Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
"Se o Camilo conversar comigo e dizer que o candidato é o Nelson, que o PT vai voltar a ser protagonista e que ele ele vai criar uma grande frente de esquerda eu abriria essa discussão com ele."
Ouça análise no podcast:
Nelson, no caso, é Nelson Martins, ex-vereador e ex-deputado colega de Luizianne, líder de Cid Gomes no primeiro governo, secretário do Desenvolvimento Agrário no segundo governo Cid, secretário-chefe da Casa Civil no primeiro governo Camilo e secretário de Relações Institucionais da Casa Civil no atual mandato, até surpreendentemente se desincompatibilizar no mês passado. Talvez o único petista com tanta rodagem dentro dos governos Ferreira Gomes seja Camilo. Aliás, em 2014, Nelson foi coordenador político da campanha do hoje governador.
Não é Luizianne, obviamente, quem levanta o nome de Nelson. Nem o próprio Nelson se coloca. Tenho dúvidas até se ele quer, embora tenha certeza de que ele aceita missões. Foi Camilo quem levantou a hipótese Nelson, ao pedir que ele se desincompatibilizasse. Com isso, deu sinal ao partido.
Ocorre que, como já escrevi muitas vezes, o PT tem prazos e ritos. No momento atual, só há uma possibilidade concreta uma candidatura que não seja a de Luizianne: ela aceitar o acordo. O partido tentou se impor a ela em 2004 e não fará isso de novo. Essa perspectiva soava bem distante. Mas, Luizianne diz que não é bem assim. Abre-se de forma concreta possibilidade de uma aliança dos principais partidos da base de Camilo Santana.
Capitão Wagner (Pros) desponta como nome mais forte na largada da sucessão. A base governista, obviamente, tem muito peso. Além do prefeito Roberto Cláudio, Ciro Gomes, Cid Gomes (todos do PDT) têm peso. Isso aliado ao governador Camilo Santana (PT) livre para fazer campanha, à participação de Luiz Inácio Lula da Silva. Torna qualquer candidatura bastante competitiva.
Luizianne admite, mas não há informação de que a questão tenha sido colocada na mesa. Camilo gosta de comer pelas beiradas. Mas, no PT, ou ele põe o pescoço para fora e coloca abertamente sua posição ou vai ser deixado para trás mesmo. Se faltava aceno do PT a Camilo, não falta mais.
O que se abre agora é outro problema que não sei se já está dimensionado: o PDT topa abrir mão da candidatura? Vale lembrar, Fortaleza é a maior capital que o partido governa no Brasil. O partido é o maior de Estado. Assistirá o PT ficar com governo e prefeitura da Capital por obra dos Ferreira Gomes?
O olhar nacional
No Debates do Povo, também na O POVO CBN, José Dirceu disse ontem que acredita que Luizianne será candidata. "Acho que vai evoluir mesmo para aliança no segundo turno, pelo que estou vendo de longe. A Luizianne tem todas as condições, direito e deve ser a candidata", disse Dirceu, que foi contra Luizianne em 2004 e diz que não repetirá o erro. Ele acha necessário, entretanto, diálogo com Camilo. Entende como natural o governador busque convergência e uma candidatura que una a aliança. "Mas a realidade é outra, o PDT também tem candidato."
Cunha e Moro
Na entrevista, Dirceu falou sobre como foi dividir cela com Eduardo Cunha. Descreveu como "pessoa agradável", "educada", "relação muito boa". Definiu como "animal político", estudioso da Bíblia. E afirmou que acompanha muito os noticiários na imprensa. "Para saber a opinião dos donos", conforme ouviu de Cunha.
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