Logo O POVO+
O POVO/Datafolha: o favoritismo de Sarto e as alternativas de Wagner
Foto de Henrique Araújo
clique para exibir bio do colunista

Henrique Araújo é jornalista e mestre em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Articulista e cronista do O POVO, escreve às quartas e sextas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades e editor-adjunto de Política.

O POVO/Datafolha: o favoritismo de Sarto e as alternativas de Wagner

Tipo Análise
  (Foto:  )
Foto:

No último Datafolha antes do primeiro turno em Fortaleza, dia 14/11, o candidato José Sarto (PDT) marcava 49% das intenções de voto contra 41% de Capitão Wagner (Pros) na simulação de 2º turno da corrida pela Prefeitura.

Pesquisa divulgada hoje, a primeira da nova etapa da disputa, mostra placar de 50% para Sarto e 36% para Wagner (nos votos totais). Antes de oito pontos, a diferença entre os dois concorrentes passou para 14.

Comparando-se os dois cenários, o pedetista oscilou um ponto percentual e Wagner caiu cinco em quase uma semana, um decréscimo fora da margem de erro, que é de três pontos para mais ou para menos, segundo a metodologia aplicada no levantamento.

Mesmo com adesões e apoios, Sarto foi de 49% para 50%, enquanto Wagner perdeu pontos de fato (de 41% para 36%) em relação à rodada anterior do Datafolha.

Hipótese possível: a rejeição a Wagner, que já era alta, é mais decisiva do que o apoio a Sarto. Conclusão possível: o eleitor da capital cearense é mais eloquente ao dizer quem não quer do que quem quer.

Isso dificulta ainda mais a missão do candidato do Pros. O sucesso de Wagner nas urnas depende de uma combinação de fatores: desempenho excepcional em debates e uma propaganda não apenas eficiente, mas arrasadora e que faça o adversário perder votos em cascata. É difícil, mas política é terreno do imponderável também.

Houvesse uma onda que levasse água para o moinho de Wagner, uma reviravolta não estaria fora do horizonte. Ocorre que não há, e alterar o curso dessa história impõe ao prefeiturável republicano tirar um coelho da cartola.

Sarto está tão à vontade que sequer precisou fazer campanha nesta primeira semana de segundo turno, tampouco confirmar participação em debates – ao menos dois foram cancelados e um terceiro está sob ameaça, o que, convenhamos, é um desrespeito com o eleitor, que se vê impedido de fazer algo básico no processo de escolha democrático: contrastar projetos e perfis.

Nesse período, o pedetista recebeu adesões e gravou propaganda com o governador Camilo Santana (PT), ao lado de quem volta a aparecer neste sábado, 21, em visita a obras. É suficiente para decidir o próximo prefeito da quinta maior cidade do Brasil? Até aqui, o fortalezense vai entendendo que sim, ao menos conforme projeções do Datafolha.

Dito isso, a Wagner restam poucas alternativas: intensificar a campanha, mesmo com eventual desânimo, preparar-se para os poucos debates como se para uma final de Copa do Mundo, acertar o tom da propaganda no horário eleitoral e, de resto, torcer por um escorregão do adversário.

Foto do Henrique Araújo

Política como cenário. Políticos como personagens. Jornalismo como palco. Na minha coluna tudo isso está em movimento. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.

O que você achou desse conteúdo?