Colunista de política, Gualter George é editor-executivo do O POVO desde 2007 e comentarista da rádio O POVO/CBN. No O POVO, já foi editor-executivo de Economia e ombudsman. Também foi diretor de Redação do jornal O Dia (Teresina).
Colunista de política, Gualter George é editor-executivo do O POVO desde 2007 e comentarista da rádio O POVO/CBN. No O POVO, já foi editor-executivo de Economia e ombudsman. Também foi diretor de Redação do jornal O Dia (Teresina).
Analisar a performance do pré-candidato José Sarto (PDT), a partir do cenário que indica a primeira pesquisa Datafolha/Fortaleza, contratada pelo Grupo de Comunicação O POVO, impõe algumas peculiaridades que precisam ser ressaltadas antes de se adentrar nos números.
Primeiro, trata-se de quem se encontra hoje sentado na cadeira cobiçada por todos; depois, será a primeira experiência nas urnas desde quando seu grupo político-partidário sofreu uma derrota tão grande quanto inesperada nas eleições de 2022, no Ceará (com Roberto Cláudio) e no Brasil (com Ciro Gomes).
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Agora sim, falemos dos números. Já era esperado que viesse, como aconteceu, um quadro meio embolado com vários nomes competitivos próximos uns dos outros, dentre os quais o próprio José Sarto. Além dele, Capitão Wagner (União Brasil), que aparece numa posição de liderança relativamente folgada, o deputado federal André Fernandes (PL) e o deputado estadual Evandro Leitão (PT).
É de onde tende a sair o vencedor das eleições de 2024 na capital cearense, mesmo que a presença no bloco de cima de Célio Studart (PSD) tenha surpreendido nessa primeira pesquisa.
O Capitão Wagner soma 33% das intenções de voto, José Sarto aparece a seguir com 16%, André Fernandes tem 12% e Evandro Leitão, 9%, e, como surpresa em termos de presença já destacada acima, Célio Studart (PSD), registrando índice de 8% que lhe coloca numa posição limite de empate técnico com o pedetista.
Depois isso, na sequência, vêm Eduardo Girão (Novo), 5%, Haroldo Neto (UP) e Técio Nunes (Psol), citados num patamar abaixo de 1%. Outros 4% disseram estar indecisos e 12% mostram tendência de anulação ou de votar em branco.
Ao meu ver, o que consolida ainda mais o cenário com os quatro nomes realmente na briga, e o prefeito Sarto dentre eles, é o quadro espontâneo, onde o eleitor é instado a citar o nome de sua preferência sem qualquer indução.
O prefeito, aqui, embola-se com os mesmos 6% do Capitão Wagner e André Fernandes, enquanto Evandro Leitão soma 3%, num sinal de que há mesmo uma disputa aberta entre eles e que o ponto de partida, para todos, indica um caminho à disposição. Inclusive porque 64% dos consultados indicaram não ter ainda uma escolha feita. Ou, pelo menos, citável.
O quadro em geral não é ruim para o prefeito, que deve chegar à fase mais aguda da campanha brigando firme com os adversários. Pelo menos, num objetivo inicial, para garantir como sua uma das duas vagas que exigiria um segundo turno em Fortaleza.
De outra parte, também lhe impõe uma estratégia muito bem definida para encarar adversários que, claro, terão nos ataques à sua gestão um dos fundamentos de conquista do voto do fortalezense. Especialmente a parcela insatisfeita com a realidade de agora.
A pesquisa Datafolha/Fortaleza, como notícia principal para o pré-candidato pedetista, mostra a viabilidade absoluta de seu nome.
Porém, a distância razoável que mantém do que está acima dele e a pressão que sente dos que aparecem logo abaixo fustigando-o, no bolo de quatro nomes do qual faz parte, indica que precisará de uma boa ajuda dos seus padrinhos políticos - especialmente o ex-prefeito Roberto Cláudio -, e de uma estratégia que consiga, enfim, vincular sua imagem à de uma gestão que até tem boa aceitação do fortalezense.
Até hoje sem conseguir relacionar uma coisa (a gestão) à outra (o gestor). Problema que se aposta que a campanha será suficiente para resolver na sua fase mais intensificada, já com o calendário oficial nas ruas.
A pesquisa ouviu 644 eleitores na cidade de Fortaleza, com mais de 16 anos e de várias regiões da cidade, nos dias 24, 25 e 26 de junho. A margem de erro é de quatro pontos percentuais para mais ou para menos considerando um intervalo de confiança de 95%.
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