Os setores de inteligência preferem não expor, mas O POVO Online obteve, junto a outras fontes da segurança pública, do sistema penitenciário e do Ministério Público Estadual, informações de que os monitoramentos habituais não haviam conseguido se antecipar a indícios do novo ciclo de violência. Ou pelo menos não levaram a sério o "salve", a ordem dos chefes. Nada que pudesse antever o cenário dos últimos 11 dias.
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A suposta perda de poder da GDE e sua desarticulação sendo evidenciada pode também lançar um outro problema às ruas. A repercussão estaria no risco de uma disputa territorial ferrenha. Alguém enfraquecido perderia terreno ou cederia seus faccionados. No entanto, nada disso estaria ainda sendo evidenciado. O silêncio prevalece. No Rio de Janeiro, num contexto bastante diferente do cearense, facções fragilizadas foram substituídas por grupos rivais ou pelas milícias - hoje a maior força do crime fluminense.
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Os anonimatos foram uma condição entre quase todos os entrevistados. Temem se expor e porque ainda lidam com os personagens mencionados. Mas garantem que boa parte das informações estão em relatórios ou são divididas em reuniões de trabalho contra o crime organizado local. O POVO Online pediu que a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) se manifestasse sobre a análise e as informações apresentadas na reportagem, mas não houve retorno sobre quem falaria a respeito.
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