Já numa crescente evolução ao longo dos últimos anos, o uso de serviços remotos, como telemedicina, Educação a Distância (EAD) e streaming, deixou de ser uma mera opção e virou praticamente necessidade na atual realidade de isolamento social.
Seja por questões profissionais ou pessoais, a alta demanda proporcionou um verdadeiro "boom" em empresas ligadas ao setor, acelerou processos tecnológicos em diversos negócios e trouxe uma certeza para muitos empreendedores: esses serviços vieram para ficar.
No caso da telemedicina, autorizada excepcionalmente no Brasil como forma de enfrentamento à Covid-19, a expectativa é de que o serviço seja efetivamente regulamentado nacionalmente após a crise, aponta José Neto, cofundador da Vai Bem, startup que viabiliza o acesso a serviços de saúde com preços reduzidos, funcionando como um meio de pagamento pré-pago.
"Disponibilizamos a telemedicina há menos de um mês e 30% das nossas novas adesões já são para esse tipo de serviço. Tenho certeza que é uma opção que vai prosperar bastante após a crise. Seria uma surpresa ruim se não fosse regulamentada posteriormente", diz.
Com cerca de 150 mil usuários atualmente, sendo 60% no Ceará, a Vai Bem tem captado até 15 mil novos clientes por mês, praticamente o dobro da média de 8 mil adesões mensais antes da pandemia. Segundo José Neto, com a telemedicina, a expectativa é que os números sejam ainda maiores nos próximos meses.
"É um produto novo e que está sendo bem aceito. Creio que será ainda mais relevante nas nossas vendas", comenta, destacando que o número de inadimplentes na empresa também diminuiu.
Outra vantagem da telemedicina, além da praticidade, é o custo reduzido. "O consumidor paga R$ 34,90 por mês e tem direito a 10 consultas neste período, a qualquer hora do dia e todos os dias da semana", complementa.
Quem também tem registrado um crescimento exponencial após a crise é a Udemy, uma das maiores plataformas de EAD do mundo. Segundo relatório divulgado pela empresa, que conta com mais de 150 mil cursos online disponíveis, dos mais variados temas e em diversos idiomas, o número de novas matrículas avançou 98% no Brasil desde o início da pandemia, sendo os grandes destaques temas como marketing para Instagram (103%), edição de vídeos (102%) e desenho (84%).
"As pessoas estão com mais tempo disponível e têm optado por aprender. Ninguém sabe o que vai ser do futuro, então muitos estão preocupados com a carreira e querem se aperfeiçoar", diz Sérgio Agudo, diretor de negócios da Udemy para a América Latina.
Além do crescimento nas matrículas, a Udemy também registrou, desde o início da crise, um incremento de 55% em seus cursos disponíveis. "Muita gente também está vendo que ensinar é uma forma de ganhar renda extra", destaca Sérgio.
Para ele, mesmo numa realidade pós-pandemia, a busca pelo ensino a distância deve se manter em alta. "Não tenho dúvida de que será muito mais forte do que já era. As principais barreiras que existiam foram minimizadas, pois, por mais que as pessoas fossem contra, tiveram que experimentar o serviço neste momento", diz. "Os instrutores do futuro não estão necessariamente na sala de aula", completa.
Quanto ao streaming, o crescimento é mais do que evidente, segundo revela pesquisa da Nielsen, em que 91% dos entrevistados afirmaram assinar pelo menos um serviço da modalidade. O percentual é ainda maior entre o público 18 a 34 anos (96%), que, inclusive, tem um média de três assinaturas simultâneas.
"Mesmo com redução da qualidade dos seus vídeos para não sobrecarregar as redes, a procura tem sido cada vez maior", destaca Celso Vergeiro, CEO da plataforma Adstream. Para ele, o streaming "rompe toda e qualquer barreira do isolamento" e serve de companheiro no atual momento de fragilidade, "seja para entreter, trabalhar, disseminar conteúdo, dentre outras coisas".
Com o isolamento social, os trabalhos remotos, que já vinham ganhando força no mercado, tornaram-se uma necessidade. A expectativa é que, mesmo após a crise, esse tipo de trabalho, que permite que as pessoas evitem o desperdício de tempo no deslocamento, fique ainda mais popular. Mas quais oportunidades serão oferecidas para quem almeja continuar no home office? Confira quatro empregos que já faziam uso da prática bem antes da pandemia:
Fonte: PageGroup
Reportagens aborda o desempenho de empresas que aproveitam as novas demandas de consumo criadas durante a pandemia de coronavírus e conseguem alavancar seus negócios mesmo diante de um cenário adverso.