Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
O PSDB foi o partido mais poderoso da história do Ceará. De 1990, quando Tasso Jereissati se filiou, até 2006, teve o Governo do Estado. Diferentemente da era Ferreira Gomes, quando havia uma coalizão com outras forças de relevância, o predomínio do tucanato era quase total. Nos governos Tasso, o PSDB tinha governador, vice e as três vagas de senador. Era diferente da relevância que o PMDB e PT tinham na gestão Cid Gomes. O PSDB tinha muitos aliados, mas relegados a quinto plano. Apesar de todo esse poder, o PSDB nunca foi governo em Fortaleza. Aliás, a rigor, teve a Prefeitura por dois meses e meio, entre a filiação de Ciro Gomes ao lado de Tasso, em 16 de janeiro de 1990, e a renúncia, em 2 de abril, para concorrer a governador. Fora disso, o PSDB nunca teve prefeito, nunca esteve na base aliada de um prefeito, nunca integrou uma coligação que tenha sido vitoriosa em Fortaleza.
Com a aliança, conforme destacou na segunda-feira o colega Carlos Mazza, reencontram-se Tasso e Ciro Gomes. De 1988 a 2002, eles estiveram juntos em todas as eleições na Capital e no Estado. Em 2004, por força do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Ciro apoiou Inácio Arruda (PCdoB) para prefeito de Fortaleza - favorito que acabou derrotado. Tasso estava com Antonio Cambraia. Em 2006, Tasso rompeu com o governador Lúcio Alcântara, no gesto talvez mais importante para eleger Cid. Em 2008, Cid Gomes apoiou a reeleição de Luizianne Lins (PT), mas Ciro não seguiu o irmão e fez campanha para Patrícia Saboya (PDT), com apoio tucano. Em 2010, Tasso achou que estava sendo cozinhado por Cid, cansou de esperar acordo e rompeu. Nunca mais se entenderam numa eleição na Capital ou no Estado. O acordo também foi reatado em Sobral, simbólica para os Ferreira Gomes. Entendimento certamente passou por acerto entre Tasso e Ciro, como nos velhos tempos em que decidiam os rumos da política no Ceará. Juntos no Estado eles nunca perderam e na Capital, nunca venceram. Tentarão pela primeira vez.
A eleição de Jair Bolsonaro demoliu algumas certezas e essa foi a mais inapelavelmente implodida. Certamente, as redes sociais e o Whatsapp terão baita peso. Nenhuma candidatura poderá ignorar essas ferramentas. A questão é qual peso a TV e o rádio ainda terão.
O núcleo político do Paço Municipal aposta que, numa eleição de Capital, a TV ainda será preponderante. Não sei o quanto há de torcida na avaliação. O fato é que esse fator pode ser decisivo na eleição.
Caso se repita o fenômeno de 2018 e o rádio e a TV se mostrem quase irrelevantes, é muito difícil que José Sarto seja eleito. Se, por outro lado, a TV ainda tiver relevância considerável - ainda que menor que em outros tempos - a força de Sarto cresce demais.
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