender e criou, em 1963, a Casa dos Relojoeiros que expandiu ao longo dessas mais de seis décadas e, hoje, tem 10 lojas próprias e três lojas licenciadas, além de faturar mais de R$ 17 milhões por ano.
Desde o retorno da pandemia, em 2021, a filha caçula Jamila, são quatro ao todo, assumiu a direção dos negócios e vem trazendo mudanças que seu João ainda está se adaptando, parte pelo "apego" a tudo que criou.
Entre as novidades estão a expansão do modelo de franquias, a nova marca CR Ótica, implantada no shopping Iguatemi, como loja boutique, e os novos canais digitais de vendas.
Mas seu João não parou. Trabalha meio período com o filho mais velho, Jansen, na Compasso Mídia Exterior, outra empresa que abriu ao longo da vida de empresário. Confira a entrevista que João Araújo concedeu ao O POVO em uma das lojas, no Avenida Shopping & Office.
O POVO - O senhor nasceu em São José, na Paraíba, em 1943. É filho de Raimundo Araújo e Alexandrina Josefa. Quais as primeiras memórias de vida?
João Araújo - Me recordo pouca coisa da minha mãe, pois a perdi com menos de 10 anos. Eu era raquítico, quando eu tinha essa idade. A minha estatura era como se tivesse cinco anos. Eu passei fome lá no interiorzão da Paraíba, naquela época era seca e muita dificuldade.
Meu pai era agricultor, analfabeto e trabalhava na roça. Eu trabalhava na roça também com ele. Trabalhei lá até os 11 anos, comecei com uns oito anos, porque no Interior a criança começa a trabalhar junto com os pais cedo.
O POVO - E o que o senhor fazia?
João - De tudo. Apesar de ser menor de idade, pequeno e raquítico, eu tinha que trabalhar para poder sobreviver. Eu catava o algodão, limpava mato de enxada, catava feijão, quebrava milho no interior, brocava (preparação de um local para plantio).
Também trabalhei em engenho, que é pesado e fiz quase todos os serviços. Apanhava o bagaço da cana, porque você põe a cana lá na moenda e vai na trituração para aproveitar a garapa. E tinha um detalhe: o engenho começava a funcionar às quatro horas da manhã.
Praticamente eu não estudava. Quando eu cheguei a Fortaleza eu senti que nasci de novo. Mas foi de muita dificuldade também.
O POVO - O que o senhor se recorda que aprendeu com seu pai que passa para os filhos - Jansen, Jane, Janaína e Jamila?
João - Meu pai era uma pessoa conhecida lá na região como um homem muito trabalhador, muito responsável. Me identifico com isso. Quanto à minha mãe, eu lembro de pouca coisa, ela morreu muito nova, com uns 38 anos, 40 anos, de tuberculose.
Naquela época não tinha cura, me lembro dela na cama e que antes disso, ela tinha muito cuidado comigo e com a minha alimentação. Por exemplo, tinha o lanche da tarde e eu podia estar onde eu estivesse, ela ia atrás de mim e eu tinha que fazer aquele lanche.
O POVO - E como foram esses anos na Paraíba sem ela?
João - Foi complicado. Por isso é que eu digo o seguinte: "Pode existir uma infância mais difícil do que a minha, mas eu acho muito difícil, porque todo tipo de dificuldade eu enfrentei naquela época".
Porque sem a minha mãe, eu e minha irmã fomos morar na casa da minha avó, a mãe do meu pai. Pobreza absoluta lá e nesse período eu enfrentei muita dificuldade. Meu pai ficou pouco tempo viúvo e se casou no ano seguinte da morte da minha mãe. Saímos da casa da minha avó e fomos morar com ele.
Os primeiros seis meses foram mais ou menos, depois a coisa desandou. Tivemos muita dificuldade com a minha madrasta, uma pessoa muito difícil. Ela não chegava a bater em mim, porque eu era homem e eu corria, agora a minha irmã foi quem sofreu mais.
Ela era uma pessoa muito complicada, de eu não poder entrar em casa, chegava à noite do trabalho e tinha dificuldade para entrar em casa. E quando entrava eram só problemas e, em função disso, havia discussão entre ela e meu pai. Era briga por cima de briga, confusão por cima de confusão.
O POVO - E como saiu desse ambiente?
João - Eu tinha uma tia, irmã da minha mãe, a Cecília, que chegou a morar com a gente, ainda quando minha mãe estava viva. E ela casou com um militar, Joaquim Rocha Lima, sargento do exército aposentado.
Quando a minha mãe morreu, a minha tia foi para casa de outra outra irmã, mas arranjou esse casamento e resolveu morar em Fortaleza.
