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Tensionar a tela
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João Gabriel Tréz é repórter de cultura do O POVO e filiado à Associação Cearense de Críticos de Cinema (Aceccine). É presidente do júri do Troféu Samburá, concedido pelo Vida&Arte e Fundação Demócrito Rocha no Cine Ceará. Em 2019, participou do Júri da Crítica do 13° For Rainbow.

João Gabriel Tréz arte e cultura

Tensionar a tela

Festival ECRÃ terá primeira edição em formato on-line em 2020. Evento carioca traz mais de 100 obras entre longas, curtas, instalações artísticas e performances
Tipo Opinião
A performance norueguesa Orchester Installation é realizada pelo Avatar Orchestra Metaverse, um grupo de artistas de todo o mundo que realiza concertos a partir de mundos virtuais como o Second Life (Foto: divulgação)
Foto: divulgação A performance norueguesa Orchester Installation é realizada pelo Avatar Orchestra Metaverse, um grupo de artistas de todo o mundo que realiza concertos a partir de mundos virtuais como o Second Life

As relações possíveis com o vídeo são um dos focos essenciais de tensionamento e reflexão do Festival ECRÃ de Experimentações Audiovisuais. Evento carioca que existe há quatro edições, ele chega em 2020 ao formato on-line por conta das circunstâncias e, a partir disso, oferta novos entendimentos e possibilidades para as experiências que propõe. Nesta edição, que segue entre os dias 20 e 30 de agosto, serão mais de 100 obras exibidas, entre longas, curtas, médias, performances, videoarte, instalações e realidade virtual em 360º. Ocorrerão, ainda, mesas redondas, entrevistas e cerimônias de abertura e encerramento.

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A mudança de formato do evento foi tomada durante o período de inscrições, quando a equipe já começava processos de seleção, protótipos de instalações e programação. "A não ocupação do espaço físico obviamente traz perdas, mas, pensando positivamente, o digital nos trouxe tantas novas possibilidades e gerou tantos novos espaços que, certamente, levaremos essas experiências e aprendizados para as próximas edições", aponta idealizador, coordenador geral e curador do Festival ECRÃ Daniel Diaz.

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"Falando em experiências, que são onde se concretiza essa tensão de formatos vídeo-tela no festival, como entendê-las nessa nuvem?", segue ele. "O ECRÃ categoriza, mesmo que essas nomenclaturas sejam fluidas, as experiências em que o vídeo pode se encontrar (e as expande para além), como, por exemplo: cinema; instalações e performances. Deste modo, cada forma de exibição sofreu as devidas mudanças para estar 'em rede'", explica.

 
 
 
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Os filmes, por exemplo, estarão disponíveis ao longo do período do festival em streaming. Já as performances irão se desenrolar em diferentes plataformas, do Zoom ao Second Life. As instalações, por sua vez, irão "abraçar a fluidez" e se expandir para formatos como filmes interativos, páginas de web e tutoriais de holograma. "A essência de experimentar inusitados formatos e vivenciar novas experiências continua viva no 4º Festival ECRÃ, seja num filme que por si só questiona os padrões da indústria ou em uma performance que só pode existir por estar dentro de uma tela", ilustra Daniel.

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Para além do formato do festival, as próprias obras também trazem pontos de diálogo com o cenário mundial: quase metade das selecionadas foi finalizada em 2020, conforme Daniel informa, e há algumas que inclusive foram produzidas no período da pandemia, como "4lgunxs Pibxs" e "O Abraço Logo Vem". "Isso mostra dois tipos de diálogo: um que expressa a diferença e as alternativas dentro da produção experimental quando comparada à da indústria do cinema ou das artes clássicas; e outro, que talvez converse com o anterior, das relações e temas que poderão ser abarcados no festival", elabora.

Doze destaques

A pedido da coluna, o curador e idealizador do ECRÃ Daniel Diaz destacou seis obras desta edição, uma de cada categoria e "sem critério específico". Além disso, a coluna também indica mais seis, divididas entre filmes já vistos recomendados e outros ainda não vistos e de interesse.

DESTAQUES DO IDEALIZADOR

Filmes de longa e média-metragem: "Telemundo", de James Benning

Filmes de curta-metragem: "A Morte Branca do Feiticeiro Negro", de Rodrigo Ribeiro

Instalações: "Big Data", de Diego Bonilla e Rodolfo Mata

Performances: "Orchester Installation", da Avatar Orchestra Metaverse

Videoarte: "Da Cor", de Hüseyin Mert Erverdi

VR/360°: "A Promessa de Iracema", de Larissa Ribeiro

DESTAQUES DA COLUNA

Já vistos

"A Casa de Plástico", de Allison Chhorn

"Sertânia", de Geraldo Sarno

"Pattaki", de Everlane Moraes

A ver

"Cavalo", de Rafhael Barbosa e Werner Salles

"É Rocha e Rio, Negro Leo", de Paula Gaitán

"Meu Pretzel Mexicano", de Nuria Giménez Lorang

Festival Ecrã

Quando: de 20 a 30 de agosto

Mais informações: www.festivalecra.com.br

Siga: @festivalecra

 

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