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A tragédia de Aratanha e a memória do Ceará
Reportagem Seriada

A tragédia de Aratanha e a memória do Ceará

Em junho de 1982, um avião vindo de São Paulo caiu em Pacatuba vitimando 137 pessoas e deixando marcas não só na história do Ceará mas também na aviação brasileira. Essa história que ainda impacta depois de quatro décadas é contada no primeiro longa-metragem original da plataforma O POVO+
Episódio 2

A tragédia de Aratanha e a memória do Ceará

Em junho de 1982, um avião vindo de São Paulo caiu em Pacatuba vitimando 137 pessoas e deixando marcas não só na história do Ceará mas também na aviação brasileira. Essa história que ainda impacta depois de quatro décadas é contada no primeiro longa-metragem original da plataforma O POVO+
Episódio 2
Tipo Notícia Por

"Olá, meu nome é Flávia e sou repórter do OP+. No dia 8 de junho faz 40 anos do acidente que marcou a nossa história. Convidamos você a ler os 8 episódios do especial e assitir ao documentário. "

 

 

Há 40 anos, em uma madrugada chuvosa de 8 de junho, o Ceará ficou de luto pela morte de 137 ocupantes do voo 168 da Vasp (nove tripulantes e 128 passageiros). Foi o maior acidente da aviação brasileira na época, superada posteriormente pelas tragédias da Gol em 2006 e da TAM em 2007, com 154 e 199 mortos, respectivamente. 

Para assistir Voo 168 - A Tragédia da Aratanha

É justamente o acidente da Aratanha o tema do primeiro longa documental do O POVO+, que estreou nesta quinta-feira, 24 de fevereiro, e traz as memórias dessa tragédia pelos relatos de famílias das vítimas, dos moradores de Pacatuba, de bombeiros que trabalharam no resgate do que restou dos corpos e de jornalistas que fizeram a cobertura do acidente. A seguir, acompanhe uma linha do tempo desse desastre, a partir da cobertura do O POVO.

 

Muito se noticiou naquele dia e nos anos seguintes sobre o estarrecimento dos moradores de Pacatuba, na Região Metropolitana de Fortaleza, onde o avião caiu ao se chocar contra a Serra de Aratanha. Na capital, O POVO estava presente no Aeroporto Internacional Pinto Martins, nas figuras do repórter Francisco Lima e do cronista Milton Dias, que, coincidentemente, aguardavam familiares que vinham de outros voos naquela madrugada. Ao saberem do acidente, eles acabaram repassando as informações não só aos ouvintes da AM do POVO mas também aos aflitos que os procuravam para saber dos passageiros do avião que não pousou.

Ciente da importância daquele acontecimento para a história do Ceará e das armadilhas do tempo, o arquiteto Marrocos Aragão propôs à época a construção de um memorial em Pacatuba porque, nas palavras dele, “os homens têm memória curta e logo esquecem as tragédias”. Passado tanto tempo, de fato, talvez muitos tenham mesmo esquecido do dia em que Fortaleza parou: escolas e universidades suspenderam aulas e indústrias e comércios, principalmente do ramo de confecções, cerraram as portas, já que dos 50 expositores de destaque que haviam viajado para participar da principal feira têxtil do país, 15 haviam morrido de uma vez.

 

“Perdas abruptas como a desse acidente costumam deixar ‘pontas soltas’, ou seja, questões não resolvidas para os enlutados. Mesmo passado algum tempo, algumas pessoas podem sofrer muito, principalmente porque não houve um processo essencial para a percepção do luto, que é o contato com o corpo para a concretização da despedida”, explica Maria Julia Kovács, coordenadora do Laboratório de Estudos sobre a Morte do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP).

“Foi retirada delas a chance de falar as últimas palavras e fazer cerimônias — lembrando que o luto pode ser vivido de formas distintas de acordo com o indivíduo. Mas de forma geral, as pessoas costumam sentir muito a falta de oportunidade de viver o luto se seus entes passaram por situações de desastre como acidentes naturais ou em regiões inóspitas”, afirma. “No âmbito coletivo, tragédias também causam muita comoção e podem demandar ações impactantes que reverberam no futuro, como a adoção de medidas de segurança para um determinado setor ou criação de políticas públicas”, acrescenta.

 

“Este acidente impactou muito a história do Ceará e a da aviação brasileira. De fato, muito já foi falado, muitas entrevistas e reportagens foram feitas. E o que poderia ser acrescentado? Subimos a serra novamente para entender o que poderíamos contar. O filme revira algumas memórias, frustrações e medos que não foram ditos ainda tanto por quem trabalhou lá quanto por familiares das vítimas. É um acontecimento que ainda está encravado na forma como o Ceará seguiu adiante e que buscamos tratar de uma forma sensível e humana”, destaca Arthur Gadelha, roteirista e um dos diretores do longa-metragem “Voo 168: A Tragédia da Aratanha”, o primeiro da plataforma O POVO+.

Os jornalistas Cinthia Medeiros e Demitri Túlio também assinam a direção do documentário, que estará disponível a partir das 19 horas desta quinta-feira, 24/2, no O POVO+, a plataforma multistreaming do O POVO

Leia tabém | O POVO+ lança filme sobre queda de avião da Vasp no Ceará

 

 

Jornalistas à frente do projeto

Os jornalistas Arthur Gadelha, Cinthia Medeiros e Demitri Túlio assinam a direção do documentário Voo 168 - A Tragédia da Aratanha, que estará disponível a partir das 19 horas desta quinta-feira, 24/2, no O POVO+, a plataforma multistreaming do O POVO.



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