A estratégia da pancadaria na eleição em Fortaleza
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
Foto: Reprodução Twitter
 Sarto saiu do hospital e levou críticas do governador ao Capitão para a propaganda na TV
A agressividade cresce progressivamente na campanha eleitoral em Fortaleza e, ontem, chegou ao espaço mais preservado: a propaganda televisiva. Não é raro que, mesmo quando o pau está cantando no submundo da campanha, a TV seja preservada, o candidato apareça sorridente, abraçando criancinha com música ao fundo. Ontem à noite não teve isso. A campanha de Sarto deu novo passo na agressividade da campanha. Colocou posts de Camilo Santana (PT) para bater em Capitão Wagner (Pros). O movimento cumpre alguns objetivos: traz para a campanha tema que incomoda o líder nas pesquisas, bate duro em Wagner e ainda arranja um jeito de colocar o governador em sua campanha. Desconfio se esse último não era o objetivo principal.
Quanto ao Capitão Wagner, na terça comentei que ele havia ido para o ringue para o qual Camilo queria levá-lo. Indaguei se não teria mordido a isca. A campanha entendeu que ele não poderia deixar de responder. Mas, ontem, Wagner fez uma virada estratégica. As pesquisas mostram que a popularidade do governador ajuda muito. E a de Ciro Gomes atrapalha. Como parte do jogo de xadrez, Wagner trouxe Ciro para a questão. “Ciro deve ter tomado a senha das redes sociais do governador”, provocou. Se não pode evitar o embate ao qual o governador o levou, ele redefiniu os termos. Associou a nova postura de Camilo a Ciro. Não apagou o tema incômodo, não teve como tirar o governador da Campanha, mas introduziu Ciro e o fator de incômodo na campanha adversária.
Faltam pouco mais de três semanas para o primeiro turno. Cada passo é medido e os candidatos assumem riscos maiores. Passaram a se expor mais.
Podcast Jogo Político analisa pesquisas em Fortaleza e Cariri e debate a impopularidade de Ciro Gomes
Bolsonaro não ajuda no combate à Covid-19 e atrapalha quando pode
O presidente Jair Bolsonaro repete que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a responsabilidade por combater a Covid-19 é dos prefeitos e governadores. Não é verdade. O que o STF decidiu é que há competência concorrente entre União, estados e municípios. Que o Governo Federal não pode atropelar prefeitos e governadores. A lógica de Bolsonaro é a do mandonismo, do murro na mesa, de ganhar no grito. Governar é, ou deve ser, muito mais que mandar. É articular, negociar, construir alternativas.
Bolsonaro diz que ficou impossibilitado de agir. Não é verdade. Mas, vem cá. Alguém, sabe alguma medida de saúde, para salvar vidas, que Bolsonaro quis tomar e não conseguiu? O uso da cloroquina, ele trocou ministro da Saúde até o protocolo ser alterado. O que eu sei que o STF o impediu de fazer foi mandar reabrir o que estados e municípios determinassem que fechasse. Não era por saúde, era por economia. Nem vou enveredar para o debate da economia ou saúde. O que interessa para a discussão que faço aqui é que não era algo para tratar pacientes de Covid-19, para prevenir contágios.
Porém, Bolsonaro vai além. Ele chega a atrapalhar quanto pode ações de combate à pandemia de Covid-19. Em março, o Governo do Ceará foi à Justiça para que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) permitisse a realização de barreira sanitária de passageiros que chegavam ao aeroporto de Fortaleza, e para que colaborasse com o Estado e a Prefeitura. Obteve decisão favorável e - pasme - a Anvisa recorreu. Perdeu. Mas, a triagem demorou a começar. Era o mês dos primeiros casos no Ceará. Quantos casos não poderiam ter sido evitados no nascedouro?
Agora, a mesma Anvisa nega pedido do Governo do Ceará para testar para Covid-19 passageiros que chegarem ao Ceará em voos internacionais ao Aeroporto Internacional de Fortaleza. Isso num momento em que a Europa enfrenta aumento de casos e retomada de restrições. Francamente, a quem interessa não fazer os testes? Interessa aos passageiros? Se fosse eu, gostaria de ser testado. Interessa aos fortalezenses? Definitivamente não.
A ditadura comunista e o Brasil
A China é a maior parceira comercial do Brasil e o Brasil é o nono parceiro da China. A China é mais importante para o Brasil que o Brasil para a China. A briga não é inteligente.
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