
Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.
Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.
- Enderson Moreira ficou em terrível dúvida se lançaria Lima ou Wescley como elemento surpresa contra o Fortaleza. Wescley já tinha entrado em campo uma vez. Lima ainda não. Só foi decidir na concentração, antes da última preleção, ao conversar com seu auxiliar técnico e o preparador físico. Um deles aconselhou — lança o Lima. Se ele não aguentar coloca o Wescley. Bendito conselho. Lima foi a arma letal com a qual o Ceará liquidou o rival. Wescley quando entrou no segundo tempo, totalmente fora de ritmo, mais parecia um zumbi.
Queda do cavalo
- Como Ceni não ouve ninguém, insistiu num 4-2-4, imaginando que o Ceará viria precavido. Caiu do cavalo. Jamais passou por sua cabeça que Enderson tinha preparado aquela blitz de se alojar em seu campo, pegá-lo de surpresa, sufocá-lo nos primeiros 30 minutos. Quando Ceni acordou, tarde demais, o Ceará já vencia por 2 a 0, dominava inteiramente, venceu o clássico até com certa facilidade.
Sete passes...
- Quem estava atento deve ter percebido. Gol de abertura do clássico teve precisamente sete passes. Começou com Samuel Xavier. Chegou a Fabinho, daí para João Lucas, imediatamente Ricardinho. Deste para Lima, outra vez Fabinho, que cedeu a Leandro Carvalho. Cruzamento para Galhardo, totalmente livre. Nunca foi tão fácil. E os zagueiros do Fortaleza, que reação tiveram? Absolutamente nenhuma. Todos pareciam anestesiados e catatônicos...
Um pelo outro
- Desde que retornou da Tailândia, nunca mais Osvaldo foi o mesmo. No clássico histórico, outra vez substituído, o que se tornou praxe. Terá murchado sua bola? Até parece. Do outro lado, Edinho, que entrou pra dar intensidade ao ataque, figura meramente decorativa. Impressão que passa — Edinho já entra em campo com medo de outra vez se contundir. Não acertou um passe, não deu um chute, driblar que é seu forte, zero à esquerda.
Mudanças & protestos
- Ceará, domínio do jogo, apesar dos 2 a 1. O que fez o técnico Enderson Moreira? Meteu em campo o limitado Fernando Sobral. E depois Pedro Ken. Sua intenção — segurar os 2 a 1. A torcida alvinegra passou a protestar aos gritos. Enderson não gostou, devolvendo os insultos. Não devia, mas fez. O que aconteceu? Os protestos aumentaram e as vaias também...
Apito torto
- Lance do pênalti polêmico que não aconteceu, inventado pelo árbitro Heber Roberto Lopes. Atacante André Luiz simulou claramente, caindo dentro da área. Luiz Otávio, que o acompanhava sequer encostou nele. Heber, mesmo em cima do lance, hesitou. Na dúvida consultou o VAR pelo fone. Quem estava lá em cima deve ter respondido — "Este lance é seu, marque o que achou que foi". Erro terrivelmente grosseiro de um árbitro fora de forma, que nem da Fifa é mais. Por pouco não estraga o espetáculo.
Bom de briga
- Argentino Vázquez, que entrou no segundo tempo, não mostrou tanta coisa, mas o suficiente para ter vez no time principal. Mesmo desentrosado procurou jogo e armou confusão. Numa delas quis briga com quem aparecesse na sua frente. Se era pra mostrar serviço, ficará pra próxima. Mas que Ceni lhe dará vez, sem dúvidas. É melhor (ou menos ruim) do que qualquer meia do Fortaleza.
Grande decepção
- Por mais que tentem explicar, ou queiram justificar, aquela presença de público, 37 mil e poucos pagantes, foi decepcionante. O jogo era histórico, chamariz de público, logo motivação de sobra. Consta ter sido protesto da torcida tricolor pela pouca carga de ingressos a ela destinada. Ou seja — não engoliu os 30% de ingressos à disposição. Terá troco? Quem viver, verá...
História de luto
- Saldanha, quando vivo, dedicou comentário sobre obra do pesquisador cearense Airton Fontenele, apanhado de fôlego, repleto de minúcias. Saldanha procurou um deslize sequer e não o encontrou. Airton deu o nome de "Sala João Saldanha" ao seu acervo precioso, que o zelava como se um fosse um filho. Ontem, aos 92 anos, Airton partiu. Mas a história, mesmo de luto, não apagará o que por ele foi feito com tanto amor, dedicação, carinho. E ficará como legado, para sempre.
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