Ana Márcia Diogénes é jornalista, professora e consultora. Mestre em Políticas Públicas, especialista em Responsabilidade Social e Psicologia Positiva. Foi diretora de Redação do O POVO, coordenadora do Unicef, secretária adjunta da Cultura e assessora Institucional do Cuca. É autora do livro De esfulepante a felicitante, uma questão de gentileza
Foto: BEATRIZ BOBLITZ
Imagem ilustrativa de apoio. Motos e trânsito
Desde a pandemia da covid-19 tenho presenciado um perigoso espetáculo de desrespeito ao trânsito em Fortaleza. Creio que a maioria sabe do que estou falando. Sim, deles mesmos, os motoqueiros. Grande parte desses motoristas, a pretexto de que estão trabalhando em entregas rápidas, burlam totalmente a legislação.
Para esses motoqueiros não existem contramão, semáforo fechado, faixa de pedestre e ciclofaixa. São eles que escolhem por onde andam, na velocidade que querem, tenham ou não meta de entrega a cumprir. Este comportamento maléfico à segurança de pedestres, bicicletas e carros não se justifica em nada.
Esta semana, antes de atravessar uma rua na Aldeota, às 7 da manhã, eu e meu marido olhamos para o semáforo. Estava fechado para uma rua e na outra não vinha carro algum. Simplesmente um motoqueiro, julgando ser ele próprio o gestor de trânsito, passou no vermelho, dobrou na rua em que estávamos e nos causou um grande susto. Diante da situação, ele parou e indicou para passarmos. Gentileza ou sentimento de culpa?
Na mesma hora percebi o quanto estamos reféns da falta de respeito à vida, ao outro, ao atropelo do tempo. A população não pode ser vitimada por quem, ao dirigir um veículo estreito, costure carros e ônibus como se tudo não passasse de um game. De um brinquedinho onde se manipula bonecos que revivem quando o jogo termina. Não revivemos.
A vida não é um jogo e nem as pessoas ou veículos são peças que podem ser controladas por mouses. Alguns motoqueiros parecem vestir suas motos como se elas fossem extensão de seus corpos e o resto do mundo é que se dane. Para eles, o que importa é que a pizza, o documento, o remédio cheguem a tempo e assim possam partir para a entrega seguinte.
Já vi estas irresponsabilidades no trânsito acontecerem a qualquer hora do dia e da noite. Basta. Até quando vamos conviver com esta ameaça à vida? As autoridades deste segmento e, nós, sociedade, não podemos aceitar estes desmandos acontecendo na nossa frente. Algo precisa ser feito e com urgência.
Espalhar mais câmeras, triplicar o valor da multa para os motoqueiros que trafegarem na contramão e/ou passarem no sinal fechado. Seja lá o que for. O cinto de segurança só foi incorporado como hábito por conta da multa. Tem que pesar no bolso do motorista irresponsável, para não pesar na vida do pedestre, ciclista e motorista dos outros veículos.
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