Articulação de Camilo pode não viabilizar Izolda. Mas, é capaz de inviabilizar Roberto Cláudio?
Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
A pesquisa Quaest, contratada pelo PDT, parecia preparada para ser o golpe de misericórdia em qualquer pretensão de concorrer ao Governo do Estado que não a de Roberto Cláudio (PDT). Desde então, contudo, tem sido a senha para a articulação comandada pelo ex-governador Camilo Santana (PT) mostrar o tamanho da adesão à governadora Izolda Cela (PDT). Há meses esse movimento tem ocorrido, mas o que é demonstrado desde quinta-feira chama atenção.
A aliança pode, sim, ser rompida. Porém, os vários movimentos deste sábado sugerem que os grupos acreditam na manutenção. O que há não é, ainda, o confronto contra um adversário, mas uma disputa dentro do grupo para tentar prevalecer uma posição.
Hoje, a hipótese de Roberto Cláudio ser candidato parece condicionada ao rompimento da aliança.
A não ser que o ex-prefeito demonstre uma surpreendente habilidade para contornar o impasse.
A tese que Camilo Santana defende é uma chapa com Izolda para o governo e Roberto Cláudio vice. Com ela com quatro anos de mandato, ele seria nome natural para o governo em 2026. Mas, como fica a postulação de Domingos Filho (PSD) para ser vice? Bem, não seria contemplado com o que deseja, nesse caso. O PSD é uma das maiores forças políticas do Ceará. Porém, diante do tamanho da ameaça à aliança, o PSD romper seria um dano menor.
Dias atrás, Domingos era franco favorito para ser vice na chapa governista. Não pode ser descartado, mas, talvez a maior hipótese de ele ser escolhido seja no caso de a aliança se romper.
Izolda só pode ser candidata se for à reeleição, e se o PDT aprovar. Porém, a aliança pode se sustentar e Izolda não ser candidata. Muito se fala de Cid Gomes como candidato. Pode não ser ele e surgir outra opção. O método "nem um nem outro" levou à ascensão do próprio Roberto Cláudio a presidente da Assembleia.
Difícil é imaginar que essa força de partidos, prefeitos, deputados, movimentos e, sim, governo seja ignorada. Ou que todas pressionem para um lado e sejam direcionadas para outro, como se nada tivesse acontecido.
Tampouco soa provável que Ciro Gomes apenas engula a pesquisa e a preferência e vá em outra direção. Nesse embate de forças, ou se buscará meio termo, partilhando o que for possível, ou haverá rompimento. A solução envolverá cálculos de perdas e ganhos. O especialista nesse campo, no governismo, chama-se Cid Gomes.
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