O prefeito eleito de Fortaleza, José Sarto (PDT), realizou na manhã desta quarta-feira, 2, primeira reunião como próximo gestor da Capital, em café da manhã com líderes de partidos aliados. Em entrevista coletiva após o encontro, o pedetista evitou antecipar nomes para a futura gestão, mas destacou que a regra serão pessoas com "perfil e capacidade técnica".

Questionado sobre uma possível reforma administrativa, Sarto disse que “pode criar” novas secretarias, mas destacou que não firmou qualquer compromisso de distribuição de cargos com grupos que o apoiaram na eleição. Ele destaca, no entanto, que quer ampliar diálogo com partidos e que ouvirá sugestões de nomes de partidos de sua base aliada.

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“A gente não faz política sozinhos. Temos um grupo de partidos e pessoas e a regra é ouvir e, evidentemente, quem for participar da gestão tem que ter perfil, vocação, capacitação técnica”, disse. Em entrevista ao O POVO, líderes presentes na reunião destacaram que Sarto e o vice Élcio Batista (PSB) sinalizaram perfil “político, mas técnico”, para a equipe da gestão.

“Eles foram na linha de ouvir, rever a forma de administrar, já que viram que as urnas deram um recado", diz a ex-vereadora Toinha Rocha (Rede). "Não se justifica gestões tão bem avaliadas, com tantos apoios, terem esse resultado. Então eles reconheceram a importância dos partidos na vitória e querem aumentar o diálogo, reunir os melhores quadros técnicos. Vai ser uma questão política, mas técnica, querem aproveitar as pessoas tecnicamente”.

Representando o PP, Marcos Cals evitou comentar as conversas internas, mas frisou que Sarto e Élcio destacaram necessidade de que a base aliada da futura gestão busque “escutar mais” a população. Segundo outra liderança presente, o prefeito eleito reforçou interesse em manter reuniões mensais com vereadores, inclusive com opositores, partidos e movimentos sociais.

Neste sentido, o prefeito reeleito de Eusébio, Acilon Gonçalves (PL), chegou a propor a criação de ouvidorias sobre vários temas como forma de aumentar participação de aliados. Sarto não se comprometeu com a questão, mas afirmou aos presentes que avaliaria a proposta e que não teria problemas em fazer uma reforma administrativa que fosse positiva para a gestão.

Questionado sobre a proposta de Gonçalves, Élcio Batista disse apenas que ele e o prefeito eleito estão no momento de “escutar e ouvir todas as ideias”. “Para que a gente possa compreender a eficiência de cada proposta no aperfeiçoamento da gestão. É o momento de escutar, ponderar e, ao mesmo tempo, iniciar processo de construção”, disse.

“Agora, temos que ter muito cuidado para não assumirmos compromissos que depois possam se mostrar inviáveis ou não tão eficientes e eficazes. Momento agora é da máxima do ‘fazer mais com menos’, até pelo momento atual do Brasil e dos municípios”, continua Élcio.

Presidente do PSDB do Ceará, Luiz Pontes elogiou a reunião e destacou interesse do partido em participar das discussões. Já o líder maior do DEM no Estado, Chiquinho Feitosa, esteve presente mas pouco participou das conversas. Presidente municipal do PT, Guilherme Sampaio, foi convidado para o evento, mas não compareceu após testar positivo ontem para a Covid-19. Petistas não enviaram qualquer outro representante.

Outras lideranças presentes foram o secretário de Turismo de Fortaleza, Alexandre Pereira, o deputado estadual Walter Cavalcante (MDB) e o ex-deputado Odilon Aguiar, primo do líder maior do PSD do Ceará, o ex-conselheiro do TCM Domingos FIlho.

Na coletiva após o encontro, José Sarto afirmou ainda que aplicará ampliação do número de Regionais de Fortaleza de sete para doze. O aumento no número de pastas foi aprovado em dezembro do ano passado, mas ainda não foi colocado em prática pela gestão Roberto Cláudio (PDT).