Carol Kossling é jornalista e pedagoga. Tem especialização em Assessoria de Comunicação pela Universidade de Fortaleza (Unifor) e MBA em Marketing pela Faculdade CDL. Pautou sua carreira no eixo SP/CE. Fez parte da editoria de Economia e foi editora de Projetos do Grupo de Comunicação O POVO. Atualmente cursa dois MBA em ESG - Trevisan e Faculdade CDL
Na última terça-feira (10), 95 países assinaram o "Apelo de Nice", liderado pela França, por um tratado ambicioso contra a poluição plástica nos oceanos. Noruega, Canadá e México, que são grandes produtores de petróleo, aderiram
Foto: FERNANDA BARROS
BRASIL não assinou acordo global contra a poluição plástica
O Brasil se prepara para sediar a COP30 em novembro desse ano, no Pará, prometendo protagonismo global na agenda climática.
Mas a contradição apareceu semana passada, quando o país se recusou a aderir ao acordo global, chamado de “Apelo de Nice”, apresentado pela França na Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos (UNOC3), contra a poluição plástica.
Em meio às negociações, pesaram mais as pressões internas de setores como o petroquímico e o agronegócio, que veem nas restrições ao plástico uma ameaça econômica. A justificativa oficial é de que os termos propostos impõem limites excessivos à produção e ao uso de aditivos.
A decisão revela o desafio que o Brasil ainda enfrenta de equilibrar ambições ambientais com interesses econômicos tradicionais.
Espera-se que em agosto, o Brasil, que defende um tratado mais “dinâmico”, que possa ser atualizado ao longo dos anos, à medida que os conhecimentos científicos evoluam e surjam novas tecnologias, assine o acordo mundial.
Legado regenerativo
A Natura foi reconhecida pela consultoria independente Brand Finance no âmbito ambiental. Essa foi a primeira vez que o ranking adota um recorte específico para a área ESG.
A empresa mantém um relacionamento de 25 anos com fornecedores da Amazônia, impactando atualmente mais de 10 mil famílias que atuam de forma sustentável para o fornecimento de 46 bioinsumos e contribuem para a preservação de 2,2 milhões de hectares de floresta em pé.
Na prática, a Natura fomenta o desenvolvimento econômico e social das comunidades locais, ao mesmo tempo, em que conserva o ambiental.
A vice-presidente de Sustentabilidade, Jurídico, Reputação e Comunicação Corporativa de Natura América Latina, Ana Beatriz Costa, destaca que para COP30 a marca trabalha com alguns pilares como, por exemplo, a marca e fazer um paralelo desde a ECO-92 no Brasil, quando lançaram a linha Ekos.
O segundo pilar é o de bioeconomia, que vai além da marca, indo para discussões, inclusive de políticas públicas e o terceiro ponto é o legado.
“O que vamos deixar de legado com a COP30? Precisamos ter um planejamento de ações com impacto duradouro para além da COP. Dar visibilidade dentro e fora, trazer investimentos sustentáveis e como engajar na região as comunidade e a geração mais nova”, diz.
Justiça climática
Entre as confirmações do painel “Justiça climática e os impactos sociais das mudanças climáticas” do II Fórum ESG O POVO estão a secretária dos Povos Indígenas do Governo do Ceará, Juliana Alves; a gestora do Instituto Aço Cearense, Luciana Rabelo; a diretora do Observatório de Fortaleza (Iplanfor), Izabel Accioly; e o chefe do escritório do Unicef em Fortaleza, Rui Aguiar.
A ArcelorMittal promoveu uma mobilização em defesa do oceano por meio do Pacto pelo Mar do Ceará, projeto entre a produtora de aço no Ceará e o Coletivo Nossa Iracema.
Participaram desse encontro mais de 40 moradores das comunidades vizinhas, pescadores, marisqueiras da Colônia Z-06 e voluntários da siderúrgica. Ao todo, foram retirados 44,5 kg de resíduos da zona costeira.
Foi instalada uma placa de educação ambiental e um coletor personalizado na praia. O projeto Pacto pelo Mar prevê ações de proteção ao oceano durante todo o ano.
ESG industrial
Segundo a Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente, o Brasil gera aproximadamente 77 milhões de toneladas de resíduos por ano, e cerca de 40% desse volume acaba em aterros sanitários.
Outro dado alarmante vem do estudo do Blue Keepers, projeto ligado ao Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU), que mostra o Brasil como responsável por 3,44 milhões de toneladas de plástico que chegam aos oceanos todos os anos.
Estima-se que há de 86 a 150 milhões de toneladas desses resíduos acumulado nas águas.
Diante desse cenário, o Grupo Petrópolis tem investido em soluções sustentáveis que geram benefícios diretos para o meio ambiente e para as comunidades locais. Um dos principais projetos é o Aterro Zero que visa a devida gestão dos resíduos produzidos pela cervejaria na produção de bebidas.
