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Projeto Santa Quitéria: respostas ao Ibama virão antes da data final
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Jornalista, repórter especial do O POVO, tem mais de dez anos de experiência em jornalismo econômico

Projeto Santa Quitéria: respostas ao Ibama virão antes da data final

À esta coluna, executivo do Consórcio Santa Quitéria comenta o processo de explicações ao Ibama e o contexto ao qual o projeto se inseriu
Tipo Opinião
Placa demarca área da jazida, na fazenda Itataia, em Santa Quitéria (Foto: Aurelio Alves)
Foto: Aurelio Alves Placa demarca área da jazida, na fazenda Itataia, em Santa Quitéria

O Consórcio Santa Quitéria - formado pela estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e a Galvani Fertilizantes - continua confiante de que, ainda em 2025, seja emitida a licença prévia do projeto de exploração de urânio e fosfato na cidade de Santa Quitéria, a 222,3 quilômetros de Fortaleza. Não à toa, promete entregar as informações pedidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) antes de novembro - prazo final estabelecido pelo órgão federal.

A motivação para o otimismo, diz Christiano Brandão, gerente corporativo de Licenciamento e Meio Ambiente da Galvani, está no tom do parecer emitido. Mas também no contexto ao qual o Projeto Santa Quitéria (PSQ) acabou se inserindo involuntariamente.

Medidas aplicadas pelo presidente Donald Trump (Estados Unidos) explicam. O tarifaço imposto a produtos brasileiros abalou as exportações cearenses e promete causar dano ao ritmo da economia local. Nesse contexto, aposta o Consórcio, os R$ 2,3 bilhões a serem investidos e a geração de 7,9 mil empregos - dos quais 1,6 mil são diretos - devem gerar divisas necessárias para o fortalecimento da economia do Ceará em um momento decisivo.

O governador Elmano de Freitas (PT), inclusive, voltou a defender o projeto como de "interesse nacional", na semana passada, quando esteve em Quixadá. "No entanto, precisamos assegurar que todas as condições de segurança estejam atendidas para proteger o meio ambiente e as comunidades locais", pontuou em fala à imprensa da região.

Outra questão que reforça o Projeto envolve a dependência do mercado brasileiro dos fertilizantes estrangeiros. Especialmente dos produtos russos. Isso coloca o País mais uma vez na mira de Trump, que vem perseguindo a Índia por comprar o diesel da Rússia. Em Santa Quitéria, se aprovado, o PSQ deve gerar 1 milhão de toneladas de fertilizantes fosfatados - além de 220 mil toneladas de fosfato bicálcico e 2,3 mil toneladas de concentrado de urânio.

"Isso revela a importância de reduzirmos a dependência dos fertilizantes importados. Toda vez que há uma questão política, geopolítica mais grave, a gente se vê em um cenário de escassez. Isso precisa ser minimizado. Então, não há dúvidas que a produção de fertilizante no Brasil, mais uma vez, deve ser impulsionada ou priorizada a partir dessas questões que estão ocorrendo", avalia o executivo.

Hoje, o Projeto Santa Quitéria conta com dois escritórios ativos em Lagoa do Mato e Itatira e já aplicou R$ 200 milhões em pesquisas e projetos sociais na região. De posse dos dados enviados pelo Consórcio, o Ibama deve emitir mais um parecer. Será o 9º desde a década de 1970, quando a jazida foi descoberta, mas que até hoje não teve a exploração permitida.

Fortaleza polo de imóveis alto padrão

Fortaleza se consolida no mercado de imóveis de alto padrão no Nordeste. A cidade lidera o ranking do segmento luxo na Região e ostenta o maior ticket médio do Brasil, com valor de R$ 3,03 milhões por unidade. "A receptividade do mercado reforça o apetite do público por produtos diferenciados, com alto padrão construtivo, localização estratégica e potencial de valorização. Fortaleza vive um momento único", aponta Ricardo Moura, da gerente comercial da Dasart Engenharia.

Ele comemora os resultados dos dois empreendimentos da empresa no segmento: O Mansão Diogo e o DM210. O primeiro conta com um valor geral de vendas (VGV) de R$ 395,25 milhões, é um dos prédios mais altos do Nordeste (156m e 50 andares) localizado na Av. Beira-Mar e já comercializou 65% das unidades. Já o segundo conta com VGV de R$ 161,02 milhões, localizado na Av. Desembargador Moreira e já vendeu 70% das unidades.

Salmoura

A Dessal mira o comércio da salmoura que deve ser gerada pela usina de dessalinização. Um evento a ser realizado em setembro sob a coordenação da Cagece deve apresentar as oportunidades de negócios, como a extração de cálcio, magnésio, sódio, cloro e sulfatos dos resíduos da usina.

Crédito na mão

A Cielo e a Ingenico começaram a testar pagamentos feitos via biometria no Brasil. Os usuários usam a palma da mão para autorizar transações de crédito. "A tecnologia emprega sensores avançados para identificar padrões únicos da palma", explica Carlos Alves, VP de Tecnologia e Negócios da Cielo. A novidade ainda não tem data para chegar ao consumidor final.

Neo Agro 4.0

A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o SiDi, Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação, estão selecionando startups do Nordeste para o Neo Agro 4.0. Ao todo, dez serão selecionadas e podem receber até R$ 20 mil. Detalhes no neoagro.abdi.com.br.

28,3

bilhões de dólares foram evitados em custos adicionais para combustíveis fósseis no Brasil em 2024, aponta a Agência Internacional de Energia Renovável (Irena, na sigla em inglês). É o segundo maior montante do mundo quando o assunto é transição energética - atrás da China (US$ 180 bilhões). Além disso, US$ 3,9 bilhões foram evitados por poluição.

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