Henrique Araújo é jornalista e mestre em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Articulista e cronista do O POVO, escreve às quartas e sextas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades e editor-adjunto de Política.
Menos de uma semana depois do início da janela partidária, forças políticas se movimentam no Ceará a fim de se posicionarem para as disputas.
Até agora, o período do troca-troca de cadeiras entre partidos contou com demonstração de poder de aglutinação, articulação de bloco e gestos da oposição.
Principal nome do campo adversário ao do governador Camilo Santana (PT), o deputado federal Capitão Wagner (Pros) anunciou uma licença de quatro meses, intervalo no qual vai cuidar, entre outras coisas, da estruturação estadual do União Brasil, partido cujo comando o parlamentar tenta assegurar.
Do lado do governismo, um grupo de potenciais candidatos a deputado capitaneado pelo líder do governo, Júlio César Filho (Cidadania), formula as diretrizes de um bloco, que negocia com legendas a filiação coletiva – cerca de 20 nomes, entre deputados, vereadores, ex-vereadores e ex-deputados.
Ainda na esfera da base, o PSD, uma das grandes forças da política cearense, aposta alto ao filiar postulantes com capacidade para ampliar sua bancada federal, como o deputado Célio Studart, antes no PV.
O MDB também faz costuras. Presidente do partido, o ex-senador Eunício Oliveira realizou cerimônia de filiação de Nelinho Freitas nesta terça-feira, 8, em Juazeiro do Norte. Ex-tucano, Nelinho deve concorrer a novo mandato na Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE). Segundo Eunício, a estimativa é eleger quatro representantes na Casa.
Do mesmo modo, o PT se articula. Ao lado de PSB, PCdoB e PV, a sigla tenta superar as dificuldades para firmar uma federação entre as agremiações, decisão que obrigaria os federados a escolherem um único candidato a governador, a presidente e a senador e uma só chapa proporcional.
De 3 de março até 2 de abril, a janela permite que mandatários migrem de legenda sem risco de sanção. Nesse período, a possibilidade de que siglas menores acabem engolidas por outras maiores é grande, sobretudo por causa do fim das coligações.
Diante das dinâmicas partidárias e dos muitos cálculos que candidatos têm feito, os dirigentes das forças se dividem entre duas tarefas. Com um olho no peixe e outro no gato, procedem às composições de chapa e observam os gestos dos oponentes, com vistas às eleições para o Governo.
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