Por ela ter praticamente me criado na infância e na adolescência, ela disse que eu poderia ir com eles. Então eu vim com eles e o filho deles.
O POVO - Quando chegou a Fortaleza…
João - Tive muita dificuldade, porque eu era menor de idade, precisava trabalhar, mas era semianalfabeto. Tinha dificuldade de ler o nome do ônibus. Passei mais de um ano para conseguir o primeiro emprego.
Foi meu tio quem me arranjou um emprego de trocador de ônibus. Quando eu cheguei lá, o dono da empresa me pediu um fiador, não encontrei e perdi o emprego.
Meu tio conseguiu um outro, com um amigo nosso lá da cidade de Sousa, na Paraíba, ele se chamava Francisco Gambarra.
Ele tinha a Fornitura Suíça, que vendia peças de relógios. Fui office boy, o faz tudo… Limpeza da loja, varrer calçada, limpar banheiro, essas coisas. Fiquei na empresa por um bom tempo.
Aprendi a conhecer peça de relógio, a consertar. Esse amigo meu, que era o dono da loja, ia voltar para o interior da Paraíba e vendeu a loja.
A pessoa que comprou quis que eu ficasse, porque eu conhecia as peças.
O POVO - Como que o senhor conseguiu abrir a primeira loja?
João - Antes de abrir fui trabalhar na sorveteria, do senhor Gambarra, um trabalho muito pesado. E tinha um representante das peças de relógio que viu minha dificuldade na sorveteria e falou para eu voltar a trabalhar com relógios.
Disse que poderia me levar para o Rio de Janeiro ou com o senhor Luiz Lage, dono da Casa dos Relógios.
Tive medo de ir para o Rio de Janeiro e disse que preferia ficar aqui na Casa dos Relógios, fiquei durante uns três anos. Eu sabia consertar relógio, vender peça de relógio, fazer gravação em caneta, talheres, copos…
Senti que tinha uma profissão e fui tentar por conta própria. Cheguei para o seu Luiz avisando que iria sair e ter o meu próprio negócio. Ele não gostou.
Arranjei uma sala, na rua Senador Pompeu, que era do Júlio Ventura, era o pai Edson. Estava tudo certinho, só que eu precisava de um fiador. Aí eu fui falar com o seu Luiz, meu ex-patrão.
Cheguei lá com contrato debaixo do braço e disse que meu sonho estava dependendo de um fiador.
Ele olhou para mim, pegou o contrato, pegou a caneta, começou a assinar o contrato e não disse nada, não comentou nada. Eu voltei para entregar e começamos no dia 3 de setembro de 1963.
O POVO - O senhor casou depois que abriu as lojas. Como foi conciliar a vida de empresário com a vida de esposo e depois de pai?
João - Eu não tive nenhuma dificuldade quanto a isso, até porque a minha família sempre soube conciliar. Agora eu sempre fui uma pessoa que me dediquei muito ao meu trabalho, à minha empresa e a minha esposa, Lucrécia, ficava em casa com os filhos.
Eu me dedicava muito, porque eu sempre, não sei se foi errado, se foi certo, dava prioridade ao trabalho, sempre fui assim.
Ou seja, eu entendi que a gente precisava do trabalho para sobreviver, para cuidar da família, para criar os filhos. Era através do trabalho que a gente podia educar os filhos, cuidar da casa.
O POVO - Seu filho mais velho, Jansen, trabalhou nos negócios. Atualmente, a Jamila, mais nova, está trabalhando. Como foi essa entrada dos filhos nos negócios?
João - Meus filhos sempre trabalharam comigo, os quatro. E quando veio a pandemia fechamos todas as lojas. Quando veio a autorização para voltar a abrir, fiz uma reunião com eles e disse que não queria mais voltar, porque já tinha completado 57 anos que eu estava na direção da empresa.
Sempre o primeiro a chegar e o último a sair, sem perder uma reunião, atendendo a todos os clientes, fornecedores. E a Jamila disse que poderia assumir, aí combinamos que ela iria tomar à frente.
Filhos: Jansen, Janne, Janaina e Jamila | Netos: Marcelo, Larissa, Kalel, Ana Clara, Mila e Caio
O POVO - No Iguatemi mudaram de ponto e a identidade da marca. Como está sendo esse processo?
João - Fui o primeiro a escolher loja lá, quando inauguraram o shopping. Tanto que a nossa loja tinha uma das melhores localizações. Ficamos quase 40 anos naquele local, saímos agora depois da entrada da Jamila.
O aluguel crescia a cada ano e ela chegou à conclusão que a gente, até por sugestão do shopping, não precisava daquele espaço todo.
