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Corrida com redes para jogar copos: simples e efetivo
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Jornalista formada na Universidade Federal do Ceará (UFC). Repórter com foco em saúde e coordenadora de Cidades do O POVO. Eleita no TOP 3 +Admirados da Imprensa de Saúde, Ciência e Bem-Estar do Nordeste. Nesta coluna, trata de assuntos ligados ao mundo da corrida de rua, provas, novos produtos, tecnologia e cuidados com a saúde

Corrida com redes para jogar copos: simples e efetivo

Circuito do Aço, realizado nesse sábado, 15, implementou diversas medidas para mitigar o impacto socioambiental do evento
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Redes de pesca sendo 
usadas para coletar copos (Foto: Ana Rute Ramires)
Foto: Ana Rute Ramires Redes de pesca sendo usadas para coletar copos

O rastro de copos acumulados no chão nas corridas, embora "natural" nos eventos do esporte, sempre me incomodou. Não é "só jogar e recolher depois" como alguns simplificam. Nesse sábado, 15, vi uma ideia com DNA tipicamente cearense, simples e efetiva, que prova que nenhuma mudança é difícil demais quando uma causa é priorizada: redes de pesca para segurar os copos.

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A ideia foi implementada no Circuito do Aço — Esporte e Sustentabilidade, primeira corrida de rua promovida pela ArcelorMittal no Ceará, junto a outras medidas de responsabilidade socioambiental. Fernando Elpídio, diretor da Nova Letra Eventos Criativos, responsável pela organização da corrida, foi o autor da ideia e conta que encomendou as redes com pescadores do Titanzinho. 

"A rede em si é algo bem básico, que eu já queria ter feito numa prova anterior, mas não foi possível". A medida consiste em esticar as redes alguns metros após os pontos de água. Isso amplia o espaço disponível para o corredor jogar o copo, ao invés de concentrar em sacos de lixo, e facilita o descarte em movimento. 

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O evento contou com expertise da Verdear, focada em promover ações de sustentabilidade em eventos. A arena teve uma Central Sustentável com mesa de triagem, operada por coletores de materiais recicláveis, promovendo inclusão social e economia circular.

 Circuito do Aço — Esporte e Sustentabilidade,(Foto: Jorge Mota)
Foto: Jorge Mota Circuito do Aço — Esporte e Sustentabilidade,

Elpídio destaca a importância da participação de técnicos ambientais no processo. "Não adianta só ter a ideia sem ter técnicos, sem ter pessoas capacitadas e preparadas para entregar o real objetivo, né? Que era tentar zerar uma prova, fazer uma prova o mais limpa possível", acrescenta. 

Algumas outras medidas implantadas foram a separação de resíduos em quatro categorias: recicláveis, orgânicos, rejeitos e resíduos de cigarros; cálculo da pegada de carbono individual e da organização; compostagem dos resíduos orgânicos e posterior uso para regeneração ambiental; e plantio de mudas posteriormente.

Além disso, um relatório de impacto socioambiental com dados sobre resíduos reciclados, compostagem e mudas plantadas será divulgado. "O Circuito do Aço não apenas implementou práticas sustentáveis, mas também mede e compartilha os resultados, promovendo transparência e inspirando outras organizações", reforça a empresa.

 Circuito do Aço — Esporte e Sustentabilidade,(Foto: Jorge Mota)
Foto: Jorge Mota Circuito do Aço — Esporte e Sustentabilidade,

O evento, que se apresentou com a pretensão de ser um marco na sustentabilidade, contou com mais de 2 mil participantes, sendo mais de 700 funcionários da ArcelorMittal.

"Acho que o grande aprendizado que eu levo para as outras provas da Nova Letra é conversar com o atleta antes, conversar nas redes sociais antes da prova, na entrega de kits e no dia especificamente com pessoas orientando. Eles (atletas) compraram a ideia", diz. 

Acredito que o marco principal do evento foi de que é possível, sim, realizar uma corrida de rua sem copos no chão. E de que é possível adaptar. Novas ideias devem ser testadas, analisadas, modificadas. O que fazemos pode melhorar. E quando se fala em questões ambientais, não podemos mais retroceder. Diminuir o impacto das nossas ações é um imperativo. 

 

 


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