Empresa investirá R$ 3,8 bi em complexo eólico e solar para data centers
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Jornalista formada em Comunicação Social pela Universidade Federal do Ceará (UFC). É editora digital de Economia do O POVO, onde começou em 2014. Atualmente, cursa MBA em Gestão de Negócios e está andamento de Certificação Internacional em Marketing Digital pela ESPM
Empresa investirá R$ 3,8 bi em complexo eólico e solar para data centers
Será um complexo em Acaraú que combinará geração eólica, solar e armazenamento de baterias para a instalação de empreendimentos de processamento de dados
Foto: Projeto EnergyPro/Divulgação
Perspectiva de como ficará o projeto do complexo híbrido
Acaraú, a 244,77 quilômetros (km) de Fortaleza, será sede de investimentos anunciados de mais R$ 3,8 bilhões para implantação de empreendimento que envolve geração de energia renovável para dois data centers (processador de dados).
A data prevista para início das obras é em julho deste ano, com entrada em operação comercial em maio de 2027.
O aporte foi confirmado Shelka Marques, presidente-executiva (CEO) do Grupo EnergyPro, que tem parceria com um fundo soberano francês, de nome não revelado, que possui ativos sob gestão de aproximadamente 35 bilhões de euros.
Em relação ao financiamento, 70% dos investimentos serão aportados por esse fundo europeu, em regime de Joint Venture, enquanto os 30% restantes serão financiados pelo próprio Grupo EnergyPro.
A parte da companhia é o Complexo Híbrido Acaraú Energia, que inclui a instalação de 403 megawatts (MW) de energia eólica no Projeto Ventos de Acaraú, com 65 aerogeradores da multinacional chinesa Gold Wind, e 297 (MW) de energia solar no Projeto Solar de Acaraú.
Para se ter ideia, 1 MW abastece 400 residências. Portanto, os dois projetos poderiam atender cerca de 280 mil residências.
À coluna, Shelka detalha que serão produzidos 300 MW médios para suprir a demanda de dois grandes consumidores, que serão os data centers com 30 mil
racks
"Estrutura que geralmente é feita de aço e abriga servidores, cabos e outros equipamentos do data center"
cada. Somente o tamanho desses equipamentos compreendem uma utilização de área equivalente a 10 campos de futebol (cerca de 7,14 hectares).
E o investimento das empresas ainda não reveladas é estimado em US$ 875 mil cada, o que dá cerca de R$ 5.094.425 a preços atuais do dólar, conforme conversão na plataforma do Banco Central.
Em suma, a estrutura combinará geração eólica, solar e armazenamento de baterias da EnergyPro para a instalação de empreendimentos de outras empresas de processamento de dados, que demandam grandes montas de energia.
"Este investimento irá impulsionar a economia local, gerando empregos e atividade econômica, e marca um passo significativo na consolidação do Nordeste brasileiro como um hub de energia limpa, impulsionando as ambiciosas metas de transição energética do Brasil", frisou Shelka, em comunicado sobre o investimento.
Ela complementa que, ao integrar fontes renováveis e soluções de armazenamento, a EnergyPro fortalece o compromisso com a sustentabilidade e com o futuro da energia no País.
"Estamos prontos para construir um futuro mais sustentável e inovador, contribuindo diretamente para a transformação do setor energético brasileiro", complementou.
Sobre o Complexo Híbrido Acaraú Energia, outro ponto que Shelka frisa é que ele será voltado a suprir a necessidade de energia flat 24 horas por dia, sete dias da semana, para os data centers, por meio da operação das fontes de energia renováveis. Ou seja, isso significa que o funcionamento previsto é sem que haja interrupção.
"A solução foi pensada para aliviar a sobrecarga do Sistema Interligado Nacional (SIN – ONS) e mitigar um dos maiores desafios das usinas eólicas e solares no Nordeste: o curtailment - limitação da geração de energia devido à sobrecarga do sistema", explica a CEO à coluna.
Em que etapa de licenciamento está o projeto em Acaraú
Do complexo híbrido, tanto o Projeto Ventos de Acaraú como o Projeto Solar de Acaraú estão com outorgas da Aneel e licenças ambientais já aprovadas.
Já a licença de instalação recebeu cinco pareceres positivos, mas falta retornar o Conselho Estadual do Meio Ambiente (Coema), que é um órgão colegiado vinculado diretamente ao governador do Estado (Elmano de Freitas-PT), para posterior emissão da LI pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace).
A coluna procurou o Governo do Estado para saber do conhecimento sobre o projeto, por meio da Casa Civil, que encaminhou a demanda para a Secretaria do Desenvolvimento Econômico do Estado (SDE). A pasta foi procurada na terça-feira, 25 de fevereiro, mas não retornou com respostas.
O que é um data center
Um data center pode ser lido como um Centro de Processamento de Dados (CPD).
Dentre as funções de um equipamento como este estão
Armazenar dados e aplicativos críticos das empresas
Gerenciar ativos de rede
Processar e transmitir grandes quantidades de informação
Distribuir e permitir o acesso a recursos
Fornecer backup e recuperação de dados
Gerenciar dados
Hospedar sites
Conheça o Grupo EnergyPro
O Grupo EnergyPro é um conglomerado de 25 anos e 11 empresas que atuam nas áreas de energias renováveis, créditos de carbono e hidrogênio.
Trabalha desde os primeiros projetos eólicos no Brasil, implantados no início dos anos 2000 por meio do programa Programa de Incentivo às Fontes Alternativas (Proinfa).
Conforme Shelka, já desenvolveram um portfólio de 8,2 gigawatts (GW) em projetos de geração de energia, abrangendo fontes eólica, solar, hidráulica e biomassa, dos quais 4,3 GW já estão em operação comercial.
"Atualmente, contamos com 5,4 GW em projetos de energia eólica e solar com outorgas da Aneel e outros 2,6 GW em fase de desenvolvimento (Greenfield)."
No País, investem em dois complexos híbridos de geração de energia renovável (usinas eólicas, solares e biomassa), com sistemas de armazenamento em baterias. Um é o de Acaraú, no Ceará, e outro é no Rio Grande do Sul. Em ambos oferecem áreas para implantação de data centers.
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