O efeito do rádio e da televisão na mudança da eleição em Fortaleza
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
Foto: Arquivo/Agência Brasil
O impacto do horário eleitoral gratuito no rádio e TV
Há, ou havia, justificadas dúvidas sobre o impacto do horário eleitoral de rádio e televisão nas eleições municipais deste ano. Cada vez mais gente se informa por outros meios, mas as duas plataformas seguem tremendamente fortes e os movimentos nas pesquisas antes e depois do início da propaganda política mostram isso.
O instituto perguntou quais os três principais meios pelos quais os eleitores se informam. A televisão foi citada como um dos três por 80%. As redes sociais, por 63%. Os sites e portais de notícias receberam 34% das menções, número muito próximo ao do rádio, citado por 32%.
O Datafolha ainda perguntou quem assistiu ao horário eleitoral. Chama atenção que os que declaram intenção em votar em Evandro Leitão (PT) são, com folga, os que mais assistiram ao horário eleitoral. São 62% dos que dizem votar no petista e acompanharam os programas, nos quais ele tem mais da metade do tempo. A média geral é de 49%.
Entre os eleitores de José Sarto (PDT), 44% afirmam terem assistido aos programas. Dos que declaram voto em Capitão Wagner (União Brasil), o percentual é de 45%. Os dois, entre os quatro mais bem posicionados, têm os menores tempos. E ambos caíram nas pesquisas. Dos que declaram voto em André Fernandes (PL), são 51% que assistiram aos programas.
Mais que o blocão de 10 minutos do horário eleitoral — do qual Evandro tem mais de 5 minutos — as inserções ao longo do horário são capazes de causar um profundo impacto eleitoral. O crescimento de André e de Evandro coincide cronologicamente com a entrada da TV e do rádio. Difícil uma explicação para os movimentos que não passe pelo horário eleitoral.
Obviamente, nenhuma campanha majoritária é hoje competitiva sem as redes sociais. Porém, o horário eleitoral passa longe de descartável. A vitória de Jair Bolsonaro (PL), em 2018, pode ter dado essa impressão. Algo sem precedentes, ele tinha ínfimo tempo de rádio e televisão e saiu vitorioso. Geraldo Alckmin, na época no PSDB, tinha o maior tempo. Parecia inevitável que o hoje vice-presidente crescesse. Mas, isso não ocorreu. Começou mal nas pesquisas e terminou pior. Ocorre que aquela eleição teve condições atípicas. Não foi uma tendência que tenha se repetido. Até porque muitas das estratégias ali usadas, como disparos em massa, têm sido coibidas. Iniciativas de combate à desinformação também foram ampliadas e aprimoradas.
Para além disso, a importância das redes sociais é crescente. Porém, é uma arena compartilhada. Todos os candidatos competitivos têm presença forte. Alguns com mais seguidores, mas o trabalho voltado para as plataformas é intenso. Não existe a desigualdade de espaços, na largada, que se vê no rádio e na televisão. Depende de quem sabe trabalhar melhor o meio.
A que ponto chegamos
A eleição deste ano é estranha, sem dúvida. Nessa terça-feira, 17, houve debate com banquetas pregadas ao chão, porque dois dias antes um candidato tinha dado uma cadeirada em outro. Num rincão perdido qualquer? Não, na maior cidade do Brasil, uma das maiores do mundo. Na segunda-feira, 16, o senador Eduardo Girão (Novo) participou do primeiro bloco do debate na TYV Otimista, mas foi retirado no segundo, por decisão judicial.
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