Ela pegou um ponto menor, acho que a metade do tamanho do outro, e hoje está muito bem. Aí lá fizemos uma loja conceito, a CR Ótica, para se identificar mais com ótica.
Hoje dá quase 80% de vendas de óculos, é ótimo, e os outros 20% são de relógios e consertos.
O POVO - Depois dessa loja conceito, os senhores vão mudar as outras lojas também?
João - Eu gostaria que Jamila não fizesse (risos). Não me consta que ela vai mudar de imediato, mas eu gostaria que ela não mudasse porque...
Passamos quase 40 anos no Iguatemi, naquele ponto. Quando ela mudou de local e botou a CR Ótica, eu senti, mas não foi só eu que senti, meus clientes também sentiram, aquele cliente embaixador.
Um até chegou a ligar para mim perguntando o que tinha acontecido, e eu disse que é coisa da juventude.
Não gostei muito de ter mudado, não falei nada porque hoje o poder da empresa está com ela. Mas o meu filho mais velho falou assim: 'Papai, sabe o que é isso aí? isso aí chama-se apego'.
Eu fiz aquela loja de madrugada, porque só podia trabalhar assim e eu ia às quatro da manhã para lá...
Ela idealizou aquela arquitetura nova para ser uma loja disruptiva, que trabalha muito o bem-estar, a autoestima do nosso cliente. Muitas pessoas são usuárias de óculos e, às vezes, não gostam.
A CR Ótica é um projeto que não é para qualquer praça e nem para qualquer localização, nós estamos abertos para as oportunidades, mas eu acho que a gente precisa ter cuidado, cuidado na expansão dessa marca.
O POVO - Voltando um pouco na história da empresa. Em 1985, o senhor inaugurou a primeira loja em Russas. Como foi à época a decisão de expandir para o Interior?
João - Na época tínhamos representantes da Casa dos Relojoeiros nessas cidades que temos loja hoje.
Então decidimos montar uma filial, baseado no resultado da vendedora externa. E a primeira foi Russas, a nossa loja número 12, na época.
A nossa vendedora era a Aldenizia, era uma pessoa muito conhecida na cidade e vendia muito bem tudo e eu dizia que Russas merecia uma loja.
O POVO - Hoje, mais 60 anos de empresa, o que o senhor acha que valeu a pena? O que fica de lição?
João - Eu faria tudo de novo o que eu fiz. A minha vida, a vida da empresa, nós tivemos a oportunidade de passar, durante esse período, por vários tipos de adversidades, porque ser empresário neste País está sujeito a tudo, mas eu faria tudo de novo.
Nós enfrentamos vários tipos de moedas, nós enfrentamos uma inflação de 86% ao mês, quando a gente terminava de remarcar um produto já tinha que começar tudo de novo. Também enfrentamos problemas de seca.
Mas eu nunca pensei em desistir, muito pelo contrário, mesmo com as dificuldades a gente tinha que dar continuidade.
O POVO - Nos últimos três anos tiveram mais mudanças como o lançamento do próprio sistema de licenciamento e o lançamento dos sites. Como que o senhor vê essas inovações?
João - Eu vejo uma mudança muito violenta no mercado, muito grande e nós temos que aceitar as mudanças, porque essa tecnologia veio para ficar.
Quando nós começamos não tinha isso, nós temos que aceitar porque isso é a realidade. É o que está acontecendo e é o que vai acontecer.
O licenciamento foi uma decisão da Jamila, eu nunca quis fazer licenciamento, fazer franquia, nunca me interessei e nunca quis, apesar de ver as empresas de fora e daqui de Fortaleza fazendo.
Mas eu nunca fui de acordo, porque eu cuidei desse nome com muito cuidado, com muita preocupação, com muito zelo e com muito profissionalismo. Então eu dei minha vida por esse nome e eu nunca quis abrir mão.
Mas depois que a Jamila assumiu achou que devia fazer, fez e está fazendo. A Casa dos Relojoeiros está sob o comando da Jamila.
Hoje, eu estou na Compasso com o Jansen. Só vou pela manhã e à tarde eu fico disponível.
O POVO - Qual o valor para ter uma franquia?
João - A pessoa paga R$ 50 mil de taxa de adesão e a nossa taxa de royalty é 5% do faturamento bruto ou dois salários mínimos, o que for maior. Já a questão da montagem da loja, a gente passa todo o briefing, orientação e fornecedores.
Mas vai depender muito de como está o estado do ponto que a pessoa está alugando. Se já é do ramo, porque, se for do ramo, a adaptação é bem menor.
Mas eu acredito que se for do zero e pegar uma loja para ter um mínimo de estrutura e quiser comprar 100% do estoque, ele deve gastar algo em torno de R$ 250 mil.
