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Djokovic atinge apogeu do tênis em trajetória de superação, controvérsias e genialidade
Reportagem Seriada

Djokovic atinge apogeu do tênis em trajetória de superação, controvérsias e genialidade

Tenista sérvio conquistou o tetracampeonato do US Open, igualando a australiana Margaret Court como maior vencedor de Grand Slam, com 24 títulos
Episódio 22

Djokovic atinge apogeu do tênis em trajetória de superação, controvérsias e genialidade

Tenista sérvio conquistou o tetracampeonato do US Open, igualando a australiana Margaret Court como maior vencedor de Grand Slam, com 24 títulos
Episódio 22
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O sérvio Novak Djokovic atingiu o apogeu do tênis profissional com a conquista, no domingo, 10 de setembro de 2023, do US Open, ao vencer o russo Danill Medvedev por 3 sets a 0. Com 24 títulos de Grand Slam, igualou a australiana Margaret Court como o maior vencedor da história dos quatro principais torneios do esporte. Entre os homens, está à frente dos lendários Rafael Nadal (22) e Roger Federer (20).

Os maiores tenistas da história

A trajetória de Djokovic no tênis se iniciou há 20 anos. Natural de Belgrado, ex-território da Iugoslávia, atualmente na Sérvia, o tenista Nole, como também é carinhosamente chamado, estreou como profissional em 2003.

Antes disso, em 1999, ainda como atleta júnior, precisou superar a guerra e a crise econômica no território nascente, migrando para a Alemanha, onde treinou na Niki Pilic Tennis Academy, do ex-atleta croata Nikola Pili, campeão do US Open nas duplas em 1970 e vice-campeão de Roland Garros no simples em 1973.

A mudança de território foi sugerida e motivada por Jelena Geni, ex-tenista e primeira treinadora do sérvio na carreira. Na época, alegou que a saída da Sérvia potencializaria Djokovic como atleta. “Eu sabia que ele seria um campeão. Estava claro para mim. Ele era focado, consciencioso e, acima de tudo, talentoso”, explicou Geni.

 

 

Os primeiros títulos e o início da trajetória profissional

Em 2001, aos 14 anos, Djoko começou entre os juniores. Conquistou o tricampeonato europeu em simples, duplas e competições por equipes, além da medalha de prata do Campeonato Mundial da categoria, conquistada em equipe pela Iugoslávia. No ano seguinte, empilhou títulos juvenis, tornando-se o 40° melhor jogador do mundo nesta faixa etária.

A partir de 2003, a trajetória no tênis profissional teve início para o sérvio. Naquela temporada, somou os primeiros pontos no ranking da ATP ao ganhar o torneio Futures. O salto no ranqueamento veio com a conquista do ATP Challenger em Budapeste e do ATP Challenger de Aachen, na Alemanha, saindo da 606ª para a 184ª colocação. 

Djokovic durante primeiros treinos de tênis, quando criança. Imagens viralizaram nas redes sociais após a conquista de seu 24º Grand Slam(Foto: Arquivo pessoal)
Foto: Arquivo pessoal Djokovic durante primeiros treinos de tênis, quando criança. Imagens viralizaram nas redes sociais após a conquista de seu 24º Grand Slam

Durante os três anos seguintes, Nole estreou e conquistou vitórias significativas em Grand Slam, disputando Australia Open, Roland Garros e Wimbledon, conseguindo chegar ao top-3 do ranking da ATP.

Em 2007, o sérvio se apresentou aos principais concorrentes, conquistando triunfos contra Rafael Nadal, Andy Murray e Guillermo Cañas no ATP de Miami, na época realizado em Key Biscayne, na Flórida, e contra Roger Federer, Nadal novamente e Andy Roddick para conquistar o ATP de Montreal. Djokovic ainda conquistou o ATP de Adelaide contra Stanislas Wawrinka.

Dos 24 títulos de Grand Slam que colocam o europeu como o maior vencedor ao lado de Margaret Court, o primeiro foi conquistado em 2008: o Australian Open, ao vencer o francês Jo-Wilfried Tsonga. 

Nesta mesma temporada, conquistou o ATP de Indian Wells e o ATP de Roma, além de faturar a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Pequim. Apesar disso, Novak ainda não havia atingido o topo do Ranking da Federação Internacional de Tênis (ITF — sigla em inglês para International Tennis Federation). 


A era avassaladora de Djoko perdurou: entre 2009 e 2010, conquistou os ATPs de Dubai (duas vezes), Pequim (duas vezes), Basileia, Paris e Sérvia, além de contribuir para a conquista da Copa Davis com a seleção nacional, superando Estados Unidos, Croácia, República Tcheca e França. 

