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O impacto eleitoral da pandemia fica menor
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

O impacto eleitoral da pandemia fica menor

Pela forma como as coisas evoluem, a tendência é que o debate sobre a Covid-19 seja secundário nas eleições de 2022
Tipo Opinião
Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) (Foto: Sergio LIMA / AFP)
Foto: Sergio LIMA / AFP Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)

O fim da obrigatoriedade do uso de máscaras começa a remover o mais visível traço da pandemia de Covid-19. Pela forma como as coisas evoluem, a tendência é que o debate sobre a forma de enfrentamento tenha papel secundário nas eleições de 2022. Isso é boa notícia para o presidente Jair Bolsonaro (PL). Seria, por exemplo, improvável a derrota de Donald Trump nos Estados Unidos se o contexto fosse diferente daquele. A mudança também é grande para as eleições estaduais. O próprio Bolsonaro, bem como os seguidores, investe contra as medidas de isolamento adotadas por estados e municípios. Essa discussão não estará ausente da campanha. Porém, daqui a quase seis meses, se as coisas continuarem evoluindo, a economia seguir em recuperação, como se espera e se torce, o peso da decisão de voto tende a ser menor. Obviamente, se, lamentavelmente, a pandemia recrudescer, a coisa muda de figura. Essa última hipótese não é provável, dado o caminhar da vacinação.

Essa é uma notícia particularmente boa para Bolsonaro. Ele foi quem mais se desgastou, sobretudo ao seguidamente questionar a vacina. Nos últimos meses ele passou a evitar o assunto e esse foi o início da recuperação nas pesquisas. Obviamente, o assunto será explorado na campanha. As propagandas falarão das mortes. Os bolsonaristas apontarão o “fique em casa” como causa das mazelas. Denúncias sobre gastos, a questão dos respiradores do Consórcio Nordeste, tudo isso será assunto da campanha. Minha questão é quão grande será a influência de voto. Penso que menor do que foi em 2020, e do que em outras eleições pelo mondo que ocorrem de lá para cá.

O cerco contra Doria

Vai de mal a pior a pré-candidatura de João Doria (PSDB) a presidente da República. Há duas semanas, já balançou vigorosamente, mas ele acabou deixando mesmo o governo de São Paulo e desde então avança trôpego. Na Sexta-Feira da Paixão, houve uma reveladora troca de comando da pré-campanha. Saiu o presidente nacional da sigla, Bruno Araújo, e deu lugar ao presidente do PSDB paulista, Marco Vinholi. A manifestação de Araújo é eloquente: "Ufa! Comando que nunca fiz questão de exercer. Aliás, ele sabe as circunstâncias em que e o porque 'aceitei' à época. Aliás, objetivo cumprido!"

Quanta coisa dita em 143 caracteres. O alívio que diz ter por sair da coordenação, a admissão de que não queria o posto. As aspas para dizer que foi levado a aceitar. Insinuação sobre as circunstâncias. E a afirmação de que cumpriu o objetivo.

Mas, pera, que objetivo pode ter sido alcançado por uma pré-candidatura que mal pontua nas pesquisas?
Na próxima semana, Eduardo Leite (PSDB) visita o Ceará. O PSDB realizou prévias, mas elas estão sendo implodidas e desmoralizadas pelas circunstâncias. O derrotado Leite segue pré-candidato.

Facada em jornalista é sinal terrível da violência, ou coisa ainda pior

As facadas desferidas contra o jornalista Gabriel Luiz, de 28 anos, é no mínimo mais um terrível episódio da violência urbana brasileira. O jovem recebeu 10 facadas e sofreu perfurações em órgãos como pulmão, estômago e nas veias do pescoço.

Porém, pode ser mais que isso. Não levaram a carteira, onde estava o dinheiro dele. Não levaram telefone celular. Se foi resposta ao trabalho jornalístico, o que está em questão é algo mais grave ainda.

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