Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
Em 2024, Braguinha teve 41% dos votos. O adversário mais próximo, 29,4%. No domingo passado, Joel venceu com 53%. A opositora mais próxima teve 25,2%.
Mesmo com cassação, denúncia bastante consubstanciada, condenação, o candidato do partido — e da família — teve mais votos. Proporcionalmente, muito mais. O que explica isso?
Será que as pessoas não ficaram sabendo de acusações tão graves?
Ou, se ficaram, será que não acreditaram? Convenceram-se de que Braguinha é inocente e vítima de injustiça?
Ou será que não ligaram?
A rigor, é impossível saber. Diferentes eleitores provavelmente têm motivações diversas. É possível, apesar do amplo noticiário, que alguns nem tenham ficado sabendo. Uma minoria, mas não descarto.
É importante ponderar que Joel não tem responsabilidade jurídica na acusação pela qual o pai foi condenado. Mesmo assim, é politicamente improvável não respingar. Não creio que essa seja a explicação.
Vale considerar que Braguinha, reeleito em 2024, já tinha sido afastado da Prefeitura em 2023, por longo período, no qual o cargo foi exercido pela então vice, Lígia Protásio (PT), que concorreu contra ele no ano passado e novamente no domingo. A população parece não ter dado peso a nada disso.
Desta vez, havia forte presença de segurança na votação, devido à influência de facção que teria ocorrido em 2024. No entanto, encerrado o pleito, as forças policiais vão embora. As pessoas ficam. As facções também.
O fato é que a vitória do candidato de quem foi punido pela Justiça não é propriamente uma raridade no Ceará. Nos mandatos anteriores, houve eleições suplementares em sete municípios cearenses para substituir os prefeitos eleitos em 2020 e contra os quais houve condenações. Em cinco deles, os cassados apoiaram os sucessores que acabaram vitoriosos nos novos pleitos.
Girão prepara lançamento de pré-candidatura com personalidades nacionais
Com grande parte da oposição cearense animada com a pré-candidatura a governador de Ciro Gomes (PSDB), o senador Eduardo Girão (Novo) mantém a disposição de concorrer a governador. Ele considera que o tucano não representa o conservadorismo e reclama dos vínculos dele com o projeto de Camilo Santana (PT). O lançamento ocorrerá em 30 de novembro, no hotel Mareiro, na Praia do Futuro, em Fortaleza. São presenças confirmadas o ex-deputado federal e ex-procurador Deltan Dallagnol e o senador Astronauta Marcos Pontes, que é filiado ao PL, cuja cúpula estadual, liderada por André Fernandes, sinaliza apoio a Ciro.
“Creio ser importante que um novo ciclo na política cearense se inicie a partir de uma proposta verdadeira. O Ceará precisa de um novo crescimento econômico, melhorias significativas na saúde e passar a ser um estado sem violência”, disse Girão.
Principal governador do PL veta projeto parecido com ideia de André Fernandes
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