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Articulação de Camilo pode não viabilizar Izolda. Mas, é capaz de inviabilizar Roberto Cláudio?
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Articulação de Camilo pode não viabilizar Izolda. Mas, é capaz de inviabilizar Roberto Cláudio?

Perspectiva de Roberto Cláudio ser candidato, hoje, parece condicionada ao rompimento. Mas, manutenção da aliança pode não ter Izolda como candidata
Tipo Opinião
Magaly Marques, Camilo Santana, Roberto Cláudio e Izolda Cela (Foto: Diego Camelo, em 21/11/2015)
Foto: Diego Camelo, em 21/11/2015 Magaly Marques, Camilo Santana, Roberto Cláudio e Izolda Cela

A pesquisa Quaest, contratada pelo PDT, parecia preparada para ser o golpe de misericórdia em qualquer pretensão de concorrer ao Governo do Estado que não a de Roberto Cláudio (PDT). Desde então, contudo, tem sido a senha para a articulação comandada pelo ex-governador Camilo Santana (PT) mostrar o tamanho da adesão à governadora Izolda Cela (PDT). Há meses esse movimento tem ocorrido, mas o que é demonstrado desde quinta-feira chama atenção.

O movimento público começou com o setor da cultura e os movimentos sociais. Vieram os partidos aliados. Depois, vários prefeitos. E a maioria da Assembleia Legislativa. São muitas forças juntas. Talvez demais para uma pesquisa justificar ir contra.

A aliança pode, sim, ser rompida. Porém, os vários movimentos deste sábado sugerem que os grupos acreditam na manutenção. O que há não é, ainda, o confronto contra um adversário, mas uma disputa dentro do grupo para tentar prevalecer uma posição.

Hoje, a hipótese de Roberto Cláudio ser candidato parece condicionada ao rompimento da aliança.

A não ser que o ex-prefeito demonstre uma surpreendente habilidade para contornar o impasse.

A tese que Camilo Santana defende é uma chapa com Izolda para o governo e Roberto Cláudio vice. Com ela com quatro anos de mandato, ele seria nome natural para o governo em 2026. Mas, como fica a postulação de Domingos Filho (PSD) para ser vice? Bem, não seria contemplado com o que deseja, nesse caso. O PSD é uma das maiores forças políticas do Ceará. Porém, diante do tamanho da ameaça à aliança, o PSD romper seria um dano menor.

Dias atrás, Domingos era franco favorito para ser vice na chapa governista. Não pode ser descartado, mas, talvez a maior hipótese de ele ser escolhido seja no caso de a aliança se romper.

Izolda só pode ser candidata se for à reeleição, e se o PDT aprovar. Porém, a aliança pode se sustentar e Izolda não ser candidata. Muito se fala de Cid Gomes como candidato. Pode não ser ele e surgir outra opção. O método "nem um nem outro" levou à ascensão do próprio Roberto Cláudio a presidente da Assembleia.

Difícil é imaginar que essa força de partidos, prefeitos, deputados, movimentos e, sim, governo seja ignorada. Ou que todas pressionem para um lado e sejam direcionadas para outro, como se nada tivesse acontecido.

Tampouco soa provável que Ciro Gomes apenas engula a pesquisa e a preferência e vá em outra direção. Nesse embate de forças, ou se buscará meio termo, partilhando o que for possível, ou haverá rompimento. A solução envolverá cálculos de perdas e ganhos. O especialista nesse campo, no governismo, chama-se Cid Gomes.

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