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Por que o homem não foi mais à Lua desde 1972?
Reportagem Especial

Por que o homem não foi mais à Lua desde 1972?

Boa vontade e articulação política somada aos ventos favoráveis da economia são explicações

Por que o homem não foi mais à Lua desde 1972?

Boa vontade e articulação política somada aos ventos favoráveis da economia são explicações
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Seis missões tripuladas americanas foram à Lua, entre 1969 e 1972, no escopo do programa Apollo. Desde então, a Nasa não desenvolveu novos programas com este objetivo. O administrador da agência espacial, Jim Bridenstine, disse à emissora CBS que a próxima missão à Lua - Artemis - é prevista para 2024. Em entrevista transmitida domingo, 14, ele disse que o projeto deve ser o primeiro passo para a presença humana em Marte.

“Nos anos 1990 e 2000, fizemos esforços para voltar à Lua e ir a Marte. Em ambos, o programa foi muito longo e muito dispendioso”, afirmou Jim à CBS. De acordo com ele, questões políticas não favoreceram a volta dos americanos ao espaço nos últimos 47 anos.

Satélites e sondas; a Estação Espacial Internacional; a descoberta de outros planetas, estrelas e galáxias; a busca por vida fora da Terra. Tudo isso virou prioridade do programa especial americano. A sonda Lunar Reconnaissance Orbiter foi lançada em 2009 para explorar a Lua.

Mesmo com tudo isso, há relevância científica em humanos voltarem ao satélite, de acordo com Dermeval Carneiro, professor de Física e Astronomia e diretor do Planetário Rubens de Azevedo, do Dragão do Mar.

“Há grande interesse em estudar a presença de água na Lua, os minerais que compõem seu solo, explorar os efeitos sobre o corpo humano. Hoje, há investimento em estudos sobre como o corpo humano reage em ambiente de microgravidade, na estação espacial. A primeira viagem tripulada bem sucedida, em 1969, não foi muito proveitosa, em termos científicos. Não teve grande legado, apesar de milhares de descobertas a partir do material trazido para análise”, completa Dermeval.

Capa histórica da edição de 21 de julho de 1969
Capa histórica da edição de 21 de julho de 1969

Foi “um pequeno passo para o homem. Um salto enorme para a humanidade”, nas palavras de Neil Armstrong. Mas tendo em vista os prazos para a aprovação dos orçamentos, muitos especialistas temem que a volta de humanos à Lua não será efetiva, a menos que Donald Trump seja reeleito presidente dos Estados Unidos, em 2020.

Em resumo, é uma questão de boa vontade e articulação política somada aos ventos favoráveis da economia. “Para os mais céticos, aguardem 10 ou 20 anos, quando certamente teremos a volta nos norte-americanos e a ida dos chineses à Lua (isto se a economia global não colapsar até lá; ir à Lua não é uma atividade barata)”, lembra Gastão Lima Neto, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG/USP).

História

Há exatos 50 anos, o homem pisou na Lua, em 20 de julho de 1969, às 20h17min.

Com a façanha de Armstrong, Aldrin e Collins, os Estados Unidos foram coroados em sua batalha pela corrida espacial com a então União Soviética, a qual já havia colocado a cadela Laika e um tripulante, Yuri Gagarin, no espaço, mas não conseguiu chegar muito além da atmosfera terrestre.

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