Atualmente, somente 0,17% (cerca de 500 kg) dos resíduos gerados em todas as unidades são enviados para aterros sanitários. Todo o restante é reaproveitado de forma responsável, em parcerias com empresas que dão uma nova função a materiais como bagaço de malte, leveduras e plástico. Esse projeto foi elaborado a partir de dados críticos sobre o meio ambiente, especialmente no Brasil.
O projeto Ambev Contra a Fome celebra o marco de 8 milhões de refeições doadas, que equivalem a mais de 7 mil refeições por dia, impedindo o desperdício de mais de 1.600 toneladas de alimentos e evitando mais de 2.200 toneladas de CO₂.
Agora, a iniciativa se prepara para uma nova fase, em parceria com a Gastromotiva, organização que usa a gastronomia como ferramenta de transformação social, que vai direcionar produtos alocados nos Centros de Distribuição da Ambev para apoiar na produção de refeições feitas pela entidade.
“Combater a fome não é apenas uma questão social, mas também ambiental. Quando destinamos alimentos para quem precisa, contribuímos para a redução do desperdício, diminuindo a nossa pegada no meio ambiente e gerando um impacto real e positivo para a sociedade “, afirma Luiz Gustavo Talarico, diretor de Sustentabilidade da Ambev.
As atividades de transformação social incluem produção e distribuição de refeições durante os cursos de conhecimento promovidos pela ONG, onde pessoas em situação de vulnerabilidade aprendem a empreender com gastronomia.
A nova fase terá início no Rio de Janeiro, com entregas previstas para as seguintes unidades: Refettorio Gastromotiva, Cozinha Solidária Guadalupe, Cozinha Solidária Quatro Rodas e Cozinha Solidária Belford Roxo.
Varejo sustentável
Comprometido com a sustentabilidade, o North Shopping Fortaleza tem avançado na gestão de resíduos. Em 2023, 52% do lixo produzido foi reaproveitado e ,2024, esse índice chegou a 56%. Entre os resíduos reaproveitados estão mais de 211 toneladas de orgânicos, 167 toneladas de papelão, quase 50 toneladas de resíduos alimentares, além de volumes expressivos de metais, plásticos e vidro.
Entre as ações está o sistema de compostagem, que reaproveita tanto os resíduos produzidos pelo próprio shopping quanto os recolhidos da comunidade. O adubo gerado é utilizado na Horta da Zoe, onde são cultivadas hortaliças e desenvolvidas oficinas sensoriais com crianças. Parte das mudas também é distribuída por meio do projeto Raízes do Nortão, reforçando o vínculo entre sustentabilidade e educação ambiental.
Já o óleo saturado coletado é transformado em sabão ecológico por uma rede de mulheres empreendedoras do Remes - Rede de Mulheres Sustentáveis, que comercializam o produto a preços acessíveis nas comunidades. Já as velas perfumadas são produzidas pela PRAD Sustentabilidade, que também transforma garrafas de vidro em copos reutilizáveis.
Mês do meio ambiente
O GPA – Grupo Pão de Açúcar reforça seu compromisso contínuo com a agenda socioambiental e entre as ações nas lojas, em junho, destaca produtos que contemplam o bem-estar animal. Além disso, a companhia também tem a meta de tornar 100% das embalagens de suas marcas próprias recicláveis, reutilizáveis e/ou compostáveis até 2030.
As embalagens já vêm sendo substituídas por alternativas mais sustentáveis. Um exemplo são as embalagens da linha de temperos Taeq, que contém frascos com 20% de conteúdo reciclado em sua composição, e a linha de sacos para lixo com alça e antibacteriano Qualitá, que substitui o filme BOPP para filme PE, tornando a embalagem 100% reciclável.
Além das ações nas lojas, o GPA tem reforçado o seu compromisso com a agenda climática por meio de ações para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa. A meta é diminuir em 50% as emissões de escopo 1 e 2 até o fim de 2025 (ano-base 2015).
Em 2024, por exemplo, o grupo conseguiu evitar a liberação de mais de 14 mil toneladas de CO₂, como resultado de investimentos na modernização de equipamentos e na correção de vazamentos de gases refrigerantes.
Ambição 2030
A Yduqs participou do Fórum Ambição 2030 e reiterou sua adesão ao Movimento Ambição NET Zero, reforçando seu compromisso com a agenda climática. Cláudia Romano, presidente do Instituto Yduqs e vice-presidente da Yduqs, destacou o papel estratégico da educação como agente de transformação social, ressaltando os desafios do acesso à educação superior no Brasil e o compromisso da companhia em gerar impacto social positivo.
O Movimento Ambição NET Zero reúne empresas comprometidas com metas climáticas baseadas na ciência, alinhadas ao Acordo de Paris e especialmente ao ODS 13 — Ação Climática. O conceito de NET Zero significa equilibrar a quantidade de gases de efeito estufa emitida com a quantidade removida da atmosfera, o que implica reduzir ao máximo as emissões e compensar o que não for possível eliminar, até atingir a neutralidade das emissões provenientes das nossas operações.
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