Carol Kossling é jornalista e pedagoga. Tem especialização em Assessoria de Comunicação pela Unifor e MBA em Marketing pela Faculdade CDL. Pautou sua carreira no eixo SP/CE. Fez parte da equipe de reportagem do Anuário Ceará e da editoria de Economia do O POVO. Atualmente é Editora de Projetos do Grupo de Comunicação O POVO
Além da sigla ESG ou ASG, ambiental, social e governança, que ganha cada vez mais espaço nas agendas empresariais e da mídia, outro termo tem chamado atenção, negócios de impacto. Porém poucos sabem o que significa ou representa.
É algo simples, mas com um efeito avassalador, são negócios que resolvem problemas sociais e ambientais. Eles necessitam de sustentabilidade financeira e não se enquadram como Organização sem fins lucrativos.
A especialista em negócios de impacto e novas economias, que agrega mais de 10 anos na área, Gabi Valente, comenta a urgência de olharmos para essa pauta e destaca que quando olhamos para a crise social e ambiental que vivemos, logo vemos que os negócios são responsáveis por boa parte dos impactos negativos gerados para chegarmos até aqui.
No caminho da responsabilização destes negócios, existe um primeiro horizonte de implementação de boas práticas de gestão ligadas ao ambiental, social e governança, a que chamamos ESG.
“Se esticamos o olhar para além disso, veremos que há um novo paradigma de negócios a que chamamos negócios de impacto socioambiental positivos. Eles são a nossa grande chance de transição econômica para uma economia inclusiva, compartilhada e de baixo carbono. Sem eles, viveremos a quebra abrupta dos sistema econômico em que vivemos, porque não é possível sustentar uma economia baseada na infinitude de recursos quando temos um planeta finito. Justiça climática é a única chance de sobrevivência da espécie humana no planeta Terra e os negócios de impacto são uma importante mola propulsora desta chance”, afirma.
Conselho cearense
Em Fortaleza, existe um programa, formando por cerca de 15 conselheiros de diferentes esferas produtivas, o Coalização pelo Impacto, que tem a função de apoiar os investimentos de impacto na Capital.
A ideia é que ele crie um ecossistema que identifique os atores locais; as potenciais conexões entre eles; e promover a colaboração entre as diferentes organizações. Mensalmente acontecem reuniões, alternadas entre o núcleo local e o núcleo nacional, para o acompanhamento da implantação da Coalização. Em Fortaleza, Bia Fiuza está na coordenação local.
A Coalizão pelo Impacto é uma iniciativa nacional correalizada pelo Instituto de Cidadania Empresarial (ICE), Instituto Helda Gerdau, Instituto humanize e Somos Um, com a parceria estratégica da Cosan, Fundação Educar, Fundação FEAC, Fundação Grupo Boticário, Instituto Sabin e Raia Drogasil. Até 2026, aportará R$ 34 milhões para transformar seis cidades Belém, Brasília, Campinas, Fortaleza, Paranaguá e Porto Alegre.
Exemplo na educação digital
Há sete anos, nasceu o Social Brasilis dentro de uma sala de aula da educação de Jovens e adultos (EJA) no Pirambu. Manu Oliveira (foto), professora na época de letramento e Língua Portuguesa, percebeu a falta de letramento digital das populações periféricas, que estavam conectadas nas redes sociais, mas não tinham aprofundamento para o mercado de trabalho ou estruturar seus negócios.
Após realizar uma pesquisa surgiu o seu negócio de impacto social que hoje oferta programas educacionais e desenvolve plataformas virtuais de aprendizagem para qualificar a base da pirâmide para a inclusão produtiva na nova economia, via mercado de trabalho ou pela geração de novos negócios.
Muitas outras ideias chegaram, a partir dessa iniciativa, como a metodologia Social Lab: formando inovadores sociais, uma incubação de negócios de impacto socioambientais com prioridade aos público periférico.
Ela possui cinco dimensões que focam desde o desenvolvimento pessoal e emocional da pessoa empreendedora até a estruturação do Mínimo Produto Viável (MVP) da solução, que é o produto/serviço estruturado para teste de vendas.
3º ciclo da Trilha Impactar
Promovido pela Somos Um o 3º ciclo da Trilha Impactar divulgou os ganhadores desta edição, o “Zap das Verduras”, seguido por “Mãos que Encantam” e “Autiamor”. O Zap das verduras cultiva e comercializam verduras, legumes e hortaliças sem o acréscimo de toxinas em combos ou cestas de forma semanal ou mensal para famílias da região da organização em Maracanaú.
Já o Mãos que encantam produz e comercializa acessórios e vestuários em forma de coleção com renda de bilro e crochê produzido por artesãs e marisqueiras da reserva Prainha do Canto Verde em Beberibe.
E a Autiamor produz e comercializam acessórios, camisetas e jogos com a temática da causa autista. Os materiais são produzidos por autistas e mães de autistas, gerando renda e formação.
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