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De garçom a dono do próprio restaurante
Reportagem Seriada

De garçom a dono do próprio restaurante

A história do seu Nonato, proprietário do restaurante Lagoa do Banana, mostra que a disposição de aprender e empreender, com a força do microcrédito, vem transformando sua vida

De garçom a dono do próprio restaurante

A história do seu Nonato, proprietário do restaurante Lagoa do Banana, mostra que a disposição de aprender e empreender, com a força do microcrédito, vem transformando sua vida
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Um terreno familiar em meio a um cenário verdejante, às margens da Lagoa do Banana, em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza, que até a década de 1980 era utilizado apenas para fazer morada do então garçom Nonato Nascimento Sá, 52, agora, está na lista dos pontos turísticos cearenses.

O restaurante Lagoa Cheia começou em 1983, com algumas cadeiras de ferro estampadas com a logomarca de uma cerveja e alguns isopores à sombra do cajueiro. Sem infraestrutura, o empreendimento saiu do amadorismo após Nonato entrar pela primeira vez do Crediamigo, do Banco do Nordeste, em 2009. Ele se deu conta do potencial do negócio, que, aos poucos, foi se redesenhando.

O primeiro investimento foi um banheiro para substituir o que havia sido improvisado. Depois, os demais foram usados para aumentar a cozinha, ampliar os demais espaços, construir um parque, piscina, alugar o estacionamento. “Antes, não tinha essa visão. Foi por meio do empréstimo que pude começar a mudança e fazer um projeto. Tinha uma boa clientela, derrubei as barracas e dei início à urbanização’, lembra.

Nonato Nascimento Sá
Foto: ALEX GOMES / ESPECIAL PARA O POVO
Nonato Nascimento Sá

O maior desafio, conta, foi administrar os recursos financeiros. Já a prática no atendimento como garçom facilitou garantir um público fiel. “Até hoje, às vezes, eu atendo e ninguém sabe que sou o dono. Foram muitos anos serviço em buffets, residências e restaurantes até montar meu empreendimento”, relata.
Mas as orientações do Banco foram ajudando a equilibrar a experiência no relacionamento com o cliente com a gestão financeira. Agora, o empreendimento saiu do microcrédito e é cliente da micro e pequenas empresas, que têm faturamento bruto anual de até R$4,8 milhões.

Com o faturamento mensal de cerca de R$ 70 mil, o restaurante Lagoa Cheia empresa cinco funcionários diretos e cerca de 35 temporários nos fins de semana e feriados prolongados. Todos os contratados moram no entorno do empreendimento, gerando renda para a região.

A história de Nonato é uma entre tantas de quem encontra em casa uma atividade econômica informal como fonte de subsistência. De acordo com o estudo Avaliação do Programa Crediamigo: melhorias das condições de vida, realizado pelo BNB, cerca de 35% dos negócios financiados pelo Crediamigo estão localizados na residência da família, sendo este o local mais utilizado para o desempenho da atividade. Em seguida se encontram os pontos comerciais os serviços a domicílio.

A exposição ao programa promove uma mudança da realização da atividade na própria casa para a realização da atividade em outro local, demonstrado pela diminuição de sua representatividade e aumento da participação de ponto comercial e de barraca ou banca como local da realização da atividade produtiva.
A estrutura física do negócio por intervalos de número de operações mostra que, no início na faixa de 16 a 20 contratações, a estrutura de ponto comercial ultrapassa os serviços realizados a domicílio. As atividades realizadas na própria casa do empreendedor também apresentam queda acentuada no intervalo de 11 a 15 empréstimos, sendo que aqui se observa o maior crescimento da renda média final dos clientes.

 

CAUCAIA
Foto: LUCIANA PIMENTA
CAUCAIA

 

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