Lula gosta de meio ambiente para sair bem na foto no Exterior
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
Lula gosta de meio ambiente para sair bem na foto no Exterior
Lá para fora, o presidente é um defensor do meio ambiente. Internamente, prevalece a veia desenvolvimentista de quem se originou na indústria automobilística — predatória e poluente
Foto: Roque Sá / Agência Brasil
DAVI Alcolumbre (União Brasil), presidente do Senado
O Senado aprovou mudanças drásticas no modelo de licenciamento ambiental. Ambientalistas se referiram à medida como a “maior boiada da história”, numa alusão à frase do ex-ministro Ricardo Salles, que pensava em aproveitar as atenções voltadas para a pandemia para “passar a boiada”. A boiada da vez passou sob os holofotes mesmo.
As mudanças são tão controversas que o projeto vaga há 20 anos pelo Congresso. Trata fundamentalmente de simplificar, reduzir etapas e protocolos para licenciamentos ambientais. Simplifica tanto que, em caso de empreendimentos de médio porte e médio potencial poluidor, é permitida a chamada “adesão e compromisso”, que dispensa estudos de impacto ambiental. É um autolicenciamento: o próprio empreendimento informa o impacto que irá causar.
O projeto foi destravado pela atuação do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), interessado na exploração de petróleo na chamada Margem Equatorial, na foz do rio Amazonas. Ele está incomodado com as dificuldades impostas pelo licenciamento do Ibama, e também por não conseguir derrubar o ministro de Minas e Energia para colocar um aliado, além de indicar gente para agências reguladoras relacionadas ao assunto.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), tem feito ferrenha oposição à medida. O PR votou contra. O placar foi avassalador: 54 votos a 13. De 37 senadores aliados ao governo Lula, 24 foram a favor.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não fez sinalização públicas a respeito do tema. O projeto voltará para a Câmara dos Deputados. As informações de bastidores são que o presidente não irá vetar. A chance de o veto cair seria muito grande e o desgaste, principalmente com Alcolumbre, não compensaria. A realidade é que há gente na base que aprova as medidas e acha que destravarão obras de infraestrutura. O próprio presidente deu algumas declarações a favor da exploração de petróleo na foz do Amazonas.
A eleição de Lula foi comemorada internacionalmente pelos ambientalistas, na expectativa de reversão do negacionismo climático que marcou os anos de Jair Bolsonaro (PL). O presidente adora o prestígio internacional que vem com a agenda ambiental. Lá para fora, o presidente é um defensor do meio ambiente. Internamente, prevalece a veia desenvolvimentista de quem se originou na indústria automobilística — predatória e poluente. Isso desde os mandatos anteriores.
A próxima semana começa com visita da primeira-dama, Janja, ao Ceará. E termina com visita do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele participará de seminário do PL, com participação de Meta e Google. O Estado-maior do bolsonarismo tem presença anunciada, inclusive Michelle Bolsonaro, Carlos Bolsonaro, Valdemar da Costa Neto, além dos líderes bolsonaristas locais, como Carmelo Neto, presidente do PL Ceará, e André Fernandes.
Recentemente, Janja envolveu-se em polêmica justamente sobre as plataformas digitais, na China.
Durante a visita, Bolsonaro será entrevistado pelo O POVO.
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