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Cid candidato "resolveria todos os problemas", diz Zezinho
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O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política

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Cid candidato "resolveria todos os problemas", diz Zezinho

CID Gomes: onipresença nas articulações de bastidores (Foto: Thais Mesquita)
Foto: Thais Mesquita CID Gomes: onipresença nas articulações de bastidores

Um dos líderes de partidos da base aliada que assinaram na semana passada um manifesto em defesa do direito à reeleição da governadora Izolda Cela (PDT), o deputado estadual Zezinho Albuquerque (Progressistas) afirma que uma candidatura de Cid Gomes (PDT) ao Governo do Ceará resolveria "todos os problemas" da atual crise no bloco governista. Nas últimas semanas, Cid tem se mantido afastado do processo de definição da base aliada, o que tem provocado uma série de queixas nos bastidores da política local.

"Se o Cid fosse candidato, estavam resolvidos todos os problemas. Estaríamos em boas mãos, como estamos com a Izolda", disse Zezinho na última quinta-feira, logo após a reunião que terminou com a assinatura do manifesto pró-Izolda. Além de Zezinho, o ato contou com evento de líderes do PT, MDB, PCdoB e PV, e marcou o início de uma "onda" de manifestações de apoio político à reeleição da atual governadora, que incluiu dezenas de prefeitos do Estado ao longo do último fim de semana.

O atual impasse entre Izolda e o ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT), no entanto, poderia ser resolvido, na opinião de Zezinho, com a entrada de Cid no páreo. Neste sentido, o deputado diz ter procurado pessoalmente o senador e pedido para que ele saísse candidato. "Eu pedi para ele ser candidato. Eu fui pessoalmente à casa dele pedir, e ele não aceitou nem que colocasse o nome dele à disposição. Repito, se o Cid fosse candidato, estava tudo resolvido", destaca o parlamentar, três vezes presidente da Assembleia, líder maior do Progressistas no Ceará e aliado histórico do grupo dos Ferreira Gomes no Estado.

"Nós apoiamos há muito tempo, agora há pouco mesmo teve eleição e o PP estava com o PDT. Queremos ficar juntos com o PDT, mas desde que a gente também possa ser ouvido, possa conversar. E é isso que estamos querendo", diz ele, que ainda classifica como normal o distanciamento de Cid do processo. "Acho que ele deu um tempinho aí, trabalhou demais na construção desses partidos, da base, para essas eleições", diz.

Onda Izolda

Apesar de a disputa interna no PDT já se mostrar extremamente acirrada há mais de um mês, tanto Izolda quanto Roberto Cláudio vinham mantendo, com certa elegância até, o discurso oficial de unidade interna e debate democrático dentro do pedetismo local. O último fim de semana, no entanto, parece ter varrido de vez a possibilidade de um discurso "paz e amor" entre os pré-candidatos. Nos últimos dias, sobraram pancadas e acusações públicas para todos os lados, ainda que terceirizadas para aliados de cada candidatura.

O exemplo mais forte veio com a "onda" de deputados e prefeitos que anunciaram, ao longo do sábado e do domingo, apoio à candidatura de Izolda. Pelo menos dois vereadores do PDT de Fortaleza, Júlio Brizzi e Enfermeira Ana Paula, acusaram as manifestações de ocorrerem após pressões tocadas por petistas que integram o governo do Estado. Pior ainda, elas teriam ocorrido usando recursos estaduais como "moeda de troca". Coisa grave, especialmente quando envolve políticos que até bem pouco tempo eram aliados.

Aliança acabou?

É como o colega Érico Firmo bem colocou em seu espaço aqui no O POVO: a aliança governista no Ceará já rachou, resta saber só se tem remendo. Em conversas reservadas, deputados de partidos aliados questionam que a dificuldade em composição ocorre principalmente da ausência de lideranças locais para conduzir o processo.

Dois dos três maiores líderes, o ex-governador Camilo Santana (PT) e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), são partes diretamente antagônicas no processo. O terceiro líder maior, Cid Gomes (PDT), tem se ausentado do processo. Nessa levada, a impressão é que a corda corre solta e sem ninguém para segurar, com novos ataques públicos entre aliados ocorrendo todos os dias.

 

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