Em 2011, o sérvio conseguiu a consagração em solo inglês com a vitória inédita em Wimbledon. Anteriormente, havia conquistado o Australian Open pela primeira vez. E antes do encerramento do ano, ganhou o US Open. Nesta mesma temporada, teve uma sequência de 43 vitórias e atingiu pela primeira vez o topo do ranking.

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"Para ser o melhor no tênis, tive que desbloquear diversas esferas de conhecimento e aplicá-las na minha vida cotidiana." – escreveu Djokovic em seu site oficial

As conquistas do sérvio o levaram ao posto de lenda do tênis ao lado de Federer e Nadal, formando o famoso "Big Three". Em 2012, recebeu três honrarias: o Prêmio Laureus de Esportista do Ano, Arthur Ashe for Courage Award e a Medalha Estrela Karadjordjeva, maior homenagem concedida pela República da Sérvia. Naquele ano, ainda ganhou o Australian Open e o ATP World Tour Finals, mantendo-se como número 1 do mundo.

Entre 2013 e 2015, Djokovic saiu vitorioso no Australian Open (duas vezes), em Wimbledon (duas vezes) e no US Open, alcançando os 10 títulos de Grand Slam na carreira. Em 2016, pela primeira vez na carreira, venceu Roland Garros, ao bater Andy Murray na final.

Antes, o sérvio já havia somado três vice-campeonatos, ao perder para Nadal (2012 e 2014) e Wawrinka (2015). Em 2016, levou o Aberto da Austrália pela sexta vez na carreira, igualando o australiano Roy Emerson em número de títulos do torneio. Atualmente com 10 troféus no Grand Slam da Oceania, o sérvio é o maior vencedor da história.

 

 

Lesão, volta por cima, antivax e apogeu

Em 2017, a trajetória vitoriosa de Novak Djokovic foi interrompida por uma lesão no cotovelo direito. Sem competir, o sérvio caiu para a 12ª posição, pior colocação no ranking da ATP desde 2006. Foram sete meses em recuperação e 12 sem conquistar um título, até que, em 2018, conquistou Wimbledon pela quarta vez. Nesta mesma temporada, sagrou-se tricampeão do US Open e retornou ao topo do mundo.

A trajetória de Djoko seguiu marcada por títulos. Na sequência, conquistou o Australia Open, em 2019, 2020 e 2021; Wimbledon, em 2019 e 2021; e Roland Garros, em 2021. Naquele ano, o sérvio caiu para a quinta colocação no ranking após dois anos liderando (2020 e 2021).

A queda no ranqueamento aconteceu pela ausência do comprovante vacinal contra a Covid-19, exigida pelos principais torneios, visando a prevenção dos atletas, do estafe e do público presente nos jogos.

Novak Djokovic dentro de carro a caminho do aeroporto para deixar a Austrália após recurso negado por suspensão de visto(Foto: TANIA LEE / AFP)
Foto: TANIA LEE / AFP Novak Djokovic dentro de carro a caminho do aeroporto para deixar a Austrália após recurso negado por suspensão de visto

As polêmicas aumentaram com o descobrimento de erros nas declarações de entradas nos países e a participação em um torneio com suspeita da doença. Devido à postura antivacina, o atleta foi deportado da Austrália, onde participaria do Australia Open. A situação ocasionada por Djokovic manchou a imagem do tenista, dividindo opiniões entre fãs e atletas, acusando-o de negacionismo.

Mesmo com as polêmicas, o sérvio seguiu performando em alto nível nas competições seguintes, atingindo o apogeu em 2023. Aos 36 anos, o sérvio chegou à final dos quatro Grand Slam, conquistando Australia Open, Roland Garros e US Open, ao vencer o grego Stefanos Tsitsipas, o norueguês Casper Ruud e o russo Danill Medvedev, respectivamente.

Na final de Wimbledon, foi superado pelo espanhol Carlos Alcaraz. O desempenho fez Nole retornar ao topo do ranking. No registrado desde 2003, Novak encerrou a temporada sete vezes na liderança do simples (2011, 2012, 2014, 2015, 2018, 2020 e 2021).

E se as polêmicas não afastaram o campeão dos pódios, ele tentou minimizar aquela que o afastou de duas competições internacionais por não se vacinar. Ao programa Mc Enroe's Places, de outro gigante do tênis, John Mc Enroe, Djokovic negou ser antivacina. Disse que não questionou a eficácia da vacina, mas sempre foi a favor da liberdade de escolha.

 

 

Principais títulos de Novak Djokovic


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