Se for pegar uma loja de roupa de um shopping e transformar numa ótica, ele vai gastar uns R$ 100 mil de obra mais uns R$ 150 mil de mercadoria para poder fazer uma loja de uns 50 m².
O POVO - Atualmente são mais de 10 lojas próprias e três lojas licenciadas…
João - Jamila começou agora esse projeto, no ano passado estruturou mais. Ela contratou uma consultoria para estruturar a empresa, para poder passar a ter o branding. Realmente ela vem colocando muito foco e está com outra consultoria agora na empresa, especificamente para a expansão.
A ideia é ganhar escala em localizações que não temos interesse de ter loja própria. Por questão da localização é mais complexo administrar, mas somos muito fortes no interior do Ceará.
É um Estado enorme, então tem muito campo, inclusive lojas que a gente já teve no passado no Interior, que por um motivo ou outro, a gente teve que interromper a operação.
A expansão é para que a gente realmente tenha presença em cidades onde temos muitos clientes. Por exemplo, muitos se deslocam até Fortaleza para poder comprar ou na região do Cariri, que nós temos três filiais.
O POVO - E até 2030, qual foi o planejamento efetivo?
João - Até 2030 a gente quer dobrar o faturamento da empresa e nós queremos ter pelo menos 10 lojas licenciadas fechadas por ano. O nosso projeto quer ganhar mais escala no meio digital também.
Hoje, nós somos uma empresa que precisamos avançar nisso daí para ter mais um canal de atendimento mais um canal de vendas.
Não é nem questão do site e-commerce, mas a gente ter uma presença digital porque o atendimento da ótica, que é o nosso principal produto, precisa ter uma finalização no ponto de venda.
A gente consegue fazer muita coisa, ganhar visibilidade, se comunicar com o nosso cliente, iniciar um atendimento no digital, a gente não conclui uma venda de ótica que não seja presencial.
Então o cliente vem até a nossa ótica ou a gente vai até o nosso cliente, também tem essa possibilidade. Especificamente para os óculos de grau, não tem como ser 100% digital.
Hoje, pulverizou mais a questão da compra de óculos no estado do Ceará, que é natural. Foi um movimento muito pós-pandemia, muitas marcas do Sul vieram para o Nordeste.
E o cliente aprendeu a consumir no meio digital.
O POVO - Qual o legado que a Casa dos Relojoeiros deixa aqui para economia e para a sociedade cearense?
João - O legado que nós deixamos nesses 61 anos é a questão da prestação do melhor serviço para o cliente que nos dá preferência.
A nossa preocupação também é no sentido de procurar gerar emprego, o primeiro emprego, pois o aluno termina a faculdade e fica com dificuldade de arranjar algo.
Nós fazemos questão de ensinar, até porque o nosso ramo é um ramo técnico, vender óculos não é qualquer vendedora, precisa entender de ótica.
Gravação
O local selecionado pela família Sobrinho foi a loja do Avenida Shopping, que tem 30 anos. Durante as filmagens alguns clientes entraram na filial e queriam saber para onde era a gravação que estávamos fazendo.
Jamila
Quem nos ajudou com a organização das informações iniciais, marcação e os detalhes no dia da entrevista foi a filha caçula do senhor João, a Jamila. Eu já a conhecia, pois em 2017, quando ela era presidente da CDL Jovem Fortaleza, cursamos MBA em Marketing na Faculdade CDL.
Leitor assíduo
Em momentos antes da entrevista, na hora do bate-papo, João informou ser um leitor assíduo do O POVO até os dias atuais e presa pela versão impressa. E diariamente interfona para o porteiro do seu prédio perguntando sobre a publicação, que já está disponível. No fim da entrevista, a filha Jamila nos contou a mesma história, validando o interesse do pai pelo periódico.
Convite
Liguei diretamente para o senhor João Sobrinho Araújo para convidá-lo para a participação no projeto Legados. Ele não aceitou de início, pois se questionava se a sua história era relevante, porém, depois de um tempinho de conversa, consegui convencê-lo do contrário e no dia da gravação ele agradeceu esse convencimento.
Esta entrevista exclusiva com o fundador da Casa dos Relojoeiros, João Araújo Sobrinho, para O POVO encerra a quarta temporada do projeto Legados: A tradição familiar como pilar dos negócios.
São seis entrevistas com grandes empresários para contar a base que sustenta seus princípios, valores e tradições familiares que estão sendo passados para as novas gerações. E, ainda, o legado empresarial para o Ceará.
Uma série de entrevistas especiais com grandes empresários que deixam legados para a sociedade e a economia do Ceará