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Capitão Wagner aceita convite de Camilo para ringue e eles batem boca nas redes sociais
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Capitão Wagner aceita convite de Camilo para ringue e eles batem boca nas redes sociais

O candidato mordeu a isca do governador? Qual o raciocínio estratégico por trás da troca de ataques nas redes sociais
Tipo Análise
POLICIAIS no 18º Batalhão durante movimento de 2020 (Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE POLICIAIS no 18º Batalhão durante movimento de 2020

Uma semana atrás, o governador Camilo Santana (PT) parecia sair do tom habitual para uma crítica direta na política cearense. Bateu duro em Capitão Wagner (Pros). O candidato a prefeito não mordeu a isca na ocasião. Comentei que teve sangue frio no primeiro momento de maior tensão. “Camilo quer me chamar para o ringue, mas meu foco é debater Fortaleza”, afirmou na época. O tom não esfriou, vieram as pesquisas, a campanha é outra. O governador sereno que de forma atípica saia do tom e o candidato propositivo estão nesta noite num bate-boca nas redes sociais.

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Site da campanha de Wagner publicou que era fake news que ele liderou paralisação de policiais em 2020. O governador reagiu: “Fake News? As imagens de seus discursos inflamados para os grupos de encapuzados e amotinados? Sua luta pública para dar anistia aos envolvidos nos atos criminosos do motim contra a população? Capitão Wagner, se não se arrepende do que fez, pelo menos assuma os seus atos.”

Teve tréplica do Capitão. “Interessante o governador falar em assumir atos. Quando os índices de violência caem, é mérito dele. Quando sobem, a culpa é dos outros. E o Ceará segue como um dos estados mais violentos do Brasil. Ele, que não dialogou. O cacique do seu grupo usou uma retroescavadeira contra as pessoas. No meu mandato, vamos escutar todos”.

Virou bate-boca. Capitão Wagner aceitou o convite do governador e subiu ao ringue.

O assunto não interessa a Wagner. É complicado para ele perante a população e perante sua base, pois a postura dele era de tentar se manter distante. O assunto incomoda.

O Capitão caiu na armadilha?

Difícil dizer. A campanha dele foi a que mais antecipadamente se estruturou. Está bem organizada. Até aqui não deu ponto sem nó. Quando chamou Ciro para a briga, agiu com raciocínio que as pesquisas vieram a justificar. Quando evitou o confronto com o governador, no primeiro momento, também.

A iniciativa de ir para o enfrentamento com Camilo terá sido um arroubo? Ele não resistiu?

Ou será que a campanha calculou que há um limite até o qual pode ficar sem responder? Um limite para receber críticas e não reagir? Campanha tem dois riscos: parecer agressivo e destemperado por um lado e parecer fraco por outro. Para a base de Wagner, ainda mais contra o governador, o segundo risco causa mais danos que o primeiro.

Pela forma como o Capitão tem agido, parece-me pouco provável que a resposta não tenha sido calculada.

Porém, ele aceitou subir na arena para a qual sabia que o governador queria levá-lo. Coloca Camilo - que as pesquisas mostram como o principal cabo eleitoral do bloco governista - num debate eleitoral do qual está excluído contra a vontade. O governador conseguir criar instabilidade na campanha do líder nas pesquisas.

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