Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
No debate ontem convertido em entrevista nos veículos O POVO em função da ausência do candidato José Sarto (PDT), Capitão Wagner (Pros) deu indicativos do tom que adotará na última semana de campanha. Criticou com gosto a administração Roberto Cláudio (PDT) ao falar de qualquer tema. Bateu com gosto também no adversário Sarto. Falou muito de escândalos, denúncias. Sobre a Prefeitura, citou o hospital de campanha do estádio presidente Vargas. Questionou os contratos e a desativação diante dos sinais de uma segunda onda. Sobre o candidato, voltou a citar o caso na década de 1990 do áudio no qual Sarto teria pedido propina da TV Manchete sobre contratos da Câmara Municipal. O aspecto ético é uma linha central do discurso a essa altura.
Capitão Wagner (Pros) foi questionado sobre o que vê de melhor na administração Roberto Cláudio (PDT). Ele mencionou o projeto das areninas, que considera interessante e diz que é aprovado pelas comunidades. Porém, fez uma ressalva bem séria: "Hoje quem dita o funcionamento das areninhas são as facções". Segundo o candidato, se alguém quiser marcar horário de jogo não consegue usar o espaço se não tiver a concordância dos criminosos. E olha que isso é o que Wagner vê de bom.
Sarto perdeu
Perde debate quem deixa de comparecer. José Sarto (PDT) usou o velho expediente de quem está na liderança e faltou. Repete assim expediente que já foi de Luiz Inácio Lula da Silva (2006) e Jair Bolsonaro (2018), de Tasso Jereissati e Juraci Magalhães em muitas eleições. O recado que passa é de que não quer se expor a questionamentos do adversário. Quanto mais debate, mais é possível conhecer o candidato sem a maquiagem ou o controle do marketing. Por isso há tantos candidatos que evitam. Numa democracia mais madura e com menos períodos de exceção, caso dos Estados Unidos, não é imaginável faltar a um debate sem sofrer pesado ônus. Para o presidente da Assembleia Legislativa, uma casa de debates, fica feio. Sarto alegou falta de agenda. A data do debate havia sido informada desde o primeiro turno. Ontem, o pedetista esteve em compromisso assumido posteriormente. Wagner faz discurso de que Sarto não quis ficar frente a frente com ele e o governista dá munição.
Os votos que foram de Luizianne Lins (PT) no primeiro turno têm potencial para decidir o segundo turno. E, ao menos nas intenções de voto, são eles que estão desequilibrando a balança a favor de Sarto. Segundo a pesquisa OPOVO Datafolha, 73% dos eleitores que foram de Luizianne no 1º turno agora estão com Sarto. Há 11% que estão com capitão Wagner e 11% que dizem votar em branco, nulo ou em nenhum. E 5% ainda não sabem.
O que o eleitor do Capitão Wagner pensa de Bolsonaro
A pesquisa O POVO Datafolha mostrou rejeição considerável ao governo Jair Bolsonaro em Fortaleza: 29% de ótimo e bom e 46% de ruim e péssimo. Entre os eleitores de Sarto, o cenário piora para o presidente: 11% de ótimo e bom e 64% de ruim e péssimo. Já entre os eleitores de Wagner, o quadro se inverte. Bolsonaro tem 59% de ótimo e bom e 16% de ruim e péssimo entre quem declara votar no Capitão.
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