Ariadne Araújo é jornalista. Começou a carreira em rádio e televisão e foi repórter especial no O POVO. Vencedora de vários prêmios Esso, é autora do livro Bárbara de Alencar, da Fundação Demócrito Rocha, e coautora do Soldados da Borracha, os Heróis Esquecidos (Ed. Escrituras). Para além da forte conexão com o Ceará de nascença, ela traz na bagagem também a experiência de vida em dois países de adoção, a Bélgica, onde pós-graduou-se e morou 8 anos, e Portugal, onde atualmente estuda e reside.
De volta, a temporada de greves nos aeroportos de Portugal. Este ano, já foram duas — uma em julho e outra em agosto — e as próximas têm já datas agendadas, e vão até janeiro de 2026. Se você vem para Portugal neste semestre, talvez se interesse em saber o que o espera
Foto: Arquivo pessoal
Aeroporto de Portugal
Desta vez não são pilotos ou funcionários das empresas áreas. O pessoal que tira e põe as malas e bagagens, nos aviões, tem já calendário pronto e dias certos para uma greve, que começou ontem, bem no meio da semana.
Significa que, durante os próximos meses (pelo menos é o que está planejado) não teremos a feliz visão, ainda das janelas do avião, das mãozinhas ágeis, já no transporte de bagagens, que estarão à nossa espera nas esteiras do aeroporto. E, então, a alegria de saber que a viagem acabou, e logo estaremos num táxi, pode ser contrariada.
Os portugueses gostam de dizer: constrangimentos. Já falaremos disso na próxima coluna. Voltando à greve, como consequência, as empresas aéreas podem cancelar voos, por não terem quem retire as bagagens do porão, liberando as aeronaves para outros destinos.
A TAP será diretamente afetada, porque trabalha em terra com a empresa Menzies Aviaton, cujos funcionários reivindicam melhores condições de trabalho e aumento de salário. Pelo que eu sei, têm toda razão nestes pedidos.
São mais de dois mil homens e mulheres em condição de pressão e desrespeito por parte dos patrões. A Menzies recusa-se a falar com eles, o que tem agudizado o conflito laboral. Nas duas greves passadas, muitos voos saíram de Lisboa sem as bagagens dos passageiros e as malas não-entregues e não-despachadas acumularam-se, montanhas delas nas salas dos aeroportos. É o que deve acontecer de novo.
Os voos de conexão, serão ainda mais afetados, pois, em geral, têm tempo contado em solo, apenas para reposição de combustível e retirada da bagagem de quem fica, antes de decolarem.
Sei como é desembarcar em outro país sem mala. Constrangimento é uma palavra leve, para o que se vive. Quase uma semana sem mala, em Paris. Tem-se de comprar um mínimo de roupas e outros itens. Não é nada agradável.
Quanto ao calendário, neste setembro, de ontem irá até o dia nove, na terça; e recomeçará de doze a quinze; depois de dezenove a vinte e dois; e fechando o mês do dia vinte e seis ao vinte e oito.
Para outubro, pega o fim de semana que irá de três a seis; depois de dez a treze; depois de dezassete a vinte; e mais de vinte e quatro a vinte e sete; fechando o mês com a paralisação de trinta e um a três de novembro.
Novembro e dezembro, meses muito queridos para se visitar a Portugal — entraremos neles já em greve. Continuará do sete ao dez; depois do catorze ao dezessete, e mais do vinte e um ao vinte e quatro; e terminará o novembro do vinte e oito ao oito de dezembro.
O dezembro dos longos fins de semana, quando a greve continuará do cinco ao oito; depois do doze ao quinze. E, o último período, o mais sensível, de dezenove de dezembro a dois de janeiro — incluindo aí o Natal e o Ano Novo.
O que eu fiz sem malas em Paris? Deixei de lado a chateação e fui curtir a cidade. Viagem cara demais para ser atrapalhada por uma greve. Bem hajam!
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