Ana Márcia Diogénes é jornalista, professora e consultora. Mestre em Políticas Públicas, especialista em Responsabilidade Social e Psicologia Positiva. Foi diretora de Redação do O POVO, coordenadora do Unicef, secretária adjunta da Cultura e assessora Institucional do Cuca. É autora do livro De esfulepante a felicitante, uma questão de gentileza
Escrever a última coluna deste ano dá uma certa nostalgia, ainda mais quando se chega a mais de 100 textos quinzenais sobre comportamento no O POVO+.
Este sentimento vem, inevitavelmente, porque, ao percorrer a retrospectiva da minha coluna, que foca no comportamento do ser humano, acabei fazendo um balanço mais profundo em torno dos temas que abordei. Inclusive relacionando-os com minha própria caminhada pessoal e profissional.
Comecei contando os textos que escrevi em 2025. Foram vinte e seis, um a mais do que o previsto em doze meses. Coisa de quem gosta de escrever somado ao envolvimento com temas que arrepiam a pele.
Neste levantamento, os assuntos mais frequentes foram convivência/empatia, feminicídio/assédio, políticas (ou falta delas), cultura/literatura, direitos e a qualidade dos relacionamentos com crianças e idosos. Neste espaço, a escolha do que escrevo é minha.
Assim, o recorte de um ano mostra muito do que me desperta atenção e também dos meus movimentos ao longo da vida.
Trago nesta caminhada os passos de jornalista em jornal e TV, de integrante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), de gestora pública, de professora universitária e de escritora. O comportamento humano sempre foi o principal motivo das minhas reflexões e das questões em que me envolvo.
A nostalgia citada no início do texto está relacionada ainda ao fato de saber que temas como feminicídio, maus tratos a crianças e idosos e falta de empatia ainda serão abordados com frequência em 2026.
Eles representam um termômetro real de enfermidades comportamentais das quais nós continuamos infectados. Apontam para os que mais precisam de atenção da sociedade, das políticas públicas, da criação ou aplicação de leis.
A escrita é uma forma de vacinar contra a letargia dos que se julgam à parte desses sofrimentos individuais e coletivos. É um caminho para fazer a reflexão e a tomada de posição chegarem a mais pessoas, para incomodar mesmo, para cutucar no sentido de termos avanços sociais.
Até porque, nesta sociedade elitizada, em que política e bom senso nem sempre andam juntos, é preciso vigilância constante.
É só lembrar um dos fatos mais comentados nas redes sociais nos últimos dias: políticos conservadores hostilizando a marca de uma sandália porque, na campanha publicitária, a atriz Fernanda Torres diz que não se deve “começar” o novo ano com o pé direito e sim com os dois pés.
Como não dá para esperar sensatez de quem pensa assim, reforço que podem esperar mais colunas em 2026 com temas que mereçam atenção na área social.
Seja para trazer bons exemplos ou para alertar sobre pontos específicos que não podem passar, de forma alguma, despercebidos numa democracia.
Vamos entrar o próximo ano com as duas mãos no teclado, abrindo portas e janelas de mentes emperradas e observar as jacas pelo caminho, contribuindo para o debate e buscando ampliar consciências.
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