Joelma Leal assume como ombudsman do O POVO no mandato 2023/2024. É jornalista e especialista em Marketing. Atuou como editora-executiva de sete edições do Anuário do Ceará, esteve à frente da coluna Layout por 12 anos e foi responsável pela assessoria de comunicação do Grupo, durante 11 anos.
Certamente,a volta do Clubinho deve ser avaliada (ou reavaliada) pelo O POVO, diante da escassez de conteúdos voltados a esse público, assim como a precisão de atrair a atenção e a manutenção de leitores nas próximas gerações
Foto: FÁBIO LIMA
As pautas do Dia das Crianças foram além do factual
Datas comemorativas (e comerciais) são, naturalmente, pautas dos veículos de comunicação e acarretam extensos espaços. Assim foi e é com o Dia das Crianças, celebrado em 12 de outubro.
Para além do factual, com matérias listando dicas de locais para levar a criançada e restaurantes temáticos para o público infantil, neste ano O POVO publicou reportagem especial interligando a data e o período eleitoral.
"As crianças também sabem o que Fortaleza precisa" foi o enunciado da reportagem do sábado, 12. O complemento: "A duas semanas de Fortaleza eleger seu novo prefeito, O POVO ouviu crianças e mostra como suas demandas podem virar políticas públicas".
A partir daí, com elementos lúdicos compondo a página dupla da edição impressa, quatro crianças de diferentes bairros da Capital - Barra do Ceará, Barroso, Jardim Iracema e José de Alencar - falaram sobre as atuais necessidades e os desejos futuros. O resultado incluiu desde de pedido de mais Areninha para a prática de esportes à exigência de mais limpeza urbana.
Na mesma edição impressa do dia 12, o caderno Vida & Arte, trouxe uma pauta afim. Também inserida em páginas coloridas, as crianças responderam como seria o mundo perfeito, detalhando como elas melhorariam a realidade. Na página seguinte, um apanhado de dicas de locais e atividades para aproveitar o dia.
Completando as pautas, a equipe de mídias sociais convidou crianças para um roteiro curioso. Elas (em sua maioria, filhos de funcionários) iriam ter acesso a brincadeiras como pular corda, pega varetas, pião, cabo de guerra, elástico e bilas.
No encerramento do vídeo a pergunta: "Vocês preferem a bila ou o celular?" A resposta foi unânime: "a bila". Uma pauta que além da brincadeira funciona como instrumento para os pais e responsáveis refletirem se a atual obsessão por celular é algo natural ou consequência da oferta exagerada do aparelho e ausência de outras alternativas.
Saudoso Clubinho
A data faz lembrar, também, o premiado e saudoso Clubinho, suplemento semanal e infantil do O POVO que circulou, semanalmente, durante quase uma década, entre 9/10/1999 e 15/2/2009.
A propósito, neste semestre, a Folha de S. Paulo, junto com a adoção do formato berliner, retomou a veiculação da Folhinha, caderno afim do veículo paulista.
A periodicidade aos sábados e mensal incomodou alguns leitores, segundo a jornalista Alexandra Moraes, atual ombudsman da Folha, que lista demais jornais que mantêm o encarte, seja quinzenal, seja mensalmente. Entre eles o The New York Times, que, apesar de também circular mensalmente, há a possibilidade de ser adquirido separadamente do restante da edição e meses após a publicação.
Certamente, uma pauta a ser avaliada (ou reavaliada) pelo O POVO, diante da escassez de conteúdos voltados a esse público, assim como a precisão de atrair a atenção e a manutenção de leitores nas próximas gerações.
Temperatura e urânio
Uma reportagem com dados alarmantes rendeu a manchete de capa da edição impressa do O POVO da última segunda-feira, 14 de outubro.
"Temperatura sobe 1,8°C em seis décadas no Ceará" foi a frase escolhida para destacar o estudo da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), que identificou a incidência do aquecimento médio do Estado nos últimos 63 anos, além de uma alta de 0,3°C a cada década.
Segundo o conteúdo, o cenário é influenciado pelo aquecimento da atmosfera em virtude da emissão de gases causadores do efeito estufa.
O material exclusivo havia sido adiantado no OP+ , área exclusiva para assinantes, no início do mês e integra a série "Mudanças climáticas no Ceará" de quatro episódios, que explica as causas, os efeitos e as soluções das três consequências mais drásticas das mudanças climáticas no Ceará.
Três dias depois, na quinta-feira, 17, outra manchete preocupante: "Distrito em Santa Quitéria. Poços são interditados por terem 7 vezes mais urânio que o permitido". De acordo com o abre (texto abaixo do título) da matéria, publicada em Economia: "a situação se deu de forma natural e foi apresentada na última segunda-feira, 14, em audiência pública. O Governo do Estado montou plano de emergência para atender a população". O distrito mencionado é o Trapiá e compõe o município de Santa Quitéria, localizado a 223,46 km de Fortaleza.
O assunto rendeu suíte (no jargão jornalístico, são os desdobramentos de um fato que foi notícia na edição anterior) na edição de sexta-feira, 18, e trouxe posicionamento do Governo do Estado sobre o cenário: "Governador falou pela primeira vez sobre a concentração do minério na água de distrito de Santa Quitéria e disse contar com ministérios da Saúde, Meio Ambiente e Integração Regional para dar diagnóstico preciso da situação".
Em tempo: há pouco mais de dois anos, OP+ publicou o documentário "Projeto Urânio: o conflito da mina em Santa Quitéria". O material detalha o planejamento para a exploração dos minérios no Ceará e o que pensam cada um dos atores a serem impactados pela mineração de material radioativo.
Ambos os assuntos - aumento da temperatura e contaminação de poços - estão distribuídos em editorias distintas, mas que tranquilamente podem ter repercussões futuras nos demais espaços: Ciência & Saúde, Política e Opinião são alguns deles.
Como dito no início, temas preocupantes, que despertam (ou deveriam despertar) o alerta de todos, considerando os impactos causados no dia a dia de cada um. A ver os próximos passos.
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