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Plano do governo ameaça posição de Fortaleza como hub de cabos submarinos
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Jornalista, repórter especial do O POVO, tem mais de dez anos de experiência em jornalismo econômico

Plano do governo ameaça posição de Fortaleza como hub de cabos submarinos

Principal ponto de conexão de cabos de internet no Brasil, capital cearense pode sair perdendo com novos planos do Ministério das Comunicações
Tipo Notícia
Praia do Futuro é o principal ponto de conexão de cabos em Fortaleza (Foto: FABIO LIMA)
Foto: FABIO LIMA Praia do Futuro é o principal ponto de conexão de cabos em Fortaleza

Está nas prioridades do novo ministro das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho, o lançamento de uma política nacional para expandir o número de conexões de cabos submarinos de internet no Brasil. A ideia é multiplicar as cidades com ancoragem de cabos de fibra óptica "principalmente nas regiões Norte e Sul, que atualmente não contam com nenhum ponto."

No texto de divulgação do plano, o Ministério reconhece Fortaleza como principal local de conexão em todo o País e afirma que "a nova política quer mudar esse cenário, ampliando a quantidade de pontos de ancoragem, por meio da criação das chamadas Zonas de Interesse para Ancoragem (ZIAs) — áreas que recebem os cabos — para regiões ainda não contempladas."

"Com isso, a infraestrutura de internet no Brasil terá mais capacidade, velocidade, segurança e redundância", justifica o ministro em um texto que destaca a projeção de o setor de cabos submarinos movimentar R$ 56 bilhões em cinco anos.

Os cabos por si só não trazem investimentos tão robustos para a cidade. Eles são acompanhados de data centers, cuja estrutura armazena os dados consumidos pelos usuários de internet e são alvos de investimentos milionários. Na prática, quanto mais data centers no Brasil, menos tempo leva para buscar a informação fora, seja essa informação uma pesquisa no Google seja um filme na Netflix.

 

A Praia do Futuro, na capital cearense, é o principal local de construção de data centers no Estado. É lá onde estão ancorados os 17 cabos submarinos. Mas a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Ceará, localizada no Complexo do Pecém, busca ser alvo desses empreendimentos também.

Mas essa disputa saudável para o Estado ainda tem contra si a demanda de energia que os data centers apresentam. Há três semanas, a Casa dos Ventos teve um projeto do tipo barrado no Operador Nacional do Sistema Elétrico pela falta de infraestrutura de transmissão de energia que assola o Ceará e os demais estados do Nordeste.

Cenário complicado para um setor que parecia ter Fortaleza como um hub consolidado e absoluto no País.

Os incômodos jabutis da eólica offshore

O Congresso continua jogando contra o País quando o assunto é energia - também. Os jabutis vetados pela Presidência da República no marco legal da eólica offshore voltaram a assustar o setor com a insistência dos parlamentares de levá-los a cabo.

Além de adicionar um custo de R$ 20 bilhões nas contas de luz dos brasileiros, como denuncia a Frente Nacional dos Consumidores de Energia (FNCE), a contratação compulsória de 8 GW de térmicas a gás inflexíveis e pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) prevista nos jabutis deve ampliar o corte programado de produção nas usinas de renováveis eólicas e fotovoltaicas, o chamado curtailment.

"Não há como falar em transição energética ou reforma setorial sem antes garantir a manutenção dos vetos aos jabutis das eólicas offshore", arremata nota da FNCE enviada à esta coluna.

637

milhões de reais em valor geral de vendas são contabilizados pela WR Engenharia em empreendimentos imobiliários ativos no Ceará, especialmente na Região Metropolitana de Fortaleza e no Cariri. A empresa atua como incorporadora e prestadora de serviços, com mais de 3.300 unidades habitacionais entregues e quase 700 comerciais. Para este ano, a empresa projeta lançar dois novos projetos neste ano e entregar outros cinco.

80

por cento do Trend Living, empreendimento da Construtora Mendonça Aguiar na Aldeota, já foi comercializado. Com valor geral de vendas calculado em R$ 80 milhões, o empreendimento já conta com 85% das obras concluídas e tem previsão de entrega em setembro deste ano.

2

bilhões de reais em recuperação de créditos tributários foram recuperados pela Abax Auditoria e Consultoria ao longo dos últimos 15 anos que a empresa comemora em 2025. Com grandes empresas cearenses como clientes - a exemplo de Beach Park, Arco, JCC, Qair e Alvoar - a Abax atua ainda em Recife, Natal, Salvador e São Paulo.

200

por cento é o crescimento que a Provin Joias projeta ao chegar no Ceará com representantes comerciais. Focada no segmento de joias banhadas a ouro 18K e em peças em prata, a empresa conta com mais de 2.500 consultores espalhados pelo país, quinze lojas franqueadas na região Sul e representantes em todos os estados. 

Foto do Armando de Oliveira Lima

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