
Professor adjunto de Teoria Política (Uece/Facedi), professor permanente do programa pós-graduação em Políticas Públicas (Uece) e professor permanente do programa de pós-graduação em Sociologia (Uece)
Professor adjunto de Teoria Política (Uece/Facedi), professor permanente do programa pós-graduação em Políticas Públicas (Uece) e professor permanente do programa de pós-graduação em Sociologia (Uece)
Na eleição estadual de 2006 um dos candidatos ao governo dizia: “Quando eu for eleito, a bandidagem terá 24 horas para deixar o Ceará”. Ele não foi eleito e o vencedor naquele pleito, Cid Gomes, tinha como uma de suas bandeiras o policiamento comunitário, depois transformado no programa Ronda do Quarteirão.
Criou-se a Academia Estadual de Segurança Pública (Aesp), tendo delegado federal de fora do Estado, criou-se uma farda diferenciada e foram licitadas viaturas novas – as Hilux, em cuja defesa um deputado estadual chegou a alegar que subiam “até em coqueiros”.
De Cid a Elmano, passando por Camilo, vários foram os concursos, quase anuais, para a Polícia Militar e para as outras forças de segurança. Neste ano de graça de 2025, pré-eleitoral, correm concursos da PM, do Corpo de Bombeiros e da Polícia Civil. Deverão ser empossados neste ano, com o objetivo de uma mensagem: o homem está trabalhando!
Dinheiro para a segurança não falta. Equipamentos de ponta são inaugurados, grandes sedes são erguidas, concursos são realizados, pesquisadores são contratados a um valor altíssimo. O que está errado, então?
Também de 2006 para cá a violência no Estado só aumenta. Quando estamos em outro estado, a primeira pergunta que se faz já não versa mais sobre as praias; tem, agora, esse teor: por que lá está tão violento?
A terra do sol mudou sua feição e se tornou a terra do perigo.
Outro imaginário se produziu. Internamente, isso não é novo. Exportamos modelos de programas policiais de rádio e tv. Apresentadores foram constantemente eleitos para o Legislativo. Moroni Torgan e Capitão Wagner, advindos da pauta da segurança, estiveram por duas eleições, cada um, como opções promissoras em Fortaleza.
A cada novo incidente, como a tragédia da escola em Sobral e a queima de fogos em Fortaleza, uma certa comemoração da oposição e os “números” do governo. Polariza-se o fato. Resposta concreta? Ou a mudança de governo (oposição) ou a crença nos números e na responsabilidade de “outro” (governo).
2026 será ano de eleição. Segurança, com toda certeza, deverá ser o carro chefe do discurso eleitoral. Teremos mais policiais militares, civis e bombeiros nas ruas e nos quartéis. Mais números. Mais dores. Mais lágrimas.
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