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Festival Entretodos celebra direitos humanos a partir do cinema
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João Gabriel Tréz é repórter de cultura do O POVO e filiado à Associação Cearense de Críticos de Cinema (Aceccine). É presidente do júri do Troféu Samburá, concedido pelo Vida&Arte e Fundação Demócrito Rocha no Cine Ceará. Em 2019, participou do Júri da Crítica do 13° For Rainbow.

João Gabriel Tréz arte e cultura

Festival Entretodos celebra direitos humanos a partir do cinema

Três curtas cearenses compõem a programação virtual e gratuita do Festival Internacional Entretodos. Confira detalhes sobre as produções
Tipo Notícia
Produção coletiva da Associação dos Indígenas Kariri de Poço Dantas, em Umari,
Foto: Fôlego Vivo / reprodução Produção coletiva da Associação dos Indígenas Kariri de Poço Dantas, em Umari, "Fôlego Vivo" aposta em linguagem experimental

A partir do sábado, 11, e até o dia 26, será possível acessar de forma gratuita e virtual os 55 filmes selecionados para a mostra competitiva principal da 14ª edição do Festival Entretodos - Filmes Curtos e Direitos Humanos. O evento, que segue on-line em 2021, reforça a importância de visibilizar elaborações audiovisuais de temas que atravessam a Declaração Universal de Direitos Humanos.

Leia também | Confira matérias e críticas sobre audiovisual na coluna Cinema&Séries, com João Gabriel Tréz

A defesa é por pluralidades e conexões entre as pautas, interligando indivíduos e sociedades. "Descartamos toda política e sociedade genocida, toda forma de violência contra os corpos da terra e dos homens, denunciamos necropolíticas e desigualdades", afirma o texto de apresentação do evento, dando a tônica necessária à iniciativa. Na competição no festival, é possível o público votar de forma on-line e aberta no filme favorito.

Na seleção desta edição, há três obras cearenses: "A Beleza de Rose", de Natal Portela, "Curva Sinuosa", de Andréia Pires e "Fôlego Vivo", com direção coletiva da Associação dos Índios Cariris do Poço Dantas-Umari. Confira detalhes sobre os filmes e o evento!

O curta 'A Beleza de Rose', de Natal Portela, reflete sobre o imaginário racial no Brasil
O curta 'A Beleza de Rose', de Natal Portela, reflete sobre o imaginário racial no Brasil

A Beleza de Rose

 

O filme de Natal Portela, que foi filmado em Tianguá, apresenta um recorte de um dia na vida da personagem-título, Rose (Quézia Oliveira Dias), uma jovem em busca de um emprego. A partir de uma abordagem que mescla um tom mais "realista" com elementos fantásticos, o filme apresenta reflexões sobre os imaginários raciais no Brasil. Recentemente, ele foi premiado com Menção Honrosa no Festival de Gramado. Em dezembro de 2020, no 30º Cine Ceará, o júri do Troféu Samburá - presidido por mim e entregue pela Fundação Demócrito Rocha e pelo Vida&Arte - outorgou ao curta o prêmio de Melhor Direção.

 

A atriz Jéssica Teixeira em frame do curta 'Curva Sinuosa', dirigido por Andréia Pires
A atriz Jéssica Teixeira em frame do curta 'Curva Sinuosa', dirigido por Andréia Pires

Curva Sinuosa

Propondo reflexões a partir do que a produção define como a "remontagem do sistema planetário", representada pelo movimento terraplanista, o filme é protagonizado pela atriz Jéssica Teixeira, que gestou o projeto inicialmente pensando em um espetáculo de teatro. No entanto, pelas incertezas do contexto de pandemia, convidou a diretora Andreia Pires para a construção de um roteiro audiovisual que parte das curvas do próprio corpo da protagonista. O desenrolar da reflexão se dá no Cineteatro São Luiz.

 

Produção coletiva da Associação dos Indígenas Kariri de Poço Dantas, em Umari,
Produção coletiva da Associação dos Indígenas Kariri de Poço Dantas, em Umari, "Fôlego Vivo" aposta em uma linguagem mais próxima da experimental, mesclada com a de documentários, para destacar as relações estabelecidas entre a comunidade indígena do povo kariri e a água. Do mito de origem e criação do mundo à utilização controlado das águas para o "capitalismo desenvolvimentista", o curta foca na região da Chapada do Araripe. A produção foi gravada antes da pandemia, mas o vídeo teve montagem feita durante isolamento social.

Fôlego Vivo

Produção realizada coletivamente por integrantes da Associação dos Índios Cariris do Poço Dantas-Umari, "Fôlego Vivo" aposta na mistura entre as linguagens do documentário e do gênero experimental. A mescla é escolhida para dar conta da representação audiovisual da relação da comunidade indígena do povo kariri com a água.

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Da presença do elemento no mito de origem e recriação do mundo contado pelo povo ao controle de águas naturais pelo "mito desenvolvimentista capitalista", o curta reflete sobre a situação de forma que ecoa pautas bastante atuais. As ações se desenrolam na Chapada do Araripe, zona rural do Crato. As gravações foram realizadas antes da pandemia e a montagem se deu no período de isolamento.

 

Entretodos

Quando: de 11 a 26 de setembro
Onde: filmes disponíveis no site e na Spcine Play
Mais informações: www.entretodos.com.br

Foto do João Gabriel Tréz

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