Financiamento climático e adaptação no centro dos debates da COP30
clique para exibir bio do colunista
Editora-adjunta do O POVO+ especializada em ciência, meio ambiente e clima. Formada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC), é premiada a nível regional e nacional com reportagens sobre ciência e meio ambiente. Também já foi finalista do Prêmio Einstein +Admirados da Imprensa de Saúde, Ciência e Bem-Estar na região Nordeste
Financiamento climático e adaptação no centro dos debates da COP30
O Instituto Clima e Sociedade (iCs) reuniu 18 repórteres de 16 capitais para debater os principais temas da 30ª Conferência pelo Clima (COP30), sediada em Belém (PA)
Foto: Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
O Instituto Clima e Sociedade, com apoio do e-mundi, convidaram 18 jornalistas de 16 capitais para seminário sobre a COP30, no Rio de Janeiro
Em seis meses, o Brasil sediará a 30ª Conferência das Partes (COP30) sobre Mudanças Climáticas, em Belém (PA), do dia 10 de novembro ao dia 21 de novembro de 2025. O evento anual da Organização das Nações Unidas (ONU) reúne 193 países da ONU e cinco territórios para discutir estratégias de combate ao aquecimento global, entre elas a urgência da adaptação de cidades e do financiamento climático.
Entre os dias 25 e 26 de maio, o Instituto Clima e Sociedade (iCs) reuniu 18 repórteres de 16 capitais no Rio de Janeiro para discutir os principais temas da COP30 — incluindo esta que vos fala — no seminário A Socioeconomia do Clima.
Assim como na COP da Biodiversidade, este é um ano crucial para as partes decidirem de vez a estrutura de financiamento climático que dará conta de financiar 1,3 trilhão de dólares até 2035 — isso considerando apenas financiamentos externos, sem engloba os investimentos domésticos, em torno dos 1,9 trilhão de dólares.
"Essa é a primeira vez que o número está na ordem dos trilhões. Parece, e é, muito dinheiro. Mas é essa a ordem de grandeza para resolver as demandas globais", explicou Josué Tanaka, membro sênior honorário em finanças climáticas no Imperial College London e consultor financeiro principal no Cities Climate Leadership Group (C40), durante palestra no seminário.
Parte da destinação desse dinheiro deve ser a adaptação de cidades. Porque, enquanto a mitigação do aquecimento global é almejada a partir do fim do uso de combustíveis fósseis e pela redução no desmatamento, é preciso garantir que as cidades estejam preparadas para os desastres que já ocorrem pela emergência climática.
"Somente 33 anos após a criação da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) é que está sendo discutida a adaptação", reforçou Caroline Prolor, co-fundadora e presidente do Conselho da Latin American Climate Lawyers Initiative for Mobilising Action (Laclima). "Até então era um prolema de países pobres."
Foto: Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Equipe também participou do II Fórum de Finanças Climáticas e de Natureza, evento global com centenas de participantes
Como as ondas de calor e as inundações provocadas pelo aquecimento global começaram a atingir a Europa, o sinal alerta foi finalmente acionada para começar a agir. Na COP30, deve ser decidido o prazo para países desenvolvidos duplicarem o financiamento para adaptação climática para os países em desenvolvimento.
Além disso, deve-se criar o Programa de Trabalho UAE-Belém para a elaboração de indicadores de resiliência climática para cada uma das 11 Metas de Adaptação Global definidas pelo Acordo de Paris.
Mesmo que adaptar as cidades pareça caro, a verdade é que a economia financeira — e, obviamente, de vidas — é muito maior. A presidente do Instituto Talanoa, Natalie Unterstell, apresentou que, em 10 anos, o Brasil perdeu 4 bilhões de reais em desastres climáticos.
Isso antes do desastre do Rio Grande do Sul: entre gastos, empréstimos e perda de receitas, governo federal disponibilizou 61,4 bilhões de reais ao estado após as inundações. A tendência, sem adaptação, é piorar.
O seminário do iCs também contou com palestras de Eduardo Bastos, diretor do Instituto Equilíbrio e da Associação Brasileira de Agronegócio (Abag); Dyogo Oliveira, presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg); Walter de Simoni, gerente de Política Climática e Arcabouço Climático do iCs; e Maria Netto, diretora executiva do iCS e mitigação.
Análises e fatos sobre as pautas ambientais. Acesse minha página
e clique no sino para receber notificações.
Esse conteúdo é de acesso exclusivo aos assinantes do OP+
Filmes, documentários, clube de descontos, reportagens, colunistas, jornal e muito mais
Conteúdo exclusivo para assinantes do OPOVO+. Já é assinante?
Entrar.
Estamos disponibilizando gratuitamente um conteúdo de acesso exclusivo de assinantes. Para mais colunas, vídeos e reportagens especiais como essas assine OPOVO +.